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sábado, 25 de dezembro de 2010

O primeiro Natal

Esse foi o primeiro Natal da minha pequena. Foi tudo perfeito, maravilhoso. Passamos a noite de ontem e o dia de hoje na casa do titio, titia e priminha da Isis. Ontem a noite a pequena não entendeu muito bem esse negócio de "hoje é dia de festa" e chorou um bocadinho quando deu a hora dela dormir (na verdade já havia passado da hora). Ela "esperou" a vovó chegar e, por volta das dez e meia, quando eu tentava organizar o banho rotineiro de antes do soninho, eis que ela adormece nos braços da vovó, que ela conhece desde o dia que nasceu. Deve se sentir bem segura neles, pois depois dos meus é onde ela adormece melhor.

Dormiu rapidamente, trocar a fraldinha pra dormir foi trabalho de malabarista - já que ela estava dormindo e não queríamos acordá-la. Roupa e fralda colocados, ela dormiu bem por muitos minutos. Fiquei do lado, ali, tentando dormir também enquanto a protegia do desconhecido (não quis deixar ela dormindo e sair do quarto, afinal ela não conhecia o ambiente). Mas nem seria necessário, ela é bastante calorenta e no ar condicionado da prima dormiu um sono solto.

A meia noite ela deu uma resmungadinha - não sei se pelos fogos que estouraram ou se sentiu a baixa umidade provocada pelo condicionador de ar (com o qual ela não está habituada). Para qualquer incomodo, porém, o remédio que ofereço é o mesmo: peito. Imediatamente após hidratar-se e relaxar com a mamada, voltou a dormir. A despeito da TV da prima que estava ligada (em casa ela costumava acordar com qualquer barulho depois que dormia, mas recentemente nem testamos mais, pra não incomodá-la, mas pelo visto ela nem daria bola; mas quem sente falta de TV, hein?); a despeito da ausência do barulhão do ventilador (confesso que eu é quem sinto falta, hehehe), a despeito do barulho fora do quarto; a despeito do entra e sai da priminha no quarto (e, depois que a prima foi dormir o entra e sai foi dos adultos pra ver se estava tudo em ordem com as duas) ela dormiu divinamente bem. Me surpreendeu mesmo!

Na hora que fui dormir, deitei com ela. Foi tudo de bom ficar coladinha com a filhota. Confesso que demorei muito pra dormir, contemplando-a. Sentindo o cheirinho que ela tem e observando as caras e bocas lindas que faz quando está dormindo. E vendo como ela está crescendo. E observando também como estamos crescendo e aprendendo com ela.

No dia de hoje ela teve outros primeiros. Um muito-muito legal, que foi um banho de piscina. Eu adoro piscina e tinha certeza que ela também adoraria. E ela adorou. Tenho certeza que a lembrança que ela teve ao sentir a água foi a de quando ela era um girino na minha barriga. O sorriso dela foi digno de porta retrato na hora que sentiu a água morna envolvendo seu corpo. Muito gostoso! O outro primeiro foi a papinha industrializada. Eu cuspi pra cima, o cuspe caiu na minha testa. Sempre disse que adiaria ao máximo o uso e blá, blá. Eis que hoje, não estando em casa, acabei oferecendo papinha industrializada de peru, legumes e arroz (cardápio natalino, mas foi coincidência). Não vai ser frequente, mas foi o que deu pra oferecer hoje, mesmo a contragosto. Por falar em gosto, ela gostou, comeu mais da metade! É pra achar isso bom ou ruim?

No finalzinho da tarde, voltamos para casa felizes, nós três, eu, marido e filhota. Volta a rotina, bebê cansadona, mamou e capotou em 15 minutinhos. Agora ela dorme o gostoso soninho dos inocentes e justos. O sono do finzinho do seu primeiro Natal.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Natal, Feliz Natal!

Essa época do ano me deixa toda boba. Começo a pensar no que passou e no que virá. Olhando pra trás, percebo que cresci, aprendi e vivi nesses últimos meses mais do que em toda minha vida, sem exagero nenhum. O nascimento de um filho é algo tão espetacular, transforma - se a gente se permitir - a vida de uma maneira tão profunda que a gente até esquece de como era a vida antes.

Ano passado eu pensava em nascimento nessa época, o nascimento do meu filho - que eu nem sabia ainda que seria uma menina. Pensava em como seria o parto, como ela seria. E pensava também "ano que vem ele/a estará comigo, nos meus braços. O "ano que vem" chegou, nascemos nós duas. Ela nasceu de corpo, eu de alma. Antes éramos as duas em um só corpo, agora somos as duas em um só coração e pensamento.

A experiência de gestar foi fantástica e transformadora pra mim. Depois que minha filhota nasceu eu percebi que  maternar era algo ainda mais transformador, arrebatador mesmo. Nossos primeiros meses foram difíceis, a adaptação foi dura. Ela chorava muito e eu também, claro. Acho que sentíamos falta da mesma coisa: de quando nosso corpo era uma coisa só. Mas fomos aprendendo a viver desse outro jeito, entendendo que ainda somos um coração só.

Hoje  tenho ao meu lado uma menina sorridente, comunicativa, cativante. Onde chega ela vira o centro das atenções, atrai todos os olhares. Se ninguém olhar espontaneamente ela encontra um jeito de chamar atenção. Sempre consegue.

Mas esse não deveria ser um post sobre o Natal? Mas e então, o que é Natal? Não é nascimento? Posso afirmar sem medo que o Natal/nascimento da minha filha trouxe um novo sentido pra minha vida. Foi um Natal pra mim também, em pleno 17 de junho!

Esse ano iríamos ficar em casa, curtir a três o nosso Natal. Mas recebemos o convite pra passar esse dia especial na casa do meu irmão - titio da Isis - e é claro que não podíamos privá-la de passar seu primeiro Natal em família, junto de sua priminha. Ainda não sei como será, minha baixinha é muito afeiçoada à sua rotina. Pode ser que ela chore na hora de dormir e tenhamos que voltar pra casa; mas estou torcendo pra que tudo seja tranquilo, que ela aceite numa boa ficar na casa do titio. Aliás, conversei bastante sobre isso com ela, expliquei que amanhã é um dia especial, de festa, de família. Vejamos como será. Seja como for, com ou sem choro, voltando ou não pra casa por conta disso, será perfeito. Porque tenho comigo o melhor e mais especial presente de Natal do mundo!!!


2010 me trouxe o presente mais precioso. Que esse presente cresça e me faça crescer em 2011. Amor eterno, infinito, imensurável!!! 

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A primeira papinha

Os preparativos já vem sendo feitos há dias. Peneira de inox que vovó deu, uma tal de autoclave culinária que peguei emprestada dela também. Dias pra escolher o cardápio, decidir como iria começar. Papinha doce ou salgada? Repetir a mesma papinha por alguns dias? Ou variar o sabor nos dias seguintes? Textura da papinha, qual oferecer? Acrescente leite materno? Ponho sal ou não? Azeite ou manteiga? E se der dor de barriga? E se der gases? E se prender o intestino? E se soltar demais? Isso tudo sambou pela minha cabeça. Mas as coisas acontecem, dias esperados chegam, é apenas uma questão de tempo.

E o dia enfim chegou. Defini algumas coisas: escolhi abóbora para começar. O principal motivo foi o sabor adocicado. Eu não ia acrescentar mais nada, mas aí pesei, refleti, conclui: vou sim, vou colocar um caldinho de carne pra enriquecer. Mas carne sem sal não tem o melhor sabor do mundo. Mesmo assim, optei por não colocar sal. Coloquei temperos naturais e de sabor não muito forte: um pouco de cebolinha verde e um pouco de salsinha.Pronto, assim cozinhei carne (colchão duro em pequenos pedaços), salsinha e cebolinha, os três juntos com um pouco de água. A abóbora cozinhei sem água, só no vapor da carne. Também sem sal. Ah, e com a casca. Lavei bem com uma escovinha e coloquei pra cozinhar.

Depois da abóbora cozida (na panela autoclave culinária que vovó emprestou), retirei a casca, passei pela peneira (que a vovó deu). Virou uma pastinha de consistência leve. Acrescentei um pouco do caldinho da carne, passando pela peneira também. Por fim, acrescentei um pouquinho de azeite de oliva extra virgem, pra dar sabor, acrescentar caloria de boa qualidade e ajudar a equilibrar a papinha, pois pelo que li abóbora é constipante e o azeite é laxativo.

Feito isso, fomos ao que interessa: oferecer a comida à pequena. O primeiro olhar foi de curiosidade. Abriu a boquinha de bom grado. Depois foi uma série de caretas engraçadíssimas. Ela simplesmente não entedia o que estava acontecendo. Novidade grande, né? Sabor diferente, jeito diferente de se alimentar. Ela comeu assim umas duas colheres. De chá. Mas tudo bem, surpresa grande seria se ela gostasse muito e tivesse "batido um pratão". Vamos com calma e paciência que tudo se ajeita.

Ela fez uma deliciosa bagunça. Tinha papinha por tudo quanto era lugar do rostinho. E nas mãos. E nos pés! Por fim ela acabou chorando e não quis brincar mais disso. Nessa hora parei, não insisti. Não deve lá ser algo muito bom ficar forçando um bebê a comer. Imagina as consequências disso? Melhor parar quando ela demonstra que chegou no limite.

O sabor não ficou ruim não. Não mesmo, ainda que eu não tenha posto sal. Faça o teste: a abóbora tem um sabor delicioso e uma cor linda, não precisa de mais nada. Como ela nunca experimentou sal, óbvio que não tinha referência, portanto não sentiu falta dele.

Depois da papinha foi necessário um banho - nela e na roupinha que ela usava (um babador fofo pra sair na foto e uma calcinha "bunda rica", que se você não sabe o que é é porque não mora no Nordeste). Depois do banho? O velho e bom leitinho da mamãe, acompanhado de um cochilo aconchegado nos braços dela (que soy yo). Isso sim é que é comfort food!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Dando o melhor de mim

Estou emocionada. Profundamente emocionada. Meu bebezinho estará completando, nas próximas horas, seus primeiros 6 meses de vida. Metade de um ano já se foi, passou. Voou. Totalmente clichê, mas não tenho outra palavra: voou!

Há exatos seis meses eu estava passando por uma das experiências mais transformadoras da vida de uma mulher: eu estava em pleno trabalho de parto. Algo intenso, forte, que provoca uma verdadeira catarse e põe a vida da gente em outro eixo. Não o trabalho de parto e o parto em si, mas o que ele traz, que é a vida nova que surge. Não só a nova vida do bebê, mas a nossa própria nova vida.

Os primeiros meses de existência da minha filha foram bastante difíceis pra mim. Pra quem trabalhou até a véspera de entrar em trabalho de parto (na verdade até a antevéspera, porque a véspera foi estreia do Brasil na copa e ninguém trabalha, hehehe) não foi nada fácil sentir o próprio mundo parar de repente em função de outro ser. Mas acredito que a dificuldade que senti foi pelo fato de desejar fazer tudo de uma maneira diferente do convencional e por ter criado paradigmas irreais também.

Hoje, construídos outros modelos, ou melhor, tentando não seguir modelo algum a não ser o que dita o meu coração, as coisas estão fluindo com muito mais facilidade. A duras penas fui aprendendo a fazer minhas escolhas, descobrindo o que é melhor para mim e para minha pequena. As vezes é mais difícil, mas não importa: o importante é que seja o melhor para ela.

Criar filhos sem que eles usem chupeta (e olha que eu confesso: até tentei - ela não aceitou e eu não fui muito insistente), mamadeiras (essas passaram bem longe daqui), sem leites artificiais, sem deixar chorando pra "aprender a se virar" não é nada fácil! Fiquei boquiaberta quando a avó de um menininho apenas 20 dias mais velho que a Isis me falou com orgulho que ele "já come de tudo, não mama mais e está com o peso e altura de um bebê de 1 aninho". Esse "de tudo" inclui industrializados, "engrossantes". Tão grave a situação que o pediatra do menino pediu que a mãe fizesse uma "dieta" no garotinho, cortando vários ítens da alimentação dele.

Não cabe a mim julgar se essa mãe está certa ou errada. Mas eu fico chocada, fico sim, porque é a qualidade de vida de um bebê que está em jogo. Um bebê, que não tem escolhas, que não pode ler, nem se informar, nem selecionar o que é bom ou não para comer, beber, ver, ouvir. Um bebê cuja mente e corpo estão em formação. Me assusta, sim, ver ser negado a esse garotinho o direito de ter o melhor para ele.Nesse caso o melhor seria, pra completar, mais barato - afinal a gente não paga nem um centavo pra amamentar. Em pensar que o desmame dele foi iniciado quando ele ainda não tinha nem dois meses e o bebê chorava muito (oh, claro, bebês choram muito e asseguro que a minha chorava muito também, mais do que ele até). E o mesmo pediatra que hoje prescreve uma dieta foi o que sugeriu a introdução da fórmula artificial. O que veio muito a calhar para a mamãe dele, que queria mesmo dar uma voltinha no shopping - sem ele - e assim a vovó dele pode dar a mamadeirinha de leite. (In?) felizmente não consigo considerar isso aceitável, se pensar na perspectiva do bem estar do bebê. E também, infelizmente, não posso mexer nas escolhas dessa mãe para o seu filho.

O que me resta, então? Dar o melhor de mim para minha filha. No meu caso significou e ainda significa muita renúncia. Passeios restritos ao que ela pode acompanhar, nos horários que ela pode ir. Acordar muitas vezes de madrugada, quando ela quer peito porque sente fome ou simplesmente porque ela quer aconchego, quer ficar comigo. É ser o alimento da minha cria. É me entregar de corpo e alma a maternidade.

Nas próximas horas completaremos 6 meses de aleitamento materno exclusivo. Não é nada fácil, não mesmo! E não tinha certeza se conseguiria, uma vez que o tempo máximo que minha mãe amamentou foi por 2 meses. Infelizmente ela caiu na armadilha do "ter pouco leite" e no fim das contas acabou diminuindo ainda mais a produção, pois oferecia complementos a mim e aos meus irmãos, o que resultava em ainda menos leite. Ela, como a mãe do garotinho que mencionei, não tinha muito acesso à informação e os profissionais que a assistia - assim como o profissional que assiste à mãe do menino citado aqui - era despreparado no quesito aleitamento materno.

Para mim amamentar exclusivamente por 6 meses é uma vitória grande, assim como foi parir. A quem diga que ninguém é mais ou menos mãe por parir ou por amamentar seu filho. Tudo bem, concordo. Mas para minha experiência passar pelo trabalho de parto, parto e aleitamento exclusivo foram tão tão (não consegui achar uma palavra pra definir) que me sinto uma pessoa completamente diferente da que eu era há seis meses. E diferente para melhor.

Amanhã começaremos uma nova jornada. Minha pequena experimentará sua primeira refeição. Não sei como será, não sei se ela vai gostar de cara ou se vai demorar para se acostumar com a nova condição. Estou, ao mesmo tempo, curiosa e enciumada. É, estou com ciúmes da papinha! Afinal de contas até hoje eu era a única fonte de alimento para minha filha. Eu sei que ainda vamos seguir com a amamentação, sem pressa pra terminar. Sei que é preciso passar por isso, que a criança cresce, precisa aos poucos passar a ser mais independente (embora esse adjetivo não me pareça muito adequado para um bebê). Mas deixa eu curtir esse sentimento dúbio, puxa vida! Deixa eu sentir vontade de agarrar e de deixar ir ao mesmo tempo!

Pode parecer louca a minha confissão, mas a faço mesmo assim: estou me sentindo como se estivesse parindo pela segunda vez a minha filha. Há seis meses ela deixava de ser um feto dentro do meu útero e passava a ter uma vida "independente". Mas ainda precisava de mim, exclusivamente de mim para se alimentar - e, por conseguinte, sobreviver. Teoricamente ela poderia ser alimentada de outra forma na minha ausência, mas comigo ao lado dela isso não precisou acontecer. Agora mais uma parte do processo do "deixar ir, deixar ser": não serei mais sua única fonte de alimento. Mas, assim como no parto, ao mesmo tempo que é doloroso, é prazeroso. É um momento que indica que a vida segue seu curso, como tem que ser.

Mais um marco na nossa vida. Mais uma vitória para minha história como mãe. Independente de ser ou não sua única fonte de alimento, uma coisa é certa: continuarei oferecendo a minha filha, sempre, o melhor de mim!

Olhos marejados de lágrimas aqui...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Curtíssimas

-  Ontem foi o dia de Isis ir à casa da prima. Foi só uma passadinha, mas já valeu. Minha pequena aproveitou a oportunidade pra batizar o sofá do titio com uma pequena golfada!

- A pequena não dormiu nada nem no shopping onde passamos rapidinho antes da casa da prima, nem na casa do titio, titia e priminha, nem no percusso até a casa da vovó.

- Na casa da vovó foi só entrar no quarto com ar a 18º que dormiu imediatamente, tomando, claro, seu leitinho by mamãe.

- Chagando em casa a noite, depois de um dia inteiro de estripulias, pensei que fosse demorar o mesmo tanto pra dormir que nos dias anteriores, com o mesmo choro dos dias anteriores. Fui preparar seu banho, pequena ficou com a vó. Qual não foi a minha surpresa ao encontrá-la dormindo no colo da vovó, sem choro e nem reclamação. E sono noturno, viu?

- Para mais um dia de surpresa, eis que hoje Isis dorme de novo sem o chorinho que nos angustiava desde a segunda da semana passada. 

- Essa turminha tem mais fases que a Lua!

sábado, 11 de dezembro de 2010

A prima

Sei não, mas sinto que a priminha da minha filhota será uma referência forte e especial pra ela. Minha pequenina sobrinha tem quase três aninhos. Alegre, cheia de vida, amorosa e inteligente, caiu de amores por Isis desde quando a viu pela primeira vez. Isis ainda não tinha nem 24 horas de vida e a priminha já demonstrava um carinho lindo e inocente, gostoso de se ver, ofertando à minha pequena um beijinho espontâneo já no primeiro encontro.

Passados quase 6 meses, minha sobrinha veio aqui em casa hoje. Claro que elas já se viram muitas outras vezes e convivem desde sempre, mas hoje foi uma visita especial e oficial, com direito a banho na piscininha inflável e passeio na pracinha. Ah, e a prima dançando pra Isis rir e "dançar" também.

Sinto que estou presenciando o início de uma bela amizade. Vou me empenhar, no que estiver ao meu alcance, para que seja assim. Quando minha pequenininha nasceu eu ficava imaginando como seria quando ela tivesse assim, aprendendo a engatinhar e sentar e observando as peripécias da prima mais velha. Pois bem, esse dia chegou, e bem rápido. Agora já vejo dias futuros com as duas dividindo bonecas (entenda nos dois sentidos da palavra dividindo, hehe). E mais a frente ainda as duas arrumando cabelos para irem passear noite adentro, deixando os cabelos dos papais e mamães arrepiados!

Mas deixemos o futuro no lugar dele, lá na frente. E vamos vivendo esses gostosos dias de primeira infância dessas duas pequenas bailarinas que dançam seus primeiros passos no palco da vida. Um belo espetáculo para se apreciar.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Tá difícil!

Mãe não gosta de ver o filho chorar, né? Minha filhota esses dias está com uma imensa dificuldade pra dormir. Falei sobre isso no último post, disse que tem tudo a ver com o momento de crescimento e desenvolvimento dela. Mas na hora do choro a gente esquece que é fase, que passa, que não dura para sempre e que logo a gente esquece.

Eu achava complicado ela levar uma hora até entrar em sono profundo, mamando durante todo esse tempo até conseguir dormir de verdade. Mas eis que - ó - tenho saudades desse tempo (que existia até 1 semana atrás).

Desde segunda-feira Isis, mesmo com muito mas muito sono mesmo, cochila por uns minutos, penso que está em sono profundo, ponho no berço, coloco o mosquiteiro e ela abre o olhão e o sorrisão. E fica de bruços e tenta sentar. Ela está paranóica com isso e sei que as coisas só voltam a ficar tranquilas quando ela conseguir, OMG! Que menina persistente, hehehe! Além disso acho que tem dentes chagando por aí (finalmente, há 3 meses foi alarme falso mesmo).

O ruim é que depois disso tem muito choro. Muito mesmo. Não quer peito, não quer embalo, não quer carinho. Não tem conversa e nem cachaça que dê jeito e nem amigo do peito que segure o chororô. Não, não estou dando cachaça pra ela, isso é apenas o trecho de uma música (que usei pra fazer gracinha, pra parecer que eu tô levando numa boa, com bom humor - mas eu tô é ficando louquinha da silva).

É, na hora do choro não tem bom humor que segure. Tá certo que nesses últimos 6 meses eu estiquei a minha paciência. Juro! Ela não tem faltado. O que bate na hora chama-se desespero, sacomé? Ela chorando muito, toda suada, fechando os olhos, se debatendo e sem querer/conseguir dormir. Eu pergunto pra o mais profundo do meu eu o que mais posso fazer além de acalentar e dizer "está tudo bem".

Depois do chororô, quando ela se acalma, mama e dorme. As vezes por muitas horas, outras vezes por alguns minutos - e acorda e chora e mama e dorme e tudo de novo. As vezes acorda e quer brincar e eu tento por pra dormir e chora e mama e dorme e tudo de novo.

Sei que nessa nova "profissão" que escolhi muitas vezes serei apenas coadjuvante, estarei do lado, prestando apoio. Está só começando a minha jornada. Isso é uma parte ínfima, pequenina. Eu sei que muitos dissabores ocorrerão. E que, muitas vezes, me sentirei atônita como me sinto agora. Sem saber o que fazer. Acaba que quando a gente pega o jeito as coisas mudam e tudo fica bem de novo. Até lá, preciso confessar uma coisa: tá difícil! Alguém tem uma dica pra superar essa fase?

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Crescer dói?

Minha menina há três dias (na verdade noites) tem chorado muito até conseguir dormir. Quando falo muito é muito mesmo!!! Ontem fiquei bastante assustada com tanto choro. Não aceitava mamar, nem ser acalentada, nem ser embalada no ombro, nem ficar deitada na cama, nem no berço. Depois de um tempo eu sempre voltava a insistir oferecendo peito até que ela aceitou, relaxou e dormiu.

Hoje ela chorou um pouco, mas bem menos que ontem. Chorou por alguns minutos, a princípio não quis mamar. Depois aceitou e dormiu tranquilamente, como se nada tivesse ocorrido. Está no soninho agora.

Já li que existem picos de crescimento (como o nome diz, ápices no crescimento físico) e saltos de desenvolvimento (aqueles momentos de aprendizagem do bebê, nos quais ele desenvolve alguma habilidade nova) durante os primeiros anos do bebê, especialmente no primeiro. E a minha pequena está prestes a completar 6 meses de vida (faltam apenas 8 dias!), justamente quando há um "cruzamento" de crescimento e desenvolvimento. Tudo junto e misturado, acredito que ela deve estar com dificuldades pra dormir porque 1) pra crescer ela deve sentir mais fome - o que justifica o aumento das acordadas noturnas e 2) ao se desenvolver o bebê pode sentir-se inseguro e por isso requisitar mais a mamãe, seu porto.

Tomara que essa fase passe, que seja só uma fase mesmo, normal, comum, corriqueira, parte do desenvolvimento. Não é nada legal ver o bebê chorando sem entender o motivo e sem conseguir ajudá-lo a relaxar e descansar.

O legal é quando essa fase passar minha menininha vai estar um pouquinho maior e mais madura fisicamente e vai ter aprendido/consolidado alguma nova habilidade. Eu estou apostando que em breve ela estará sentando sem apoio sozinha (sim, ela está treinando isso - a gente coloca ela no colchonete de barriga pra baixo e ela eleva o abdome e tenta virar de lado, tenta sentar mesmo) e em menos de um mês deve estar engatinhando (é, ela já consegue levantar o tronco e tenta projetar o corpo pra frente).

Para quem ficou curioso sobre os tais picos e saltos, lá vai:



Nosso cantinho cada dia mais especial

Ai, esse cantinho está se tornando cada dia mais especial! Tenho certeza que quando minha filhota crescer e tiver idade pra ler e entender tudo que escrevemos aqui vai ficar super feliz e orgulhosa.

Quando abri o blog ao público - durante todo o tempo que Isis era apenas planos o blog era fechado, só eu escrevia e lia - eu não imaginava que outras pessoas fossem se interessar pelo que está escrito aqui. Mas aí ela se fez e a felicidade foi tanta que não dava pra não compartilhar. E não é que muita gente começou a gostar do que escrevemos? Com o tempo percebi que existe um tanto bem grandão de mães corujas-mamíferas que adoram falar de sua experiência como mães (bem naquela horinhas vagas, depois que o bebê dormem e tudo que elas querem é descansar - loucas, hahaha).

Fui lendo algumas dessas mães e me identificando com elas. Elas se tornaram um rol de blogs do lado direito da tela do meu blog. Eu as admirava. lia, fazia parte do dia a dia delas, mas assim, como quem espia através da janela. Sem nenhuma interação com a maioria delas. Mas eis que alguém um dia pensou que isso não era muito legal e criou uns selinhos que ajudam a gente a contactar as pessoas blogosfera afora.

Recebi o meu primeiro há uns dias de uma amiga mega especial, que, como já expliquei, conheço desde antes de ser mãe. Partilhei o mimo com uma "amiga-lançamento-novidade-de-verão" como ela mesmo descreveu; e ela partilhou comigo dois selinhos que recebeu também. Muito fofo isso, viu, xará? Obrigada! Pra quem não conhece a Anne, corre e clica aqui!

Bem, agora terei que escolher 10 blogs para receberem os selos. Dessa vez vou partilhar também com blogs que não têm a maternidade como assunto principal - alguns até de meninas que nem são mães. Lá vai:

Selinho pink-luxo (uoooooooou, que máximo, rsrsrs):

A regra pra esse é simples: quem aceitar precisa apenas indicar 10 blogs, como mencionei acima. A lista logo virá, calmaê! 

*_*_*_*_*

Selinho Tu blog és como una flor en primavera (já viram como uma flor na primavera é linda).


Bem, pra esse é preciso listar as dez "coisas" que mais amo. Será que consigo? Sou prolixa, hein? Mas vou tentar. Entendam que a ordem de gosto não é necessariamente nessa mesma ordem (pelo menos não tempo todo, hehehe):

1 - Minha família (não consegui optar por mãe, marido e minha princesa tão amada - os três pra mim são tão especiais!)
2 - Internet (sou louca?)
3 - Minha profissão (sou professora - estão vendo como sou dodói????)
4 - Minha bicharada
5 - Amigos
6 - Cozinhar
7 - Comer (ô vicio!!!)
8 - Ler
9 - Scrapbooking digital (uma das minhas novas paixões, que poderia ser substituída no futuro, se eu conseguir encontrar algo que me ocupe a mente e as mãos ao mesmo tempo como se eu não tivesse nada mais importante pra fazer. Chamam isso de hobby.)
10 - Meu bloguinho =)

Finalmente, a lista:

Lili
Mey
Cyn
Scrapbook digital
Bárbara
Maria 
Juliana
Ingrid
Juliana Beaup

PS1: Quem aceitar os selos terá que exibi-los, listar as 10 coisas que mais gosta (no caso do segundo selo), escolher 10 blogs pra indicar e linkar o nosso blog quando exibir os selinhos.

PS2: Vota em nós!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Menos de 24 horas depois

E o "dodói" da filhota desaparece. Como diria Anitelli (nessa música aqui ele diz), assim como veio, acabou. Antes disso, porém, a pequena chorou demais! Nossa, ela chorou tanto hoje a tarde que nos deixou apavorados! Que personalidade, viu? Corremos pra emergência do hospital mais que depressa, só podia ser algo que doía, tamanha intensidade do escândalo choro.

Chegamos lá, médica de plantão examina (numa má vontaaaade) e praticamente ignora que minha filha é um ser humano (ela não falava com a menina, apenas comigo e com o pai, detesto essa postura). Depois de examiná-la, a médica explicou que não havia nenhum sinal de inflamação ou coisa parecida, pulmão limpinho, tudo lindo. Oba! Era só escândalo desconforto mesmo! Mas, para minha surpresa, ao final da consulta a médica prescreve um medicamento para alergia pra minha filha. Ãh? Pra que, hein? Ah, pra eu não ter a sensação de ter perdido meu tempo, claro! Ou então pra eu guardar o autógrafo dela pra quando ela ganhar o Nobel de Medicina!

Agora há pouco fui buscar no Google a forma correta de escrever o termo anti-histamínico (jeito chique de chamar o remédio pra alergia). Para minha quase supresa, encontrei a seguinte informação: "o anti-histamínico é um medicamento psicotropico e só é vendido nas farmacias com receita médica"É, eu disse quase supresa porque já precisei tomar o mesmo medicamento algumas vezes e fiquei chapada sonolenta por várias horas. Imagina isso num bebezinho, OMG!

Considero o comportamento da médica, no mínimo, uma falta de responsabilidade. Não dei e nem vou dar o tal medicamento. A pediatra na qual levamos Isis periodicamente é homeopata, portanto procuro evitar o uso da alopatia, que só combate os sintomas, por vezes criando um estrago maior, sem dar a chance do organismo se defender. Se a gente não tem o mínimo de senso crítico cai em cada armadilha desses "dotores"...

PS: Não esqueçam de votar na gente, viu?

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Prêmio alagoano de blogs

Estamos na luta: http://www.premioalagoanodeblogs.org/todo-amor-que-houver-nessa-vida/

Quem gosta do nosso espaço e quiser ajudar, é só clicar no coração quando acessar o link!

=)

domingo, 5 de dezembro de 2010

Dodói de novo

Minha pequena está dodói de novo. Fico tão triste. É, não achei outra palavra. Sei que pode acontecer, mas eu fico chateada e preocupada. Uma febre começou do nada no final da tarde, ela tossiu algumas vezes, espirrou uma. Uma febre que começou do nada. Febre baixa, mas ela nunca teve (a não ser quando tomou vacina com 2 meses, mas aí havia uma explicação).

Cabeça de mãe viaja, a gente pensa mil e uma coisas. Será que foi o banho frio? Será que foi o ar condicionado no quarto da vovó? Será que foi a mãozinha suja (mãozinha que todo mundo que vê um bebê insiste em beijar) que foi pra boca? Será que foram os brinquedos que dei pra ela sem lavar? O que será que está causando a febre?

Perguntas sem respostas dançando. Talvez tempestade num copo d'água. O negócio é que mãe parece sempre se sentir culpada. Eu não fujo a regra.

Apesar do dodói, ela me parece bem disposta. Demorou um pouco pra dormir, mas acho que foi o calor. Diminui a velocidade do ventilador e pus nela um par de meias. Ela só pegou no sono depois que aumentei a velocidade do ventilador e tirei suas meias.

Sei que vou passar a noite monitorando sua temperatura. Que vou apenas cochilar. Mas sei também que essa febre vai embora como chegou, de repente. E que tudo vai voltar a normalidade.

Fica boa logo, filha!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Prêmio Dardos

A postagem de hoje vai ser um pouquinho diferente. É o agradecimento ao reconhecimento de uma amiga querida, Beta, do Blog "A difícil arte de ser eu". Amiga de longa data. Só não nos conhecemos pessoalmente por um pequeno detalhe geográfico, que nos distancia uns 2000km (infelizmente). Mas fazemos parte da vida uma da outra desde que seu filhote mais novo tinha a idade da minha pequena. E minha pequena ainda era plano. 




O selo:


"O Prêmio Dardos é o reconhecimento dos ideais que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc... que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, e suas palavras. Esse selo foi criado com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros; uma forma de demonstrar o carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à web."











Fico feliz que esse cantinho que criei seja reconhecido com um espaço que agrega valor a outras pessoas. A princípio tudo que eu queria era registrar o amor imenso que sinto pela minha filha desde antes dela nascer. Amor que se multiplica, cresce, estica. Aí um monte de gente se contagia com esse amor. =)

Cabe a mim a tarefa de indicar 5 blogs para receberem o selo. Indico esses aqui:

Quem aceitar a indicação precisa observar as seguintes regras:
1) Você deve exibir a imagem do selo em seu blog;
2) Você deve linkar o blog pelo qual você recebeu a indicação;
3) Escolher outros blogs a quem entregar o Prêmio Dardos;
4) Avisar os indicados.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

5 meses

Seguindo a falta de criatividade para títulos da postagem do mês anterior sobre o desenvolvimento da minha pequena, eis que escrevo: ela chegou aos 5 meses! Na verdade ela já passou dele tem uns dias, está com 5 meses e meio. Hoje foi dia de pediatra e deixei para fazer os registros hoje justamente devido a isso.

Vamos, então, ao que interessa: a pequena está crescendo! Engraçado como a gente quer tanto ver a cria crescer e se desenvolver e ao mesmo tempo deseja que ela fique pequenina. Como dá saudades do antes. Por isso o negócio é curtir o agora, porque passa muito rápido mesmo (eita clichezão de mãe cheio de verdade verdadeira e verídica).

Minha bebê está cheia de novidades: faz a caretinha mais linda do mundo, sorri para o espelho (ela fica emocionada quando vê um bebê lindo e uma outra mãe lá do outro lado; ela deve pensar "puxa, que sorte, tenho duas mães!"). Ela ficava toda molenga quando eu colocava ela sentadinha no carrinho (na hora que vamos jantar), mas de uns dias para cá foi firmando a coluninha [por que essa tendência a colocar tudo que se refere ao bebê no diminutivo, hein? hehe] coluna e agora já senta sem apoio por alguns segundos e com apoio por vários minutos. E gostou dessa nova perspectiva de mundo, viu? Ela adorou a ideia de ter as mãos livres, olha só! Ela também tem desenvolvido a habilidade de rastejar em marcha à ré.

Aprendeu a fazer uns sons diferentes com a boca. Há dois dias aprendeu a fazer "tá, tá" e arriscou um "itá". Das "palavras" que ela "fala", algumas estão bem compreensivas (embora ainda não me pareçam intencionais): nenê, itá (que traduzido é "eita") e ai (que não precisa de tradução e ela usa quando está com muito sono, geralmente em meio ao choro). Coisa mais linda (como tudo que minha filha faz)!

Uma outra novidade magnífica, esplendida, encantadora, para o sossego espanto da mamãe: algumas noites ela tem conseguido dormir sem interrupções, sem acordar. Não fiz nenhum "treinamento" para isso, deixo a natureza dela seguir seu curso. Se ela acordar na madrugada, vou fazer o de sempre: acalentar, verificar se algo a incomoda, oferecer o peito. Geralmente ela volta logo a dormir (e as vezes eu adormeço é antes dela - viva a cama compartilhada). A primeira parte do seu sono - que ela dorme agora, permitindo que eu faça esse registro - ela dorme no berço, que é colado à minha cama. Mas eu nunca me privei de uma noite de sono para insistir que minha pequena dormisse a noite toda no berço. Tampouco jamais deixei ela chorando sem consolo no berço. Ou você gosta de sentir a vontade de ficar juntinho da pessoa que mais ama no mundo (e no caso de minha filha, depende dela para sobreviver) e ser ignorada por ela?

Continuamos oferecendo leite materno em livre demanda e a pequena continua crescendo e ganhando peso lindamente: está agora com 7,5kg (engordou meio quilo) e 65 cm (cresceu 2). Está cheia de dobrinhas e nem parece que tem pescoço. É, essa parte está lhe rendendo algumas incomodas brotoejas.

Nos aproximamos dos 6 meses de nascimento do meu rebento. Estou muito, muito feliz. Me sinto mais gente, mais completa, mais humana, mais mulher. Eu estava muito aflita com a volta ao trabalho, mas a licença será emendada as minhas férias. Ufa, que bom! Voltar ao trabalho será uma das coisas mais difíceis para mim. Mas vou deixar para pensar nisso mais adiante. Em breve, também, a filhota começará a comer alimentos diversos, deixará de apenas ser amamentada. Para mim vai doer um pouco, como se fosse um novo parto. Não, não falo da dor física, mas a dor emocional, do afastamento, da independência. Sim, eu tenho a tendência a superproteger e tornar dependente de mim quem eu amo. Humpft, preciso mudar em relação a isso. Ter um filho - e querer ele seja saudável fisica e emocionalmente - está me ajudando em relação a isso.

Os próximos passos dessa vidinha que cresce e se desenvolve em ritmo acelerado serão registrados aqui. Que venham as papinhas, o engatinhar, o sentar mais tempo sem apoio... vida que segue, linda, linda, linda!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Respeito é uma das faces do amor

Minha filhota acabou de pegar no soninho. Ela não costuma dormir tão tarde não. Geralmente fazemos uma sequência de eventos pra ajudá-la a prever que é hora do sono: shantala + banho morninho + mamar = dormir. Mas hoje não deu muito certo. E o mesmo ocorreu há dois dias.

Fico me perguntando o que houve pra que ela tenha despertado de perdido o sono. Anteontem  ela chegou a cochilar após o "ritual" e depois de 1 hora de sono - ainda comigo no quarto - acordou como se tivesse dormido uma noite inteirinha. Ontem seguiu a rotina de todos os dias. Hoje, novamente, não.

Hoje ela havia dormido mais do que frequentemente dorme durante a tarde: dormiu das 15h e uns minutinhos até quase 18h. Cerca de 2 horas e meia. Eu sabia que isso iria afetar o sono da noite, mas acho um desrespeito acordar alguém, não gosto de ser acordada sem necessidade e não é porque minha filha é um bebê que não merece o mesmo respeito.

Pois bem, acordou tarde para o passeio vespertino, mas mesmo assim trocamos a roupinha dela e saímos para uma volta no quarteirão com pit stop na padaria. Geralmente ela fica meio enjoadinha durante a hora do nosso jantar - meu e do papai dela - mas hoje ela estava "de boa". Após o jantar, seguimos os passos típicos de organização da casa pra ela dormir, mas deixei que ela ficasse acordada um pouco mais de tempo, para que o sono chegasse com vontade. Ela não demonstrou cansaço, então, por conta do horário, decidimos mesmo assim seguir a rotina do sono.

Fiz a massagem dela sem que ela reclamasse. Oba! Nos últimos dias eu até já havia pensado em desistir de fazer a shantala, mas hoje ela aceitou, curtiu, sorriu, ficou feliz - e esse é o objetivo. Depois dei seu banho morninho com chá de camomila na água. Em seguida, mamar no quarto já escurecido. Achei que o sono viria fácil, uma vez que no banho ela já havia choromingado. Ledo engano. O choro era de fome! Eu já desconfiava, pois ela havia mamada fazia umas 4 horas, estava faminta (o padrão dela é mamar em intervalos de 2 horas e meia, em média).

Conformada com o não sono dela, resolvi sair do quarto até que o sono dela chegasse, procurando me ocupar de outras atividades. Num dado momento ela começou a choromingar de novo. Eu, crente que era sono, pedi ajuda do papai para dar-lhe mais um banho - ela estava molhada de suor - e tentar "fazer-lhe" dormir. Na hora de colocar a roupa pra dormir, Isis começou a coçar os olhinhos fechados. Eu tinha certeza que era o sinal perfeito de que ela estava com sono mesmo. Mas algo estranho aconteceu.

Entrei no quarto com ela e, como sempre, coloquei-a pra mamar, mas ela não quis. Começou a chorar, primeiro um chorinho, depois um chorão! Tentei o outro peito, nada. Coloquei-a na cama, ela elétrica. Começou a brincar, balbuciar, rolar, rastejar pra trás (nova habilidade que está em treinamento, coisa mais linda!). Eu fui ficando nervosa, tentando não demonstrar pra ela esse nervosismo. Acho que bebês têm radares ultra-super-mega poderosos e ela deve ter sacado que eu estava nervosa. Depois de tentar o uso de todas as suas habilidades, minha bebê começou a chorar um choro que crescia. Ia ficando maior e mais forte.

Dei colo, peito, o outro peito. Um ombro, o outro ombro. Fiquei em pé com ela, ninando. Nada fazia o choro parar. Nada. Nada! Eu comecei a ficar preocupada. Percebi que ela nem abria o olho durante o choro. Estava exausta, coitadinha, e não conseguia dormir. Fui até a cozinha e falei pro marido, que estava no banho, que estava preocupada com tanto choro e que, caso não cessasse, eu iria levá-la para o hospital. E o choro continuava.

Voltei pro quarto com ela em prantos desesperados (e desesperadores) e deitei com ela do meu lado, última coisa que fazemos todos os dias antes dela dormir, ato que se repete sempre que ela acorda de madrugada. Milagre. De repente o choro cessou, ela acalmou-se e dormiu em poucos minutos.

Fiquei pensando: tudo que ela queria era a segurança de sempre para poder dormir. Ela tentou fazer de outras formas, usou todas as habilidades que possuia, mas não conseguia dormir. Nem meu colo acalentava ela, ela sentia que faltava algo, se desesperou porque não sabia me comunicar isso. Imaginem a angustia que isso deve gerar para o meu pequeno ser.

Fiquei pensando também na triste sorte do bebê de quem acredita que bebês fazem manhas, que bebês precisam chorar pra dormir, que se deixar chorar eles se acostumam e dormem. Minha filha tinha uma necessidade real: precisava de ajuda para dormir. Pense comigo: se ela tem fome eu alimento-a, se ela não sabe assear-se eu dou seu banho e troco a sua fralda, se ela não sabe andar eu carrego-a. Mas se não sabe dormir eu deixo-a chorando?

Mãe não adivinha necessidades não. Mãe observa o filhote e tenta entender o que ele precisa. Não é fácil, afinal nos conhecemos há tão pouco tempo! Mas hoje fiquei muito feliz por ter conseguido perceber que tudo que ela precisava era da segurança de deitar-se do meu lado, juntinho de mim, no meu peito, para que o sono chegasse e ela se entregasse a ele.

Apesar do choro desesperado que presenciei, não sai do seu lado, não a abandonei à própria sorte. Acalentei-a e conversei com ela durante o choro. E, quando ela acalmou-se, expliquei pra ela que estava tudo bem e que ela podia ficar tranquila, que eu não havia compreendido o que ela precisava, mas que agora eu sabia e que ela teria. Mas que, mesmo antes, ela estava protegida e estava tudo bem.

Espero que ela se sinta segura não só por agora, mas que cresça confiante, sabendo que tem com quem contar, alguém que a ama incondicionalmente, mesmo quando não compreende suas necessidades de imediato. Alguém que vibra de felicidade quando descobre o que ela precisa e pode dar de maneira desmedida.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Uma voltinha pra conhecer o velhinho de vermelho

Eu sei que aquela lindeza toda é só apelo comercial. E sei também que shopping não é lá um ambiente muito adequado para um bebê de 5 meses. Sei que o "bom velhinho" é sonho impossível para a maior parte das crianças, que isso é até cruel e que por isso ele nem é tão bom assim.

Mas eu ignorei tudo isso e fomos dar uma voltinha no shopping, pra ver a decoração de Natal e tirar fotos com o Papai Noel. Ah, confesso descaradamente que fiquei encantada e achei tudo muito lindo. A minha pequenina também gostou, viu? Ela olhava tudo com tanta atenção que ficou séria em todas as fotos. É, eu fiquei com uma sensação de "menas main" (piada interna) quando vi que a minha mocinha estava elétrica, eufórica e com carinha de cansada olhando para aquele monte de luzes e cores. Fora o vai e vem de gente, e o barulho de conversas e música alta, e as vitrines. Eu juro que não percebia o quanto o ambiente de shopping é barulhento e estimulante visualmente (pra não dizer poluído visualmente) antes de ser mãe!

Mas voltando ao assunto: Isis olhava tudo com olhinhos atentos. Observava tudo, tudinho. Séria, nem sorria, de tão compenetrada que estava. Depois de olhar bastante pras árvores, luzes, trenzinho, boneco de neve, boneco Papai Noel que se mexia (e ela tentou agarrar e puxar), fomos andar um pouco e ela começou a demonstrar cansaço. Em um dado momento começou a gritar. Meu timer avisou: hora de dar uma paradinha.

Cuspi pra cima quando disse que jamais iria para o fraldário para amamentar! Eu dizia que amamentaria ela em qualquer lugar e sem problemas, sem me preocupar com a opinião alheia. Em certo sentido é verdade: continuo não dando bola pra opinião do povo quando ao amamentar em público, tô nem aí "merrrrrrrmo". Mas acontece que o fraldário é bem menos movimentado que o resto do shopping (por conseguinte, mais silencioso), mais friozinho também (Isis jura que queria ter nascido na Europa de tanto que ama o frio, afffff).

Ela fez sua refeição e dormiu lindamente. Eu, que a essas alturas já ia embora e nem pensava mais em achar o Papai Noel (ele não estava no lugar onde fica a decoração principal do shopping, acho que é de propósito, pra gente ficar andando pelo shopping e comprando - mas isso pra quem tem dinheiro, claro), decidi que ainda dava pra tomar um sorvete. É bem difícil com bebê no colo, mas a minha mãe e meu marido estavam conosco. A pequena acordou, achamos Papai Noel, tiramos fotos. Ela ficou tão quietinha pra tirar a foto que causou admiração no povo que fica tomando conta do Papai Noel (duas moças bem bonitas, as "noeletes", acho que são uma espécie de paquitas do barbudo de vermelho - ops, não é o Lula, hein?). Não chorou! Das duas uma: ou ela estava gostando muito ou estava de saco cheio e ficou quietinha pra tirarmos a foto e zarpar. Fotos tiradas, lanche feito (que ninguém é de ferro), voltamos para casa.

Um detalhe: a minha boneca fez o maior sucesso. Ela é super sorridente e sociável (desde, claro, que ninguém tente tirá-la dos meus braços - ai minha coluna!). Ela não gosta de passar de colo em colo. Certa ela, né? Só pula sem reclamar pro colo do pai e da vovó. E isso quando não está com fome ou sono, porque aí só mamãe consola. E se sente superpoderosa! =)

Não recomendo passeio com bebê em shopping. É um ambiente hiperestimulante, aglomerado, propício a transmissão de doenças infecto-contagiosas (me senti o próprio Dr. Bactéria agora!). Mas ninguém é de ferro, e depois de passear na praia - ar livre e natureza -, e em exposições de obras de arte - cultura pura, era hora de dar vazão ao lado consumista da mamãe, mesmo a mamãe não estando com dinheiro pra consumir. Mas "pra olhar não paga", não é assim que dizem?

Eu quero que minha filha curta o Natal, que acredite em Papai Noel, que viva momentos de encanto e de magia. Acho que existem mais ganhos do que perdas com isso. Essa é minha mera opinião. Foi gostoso para mim curtir tudo isso e quero que ela sinta esse gostinho também. Gostinho de infância. E infância feliz.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Mais um dia mais que especial

Hoje nossa pequena completou 5 meses de vida! Nossa, como o tempo passou rápido! Voando! Apesar da trabalheira e choradeira (mútua) dos primeiros dias de Isis, já sinto saudades da minha recém-nascida, que cabia  num braço só (e agora tá difícil carregar até usando os dois, tá grandona e pesada!).

Mas quero deixar pra falar no desenvolvimento e crescimento do quinto mês de vida da minha menininha quando formos à pediatra, gosto de registrar o peso e altura dela, comentando junto sobre as novas habilidades que ela adquiriu. E ela aprendeu tanta, mas tanta coisa!!!

Bem, um dia assim, mais que especial, não poderia passar em branco, claro! Mas, como a grana tá curta e mamãe tá acima do peso, em lugar de fazermos festa de "mesversário", decidi fazer um passeio diferente pra comemorar: fomos visitar exposições de obras de arte! Chique, né?

A primeira visita foi no Memorial da República, que está recebendo uma exposição denominada Galeria Caixa Brasil. Tem como finalidade comemorar os 150 da Caixa (tá, é propaganda de graça porque a exposição também é, hehehe). Segundo eles é a maior mostra simultânea de artes visuais realizada no país. A Isis arrasou: ficou prestando atenção em tudo que a monitora dizia (parecia estar compreendendo) e observava com atenção os trabalhos expostos, a maioria deles cheia de cores e formas marcantes. Ela deve ter apreciado. Pena que não era possível fotografar (eles não permitiam, informaram que é para preservar as obras). Depois subimos para uma espécie de mirante que tem lá no memorial, com as bandeiras de todos os Estados da federação. Isis ficou encantada com o balanço e o som das bandeiras ao vento, até sorriu, mesmo com um sono repentino e persistente que apoderou-se dela.

Depois aproveitamos a proximidade e fomos à Pinacoteca Universitária, onde está acontecendo a exposição de uma artista chamada Eva Cavalcante. Essa ganhou o nome de "Um certo olhar Cavalcante". Eu não conhecia a artista, mesmo assim achei que valia a pena ir lá conhecê-la. Sempre vale a pena conhecer a visão de mundo que as outras pessoas têm e projetam em seus trabalhos. A parte que eu mais gostei foi a de fotografias, mas Isis parece ter gostado das telas grandonas e coloridas que estavam na mesma sala onde estavam expostas as fotos que gostei.

Não me lembro de ter visitado nenhum espaço assim na infância ou adolescência. Pena! Acho que os espaços não eram acessíveis ou eram pouco divulgados. Ou então, talvez, minha mãe pensasse que espaços assim não são pra crianças. Ou talvez ela nem curtisse mesmo. Eu curto muito, gosto de observar as produções, sentir se considero bonito ou desconcertante o que produziram (ou se simplesmente não gosto). Percebi que desde os primeiros dias de vida a minha pequenina também presta muita atenção a imagens grandes e coloridas. Os quadros que temos em casa são sempre apreciados por ela (ok, ok, tá que só são quatro, dois são de artistas desconhecidos e dois são daqueles comprados em supermercado/magazines). Mas como percebi que ela curte observar, porque não incentivar desde cedo, né?

Mais um passeio gostoso e memorável!

Em tempo: fica a dica para mamães com bebês pequenos, que ficam sem muita opção de passeio. Alguns desses espaços só funcionam de dia, em horário comercial e durante a semana (outros funcionam em horários alternativos e no final de semana). As duas exposições estavam sem muita circulação de pessoas, até pelo dia da semana. Já que só consigo ir onde posso levar a pequena, é preciso aproveitar enquanto ainda me resta licença maternidade. =)

Vamos viajar?

Viajar na janelinha e de graça, quem não quer? Pois é! Eu e minha filhota, vez em quando, viajamos. Através das páginas dos livros.

Mas já? Sim, sim!!! E desde o ventre! Naquela época (parece que já faz tanto tempo) eu nem li o tanto que gostaria, mas ela ouviu Yellow Submarine (o livro), além de muitas outras que eu contava para os meus alunos e é claro que ela ouvia (entre os que li para os meus alunos está A Fada que Tinha Ideias e acho que ela nasceu um pouco Clara Luz).

Do lado de fora da barriga eu já li um conto de riso de Ricardo Azevedo (amo o que ele escreve), chamado O Macado e a Velha. Tá, por enquanto só quem ri sou eu (e ela só ri por causa das minhas risadas nada discretas). E hoje li Flicts (do Ziraldo) pra ela. Ela amou as cores fortes que estão impressas no livro, queria agarrar suas páginas e experimentar do seu modo (amassando e pondo na boca - claro que não deixei).

Fora esses, leio sempre uma história pequena, de um livro cartonado e despretencioso, de uma coleção chamada Contos que Assobiam. O exemplar que temos chama-se Luizinho, o Vagãozinho e conta a história de um vagão que dorme demais e fica esquecido na estação, e por isso precisa refazer sua vida - e consegue, viu? Ela gosta porque esse eu deixo ela pegar, por na boca e apitar o trenzinho que tem na capa (na verdade a capa é vazada e o apito fica na última "página"). Ela ainda não sabe apitar o trenzinho propositalmente, mas gosta quando consegue, mesmo sem querer, ou quando a gente apita pra ela!

Ela ainda não compreende o enredo dos livros, as vezes nem presta muita atenção quando estamos falando. Então, porque ler para um bebê? Tenho vários motivos. Alguns:

* Fortalece nossos laços. Na hora que estou lendo pra ela estamos juntas na "viagem". Ela pode não entender do que se trata, mas compreende que estou fazendo algo pra ela. Como eu mencionei, as vezes ela nem dá muita bola, as vezes só quer rasgar o papel. Mas as vezes ela parece estar compreendendo cada palavra lida!

* Dá exemplo. E a gente sabe que a maior parte do que se aprende, se aprende pelo exemplo e não pelo que se fala ou se manda fazer. Ela pode não entender que estou lendo, mas está vendo o que faço e provavelmente gostará de imitar o ato no futuro. Se eu quero uma filha leitora eu tenho que ler regularmente e demonstrar prazer nisso.

* Melhora o vocabulário. Por enquanto o dela se limita a umas vogais balbuciadas, algumas sílabas totalmente sem sentido (ao menos para mim, mas eu me esforço para compreendê-la - viu filha?). Ela ainda não compreende as palavras que leio, mas quando conseguir entendê-las vai ficar com os novos e desconhecidos vocábulos dançando em sua mente até que consiga descobrir o que significam - se é que ela já não faz isso, hehehe.

* Ajuda a compreender a diferença entre a fala e a escrita. A linguagem escrita tem uma cadência diferente da fala. A escrita tem uma apresentação mais formal; fala é coloquial e permite construções que a escrita não consente. Quando vamos escrever algo é preciso planejar para um interlocutor que não está presente e isso aparece na forma como a linguagem escrita se apresenta. Determinados enredos têm marcadores fortes, como o "Era uma vez" atemporal dos contos de fadas. Ouvir histórias ajuda a criança (ou qualquer ouvinte de qualquer faixa etária) a criar um repertório de gêneros textuais, de autores diversos. Ajuda a criança a criar a sua visão de mundo.

* Ouvir histórias cria memória emotiva de boa qualidade. Quem não se lembra de um momento gostoso de contação de história, seja aquele que acontecia no quarto, histórias contadas pelos pais antes de dormir, seja aquele na escola, na rodinha de história contada pela professora, ou ainda aquele com os amigos, na infância ou adolescência?

Existem muitos outros motivos, mas acredito que os descritos acima já são suficientes para que eu continue buscando histórias interessantes para ler para minha filha. Me divirto muito contando as histórias, fazendo diferentes entonações na minha voz para cada personagem ou situação que me "pede" isso, dando ênfase naquilo que me parece interessante.

À medida que ela for crescendo, espero, vai gostar ainda mais de me ouvir contar histórias para ela. Ela não é boba nem nada e perceberá - ou até já percebe - que esse momento é uma demonstração de amor e dedicação. Depois ela mesmo estará escolhendo as histórias para que eu leia para ela. Depois de depois ela escolherá e lerá sozinha. Depois de depois de depois, quem sabe, ela não estará escrevendo suas próprias histórias? Ou recomeçando esse ciclo e contando histórias para quem queira e goste de ouvir? E quem não gosta, e quem não quer?

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Isis e a bicharada

Todo mundo que me conhece (especialmente se me conheceu antes de ser mãe) sabe que sou loucamente apaixonada pelos cães e gatos. Aqui em casa moram 7 (!!!!) gatinhos e 1 dogão! Todos eles já moravam aqui antes de Isis existir mesmo dentro da minha barriga (cada um com uma história emblemática de vida).

A maioria das pessoas acha total nonsense ter em casa tantos moradores não humanos. Confesso que dá um trabalho e despesas danados e que me esforçaria mais pra encontrar adotantes pra uma parte dos bichinhos se pudesse voltar no tempo. Mas hoje, vínculos criados, tenho coragem nenhuma de fazer isso!

Quando engravidei, pronto! Uma pá de pessoas vinha querendo que eu "desse fim" (ãh?) nos gatinhos e cachorro, que ia fazer mal pra formação do nenê (como, hein?), que podiam trazer doenças (bichinhos limpinhos e cuidados não costumam transmitir doenças pra gente, viu?). E me perguntavam como era que eu ia fazer pra poder conciliar as primeiras andanças de Isis pela casa com a arca de noé bicharada que tenho aqui.

Claro que precisei fazer algumas adaptações. Transformamos nosso quintal em um gatil (telamos a parte de cima, nossos gatos não têm acesso às ruas). Fiz isso porque meus gatinhos são impossíveis. Eles têm certeza que são os donos da casa e nós somos os intrusos. Tenho medo que eles aprontem umas artes, do tipo deitar por cima da minha pequena com ela dormindo. Fora que um dos meus gatinhos, o Galak é muitoloco e faz uma bagunça inimaginável, derruba coisas no chão, um terror, rá! De quando em vez nós deixamos a gataiada circular livremente pela casa, mas eles estão curtindo tanto o quintal que nem sempre todos saem de lá quando a porta se abre.

O Luke, nosso cachorríssimo, mora dentro de casa mesmo. Ele morre de ciúmes quando chega alguém em casa e fala "axim" com a Isis e nem liga pra ele. Tadinho, ele já tem quase 7 anos e jura que é um filhote, hehehe. É super brincalhão, adora uma bagunça. Mas é totalmente não-me-toques, um nojo. Gosta de mexer com os outros, mas não gosta que mexam com ele, pode?

Mas Isis nem quer saber. Mete a mão nas orelhas/pelo deles todos (gato, cachorro, quem estiver mais perto). Esse assunto está surgindo só agora porque só agora ela está prestando atenção pra valer no que está ao seu redor (leia-se vendo o mundo além do peito da mamãe). É um tal de estirar a mãozinha pra agarrar os bichinhos, coimailinda! Como tudo pra ela é botável na boca, ela agarra com vontade os pelos dos pobrezinhos e puxa. O que vier na mão, vai pra boca.

Ah, fique com dó não, e nem ache que os bichinhos estão sendo mal tratados. Pra quem convive com gatos é fácil entender que quando eles não querem, nem chegam perto! Inclusive isso muito me surpreendeu: ver alguns dos gatinhos se aproximando da Isis. Eles não têm medo dela, sabem que ela faz parte da casa e também acho que entendem que ela é um filhote. Sendo assim, eles têm a maior paciência com ela. Chegam perto, fazem carinho nela, deixam ela arrancar-lhes o couro experimentar tocar neles, uma graça. O Luke não é tão amistoso assim, só sabe brincar com criança grande, mas está sendo mais tolerante do que eu imaginava.

Quando eles - cão e gatos - não estão mais afim de brincadeira, saem de perto, simples assim. Como Isis ainda não consegue ir atrás deles, precisa de mim como veículo, claro que eu respeito a tolerância deles e deixo que eles se afastem.

Considero extremamente saudável a convivência da minha filhota com os bichinhos. Ela aprenderá com eles a ter respeito, a observar limites, a trocar carinho, a considerar toda forma de vida. Fora que existem estudos que mostram que a criança que convive com animais desde sempre têm menos chances de desenvolver alergias a pelos. Maravilha, todos felizes!

Semana passada fizemos lindos registros da minha pequena brincando (a la Felícia) com alguns dos gatinhos. Não consegui registrar ela tentando brincar com o Luke, geralmente ele sai de perto dela na primeira tentativa dela em puxar-lhe o pelo fazer-lhe um carinho, não dá tempo de ligar a câmera e tirar a foto. Muito bonito ver a interação entre eles, pra mim os seres de alma mais pura que existem (bebês e animais). Que ela cresça aprendendo a amar e respeitar a vida, de humanos e não humanos!

A propósito: mães que desejam dar aos seus filhotes a aportunidade de crescer junto aos bichinhos, façam como eu, não compre, adote. Assim você estará ensinando ao seu filho que amigo não se compra e que podemos ser solidários e empáticos com os outros (inclusive de outras espécies, por que não?). Existem muitas ONGs que fazem o belo trabalho de resgate e recuperação de animais pelo Brasil (e mundo ) a fora. Dê essa oportunidade a seu filho e a um bichinho!

domingo, 7 de novembro de 2010

Ah, o mar...

Isis conheceu o mar! Aquele gigante lindo, de olhos azuis esverdeados (ou verdes azulados?).

A gente nem tinha a intenção de ir à praia ontem. Mas a filhota estava agoniada, não queria nada. Acho que era sono, mas não conseguia dormir (situação frequente). Decidi: vamos nos arrumar pra sair, dar uma volta. Eu só não queria ir pra lugar fechado, sem circulação de ar (então shopping center estava fora de cogitação).

Me arrumei e arrumei a pequena ainda sem saber qual seria o destino do passeio. Quando estávamos quase prontas (só faltava o mamá dela pra sair), avisei ao papai  e ele se apressou em se arrumar.

Definido o destino, saímos. Rumo à Pajuçara. Lá chegando, por volta das 15h, encontramos um lugar tranquilo, ventilado, com sombras e até com um papagaio solto na amendoeira (né pipa não, o papagaio bichinho mesmo, jurado de prisão por uma vendedora de água de coco que tinha lá, tadinho). Isis gostou do som que ele fazia. Ficamos ali por um tempo, sentados no banquinho, curtindo a brisa. Depois disso, chegadinha perto do mar pra tirar foto (tinha que ficar um registro desse dia) e em seguida uma volta na feirinha de artesanato. Mas foi começar a caminhar em direção à ela que a pequena protestou pedindo mamá, hehehe. Mamou (ô coisa prática, my God!) e dormiu (ela estava com sono desde que saiu de casa). Pena que o sono não durou muito, ainda no caminho pra feirinha ela acordou.

Ela ainda não molhou seus pezinhos naquela imensidão de água salgada, meu coração de mãe diz que ainda não é o tempo. Mas ouvir aquele som, sentir aquela brisa... acho que isso ficará guardadinho no inconsciente dela, fazendo-a sentir-se feliz toda vez que a experiência se repetir.

O céu estava lindo, o sol estava gostoso, a brisa gentil, o mar indescritível. Dia memorável e feliz!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

4 meses

É, totalmente sem criatividade o título, hehehe. Hoje foi dia de pediatra. Eu sei que muita gente não visita mensalmente, mas a nossa faz valer a pena. O tratamento que ela realiza tem orientação homeopática, ela faz anamnese antes de começar a tratar um paciente (uma pesquisa/entrevista detalhada do bebê/mãe), demonstra interesse por nós. Saio leve de lá, gosto de ir. Sem falar que mãe fresca não tem muita oportunidade de sair de casa (hoje tinha um monte de mãe de bebê lá, chega estava barulhenta a sala de espera, monte de mãe com bebezinho no colo, conversando - até os bebês trocavam papo, hehehe).

Mas vamos ao que interessa: Isis está pesando 7kg de puro leite materno! 63cm! Mamãe está orgulhosa de estar conseguindo suprir todas as necessidades nutricionais do bebê mais lindo do mundo só com o peito (fora que essas fórmulas lácteas infantis custam caaaaaro... peito é maravilhoso e ultra econômico). Esse mês, em relação aos outros, ela cresceu mais do que engordou, então está parecendo mais esbelta e mais comprida. Tá linda demais da conta!

As conquistas mais recentes: rola com habilidade. Está tentando rastejar, mas fica parecendo uma tartaruga de casco pra baixo, mexendo os braços e as pernas sem sair do lugar, o que a deixa bastante irritada, ahahaha! Apoia as mãozinhas e levanta o peito, coisa mais linda!

Aos dois meses ela achou a mãozinha, né? Pois, agora achou os pezinhos! Ai, como é lindo! Ela segura os dois pés ao mesmo tempo, fica brincando de rolar o corpinho, coloca o pé na boca. Muito fofo!

Dá gargalhadas com mais frequência (claro que a mamãe é a maior favorecida, quase sempre sou eu quem se delicia com as suas gargalhadinhas). Já reconhece de maneira óbvia a mim, ao pai e a vovó. Agarra tudo que vê pela frente (e isso inclui o meu cabelo e as orelhas do cachorro - ontem ela quase pegou uma caneca de café na mãozinha, sorte que vimos rápido, ufa! - é, eu estava com ela no colo enquanto comia, ossos do ofício). Faz carinho no meu rosto e no do pai. Ai, gente, é muito bom!!!

Ela não se entrega fácil ao sono, é muito sensível ao ambiente, fica estimulada com o que vê, está encantada com o mundo e não parece querer perder tempo. Resultado: demora bastante pra pegar no soninho. Mas quando dorme, consegue descansar por horas seguidas na maioria das vezes, acordando apenas pra mamar (nem sei se ela volta a dormir rápido, as vezes o sono me vence e ponho ela na cama comigo).

Tá mamando com menos frequência e mais rápido. Tão bonitinho, as vezes está mamando e para pra prestar atenção em alguma coisa que está ao redor, levantando a cabeça. Só a lembrança do rostinho dela fazendo isso ilumina meu sorriso e meu olhar...

Já fala algumas palavras em duas línguas e sabe contar até dez! Não, você não leu errado.

Claro que é brincadeira, né?

Mas a brincadeira tem uma razão: mostrar que a perfeição depende do momento de cada um. Minha pequena tem apenas 4 meses e 12 dias. Algumas pessoas perguntam se ela dorme a noite inteira. Mas o que é uma noite inteira pra um serzinho dessa idade? Pra mim ela dorme perfeitamente bem, mesmo acordando 1, 2 ou 3 vezes na madrugada pra mamar. Se ela dormisse longe de mim, no outro quarto, talvez isso fosse um problemão, mas pertinho de mim, berço do lado da minha cama (ou ela colada comigo na cama, quando é preciso), cabou-se, não tem problema nenhum, nenhum, nenhum.

Ela ainda chora muito? Hum, o que é o muito? Vamos considerar: ela não sabe falar ainda, não é? Hoje em dia ela chora quando tem muito sono. Mas, em relação ao seu "comessíssimo" de vida, ela quase não chora mais. Encontrou outras formas pra se comunicar: sabe sorrir, gargalhar, mexer-se, reclamar, fazer barulhinhos.

É isso, o tempo vai passando e eu vou tentando curtir cada fase. É intenso, é trabalhoso (ainda mais sem chupeta ou mamadeira), é cansativo. É sim, não vou florear. Mas é gratificante também, prazeroso também, dá orgulho também!

E que venham os próximos meses!

Minha Filha

Muitas vezes, colocar por escrito o que passamos é dificil. Uma vez ouvi dizer que é impossivel descrever sentimentos. Mas o que sinto por minha filha é bem mais que palavras. Nunca imaginei viver algo assim. Amor por esposa é legal, intenso, mas não se compara ao amor de pais para filho. É algo mais intenso, mais puro. Inexplicavel, este é o termo certo.

Quando vejo minha filha dormindo, fico pensando na fragilidade dela, tão pequena, ali no berço, no que será que ela ta sonhando, será que ta se sentindo bem? frio? calor? o que será que se passa.

Quando esta acordada, não tem como ao primeiro sorriso, se derreter em carinho e alegria. É um sorriso sem maldade, sem interesse, apenas amor e carinho por estarmos ali proximo dela.

Sei que é uma grande responsabilidade, pois ali esta uma vida, mas é uma das coisas mais gratificante que existe.

Falar de minha filha é dificil, pois não tem como babar, mas mesmo sem palavras, quero que saiba que lhe amo muito.

Seu pai.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Quem é ela?

Não sei se é cedo demais. Será que é? Sei que definir limita e blá, blá (já li isso no orkut de alguém, hahaha). Mesmo assim vou tentar. Vou tentar apresentar minha filhota, tentar traduzir em palavras quem é ela. 

Primeiro foi o desejo de ter um bebê. O sonho. A idealização. A gestação chegou. Êxtase puro. Encantamento. Lua de mel. E mais idealização. A gente sonha com aquele bebê de novela, perfeito, que mais parece boneca do que gente. Eu pensava que ela seria daquelas que mamam a cada três horas e que dorme nos intervalos. Eu estava enganada. Ela é perfeita sim! Linda como uma boneca. Mas não tem nadinha de passiva, nunca teve! 

Tá bom, parei de enrolar. Por onde começo? Hum, tá, vamos por pontos. É assim:

Ela é exigente. Ah, e muito! Ela gosta de tudo do jeito dela. Ela já chorou seu choro mais intenso por coisinhas pequenas, como a posição que julgou desconfortável no carrinho, ou uma calça que a fazia sentir calor. Se está com fome, chora como se não mamasse há semanas, rá! Certa ela, né? Ela aprendeu a reclamar (é, reclamar mesmo, não chorar) e - por enquanto - eu acho fofo. Vamos ver daqui a uns, - deixe-me ver - uns quinze anos! 

Ela é curiosa. Observa tudo atentamente. Nada lhe escapa aos olhos. Cores fortes, brilho,luzes. Coisas pequenas, coisas grandes. O cachorro. Ela adora ver o movimento da rua. Ela ama ver as crianças brincando na pracinha. Ela tenta pegar flores nas estampas dos tecidos. Se encanta com os móbiles, chocalhos, ursinhos, bonecas. Ela presta atenção em sons e imagens novos (e tudo pra ela é novo). 

Ela é desconfiada. Como eu sei? Ela nunca demonstra intenso interesse pelo que apresentamos a ela de imediato. Ela primeiro presta atenção, observa, fica séria. Se eu entrego a ela um brinquedo novo, ela olha, pega, tenta por na boca, desdenha. Parece nem se importar. Em outra ocasião a gente entrega a ela o mesmo brinquedo e ela fica toda empolgada. Quando conhece gente nova, me olha com uma cara de "é de fé?". Se eu demonstro confiança ela percebe e aceita o novo colo. Se ela saca que eu não tô curtindo, ela abre o berreiro, hehehe!

Ela é carinhosa. Ai, como é! Ela toca delicadamente o meu rosto enquanto mama. Ela acorda sorrindo. Ela toca delicadamente o meu rosto quando acorda. Ela faz carinho no rosto do papai também. Em troca eu retribuo, dou-lhe mais carinho, acaricio seu rostinho, seus cabelos, para que ela perceba que carinho, quanto mais se dá, mais se recebe.

Ela é higiênica. Eu não encontrei outra palavra não, hohoho. Mas ela ama banho, chora(va, tá mocinha) quando sai. Ela odeia ficar com a fraldinha suja de cocô ou xixi. É reclamação certa. Roupa babada? Outra fonte de reclamação. Ela ama a higiene bucal, roupinha limpa e cheirosa, banho e coisa e tal!

Ela tem bom gosto. É! Ela curte Los Hermanos, O Teatro Mágico, Gato Zarolho (banda aqui da terrinha que é tudibom). Ela gosta de roupa vermelha. Gosta de natureza (aprecia as árvores da pracinha, gato e cachorro e um quadro desses comprado em magazine que tem aqui em casa com um desenho enorme de uma orquídea). E - olha só a prova cabal do bom gosto - a pessoa que ela mais gosta no mundo sou eu (tá bom, quase empatado com o papai e também curte de montão a vovó). =P

É, ela é isso e muito mais. Só nos conhecemos pessoalmente há 4 meses, ainda estamos nos descobrindo. Ela está se descobrindo. 

É interessante isso. A gente pensa que o bebê vem como um caderno, folhas em branco com linhas pra gente escrever o que quiser. Mas não é bem assim não. 

Eu diria que é como um livro inacabado, que só tem o início da história. A gente recebe um começo, mas o restante a gente vai construindo, escrevendo junto, desenhando. O roteiro não está pronto. Cada dia, capítulos emocionantes vão sendo registrados. 

Quem é ela? Ela é meu best-seller, meu livro de cabeceira!


segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Before I Was a Mother

Antes de ser mãe,
Eu fazia e comia refeições quentes.
Eu usava roupas sem manchas.
Eu tinha calma conversas ao telefone.

Antes de ser mãe,
Eu dormia tão tarde quanto eu quisesse e nunca me preocupava com que horas iria para a cama.
Eu escovava meus cabelos e tomava banho sem pressa.

Antes de ser mãe,
Minha casa estava limpa todos os dias.
Eu nunca tropeçava em brinquedos, ou pensava em canções de ninar.

Antes de ser mãe,
Eu não me preocupava se minhas plantas eram venenosas.
Eu nem sabia que existiam protetores de tomada...

Antes de ser mãe,
Ninguém nunca tinha vomitado ou feito xixi em mim.
Eu nunca tinha sido beliscada por dedinhos de unhas finas.
Ninguém tinha me molhado.

Antes de ser mãe,
Eu tinha controle de minha mente, dos meus pensamentos, do meu corpo, e do meu tempo.
Eu dormia a noite toda!!!

Antes de ser mãe,
Eu nunca tinha segurado uma criança chorando para que pudesse fazer exames ou aplicar vacinas.
Eu nunca havia experimentado a maravilhosa sensação de amamentar e saciar um bebê faminto.

Eu nunca chorei olhando pequeninos olhos que choravam.
Eu nunca tinha ficado tão gloriosamente feliz por causa de um simples sorriso.
Eu nunca tinha sentado tarde da noite só para admirar um bebê dormindo.

Eu nunca tinha segurado um bebê dormindo só porque eu não queria deixá-lo.
Eu nunca havia sentido meu coração se quebrar em um milhão de pedaços porque eu não pude parar uma dor.
Eu nunca imaginaria que algo tão pequeno pudesse afetar tanto a minha vida.
Eu nunca soube que eu amaria ser mãe...

Antes de ser mãe,
Eu não conhecia a sensação de ter meu coração fora de meu corpo.
Eu não conhecia a força do amor entre uma mãe e seu filho.

Antes de ser mãe, Eu não conhecia o calor,
a alegria, o amor, a preocupação, a plenitude, ou a satisfação de ser mãe.
Eu não sabia que era capaz de sentir tudo isso com tanta intensidade

© Patricia Vaughan & Silvia Schmidt ©
Texto original : " Before I Was a Mother "
- Direitos Autorais Reservados -
©2001©

sábado, 23 de outubro de 2010

Primeiro dodói

É, o primeiro "dodói" da minha pequena. Clichê, mas digo: dói mais em mim do que nela. Os sintomas são poucos e suaves (dentro do limite de um "dodói"): está com tosse carregada, espirrando, nariz congestionado, corizando. Felizmente está sem febre. Está até animadinha pra quem está "dodói". Coisas bastante administráveis, a menos que seja hora de dormir. Tadinha, ela tenta, tenta, mas leva muito mais tempo do que já levava.

Ontem passou cerca de duas horas e meia até adormecer, mas não sem um chorinho irritado, sem angústia da mamãe. Contamos com a ajuda do papai há duas noites: depois que ela mama bastante, o papai trás pra rede e a embala com muito carinho até ela entrar no soninho profundo. É, até antes dela ficar com esses sintomas a única forma de dormir era mamando, mas com a congestão nasal ela está com dificuldades de dormir assim, então o ombro do papai tem sido sua opção.

Eu tinha certeza que minha pequena era ultra imune a qualquer problema de saúde, por mínimo que fosse, por ser muito bem cuidada (modéstia à parte) e alimentada exclusivamente de superpoderoso leite da mamãe. Ledo engano. Sabe, outro dia li sobre acolher a doença de nossos queridos (especialmente filhos) pra entender que faz parte da vida, que o corpo encontra forças para se defender quando aprende a enfrentar a doença. E quando a gente não entende isso e obriga as coisas a acontecerem de maneira anti-natural, o resultado são doenças que se tornam crônicas.

Não estou dizendo pra deixar doenças sem tratamento, não é isso. Mas eu optei por uma forma de tratar minha filhota de maneira menos agressiva, que dê tempo de resposta ao seu corpinho.O que estou fazendo pra ajudá-la? Homeopatia (a pediatra dela é homeopata), nariz limpo com soro, dando a ela muito peito, muito colo, muito carinho. Espero que em breve esses sintomas passem e minha pequena se livre do mal estar que é enfrentá-los. E enquanto não passam, estou ainda mais do ladinho dela.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Sabe o tempo?

Mesmo quando a gente não quer, ele passa. E ele passa assim: 30 segundos são 30 segundos, 30 minutos são 30 minutos. E 30 anos são 30 anos. E mesmo quando a gente quer que ele passe mais rápido, não adianta, ele não passa.

Mesmo que a gente queira muito que o tempo passe pra gente ver logo os filhos sentando/andando/correndo, ou para que aquela fase difícil passe. Mesmo que a gente queira que o tempo pare pra gente curtir os primeiros sorrisos, gargalhadas, gritinhos, a descoberta das mãozinhas ou dos pés. O tempo é irredutível. Ele passa, mas passa do jeito dele, assim, meio que contrariando a nossa vontade.

Claro, existem ocasiões e situações que nos fazem pensar que o tempo passou mais depressa ou lentamente do que o que esperávamos. Isso, como diz aquele comercial sobre doação de órgãos, isso mesmo! Mas na real o tempo é o que fazemos dele.

Desde quando minha pequena morava do lado de dentro da minha barriga eu quis aproveitar cada momento. Claro que dá vontade de conhecer o bebê quando ele está no nosso ventre, dá sim. Mas eu colocava a vontade no bolso e curtia cada momento, pelo menos depois que passou o primeiro trimestre. Pois é, eu odiei o primeiro trimestre da minha gestação (muita insegurança, vixe). E ele passou. Eu amei todo o restante da minha gestação. E ela passou.

Eu sofri com o primeiro mês de vida da Isis. Nossa, como foi difícil. De repente um serzinho novo, cheio de personalidade, de necessidades e totalmente dependente de mim. E sem saber falar, sem saber me dizer o que queria ou sentia. Puxa, é muito difícil! Eu pensava, "passa logo, tempo, acaba, primeiro mês". Mas o tempo não me obedeceu, ele passou, mas passou assim, com 30 dias e pronto. Cada dia com suas 24 horas. Cada hora com seus 60 minutos.

E passaram-se mais (quase) três meses. E minha filha completará domingo 4 meses. 1/3 de um ano! Passou. Eu queria que os três primeiros meses passassem rápido, por acreditar serem os mais difíceis para os recém nascidos (o bebê e a mamãe recém nascidos, que fique claro). Mas o tempo, teimoso, passou no tempo dele.

Agora que minha nenê já sabe fazer um monte de coisas lindas, e sorri pra mim, dá gritinhos e gargalhadas, eu sinto vontade que o tempo pare, congele, estacione. Mas isso é impossível. Os meses vão passar com seus 30, 31 dias (ou 28, 29, hehehe).

O que vale? O que vale é o presente. É o agora. É o momento. Isso é tudo que temos. O que passou virou saudades. E eu sinto saudades da minha barriga gigante, carinha inchada da minha Isis, ah sinto! Tanta, mas tanta saudade que as lágrimas me vêm aos olhos só de lembrar. E eu sei que vou sentir saudades da minha bebê que chora, que ri, que mama, que dorme agarradinha comigo. Eu sei, eu sei.

Mas e adianta eu sofrer porque o tempo vai passar? Parece que não, né? Preciso curtir cada segundo da vidinha da minha filha, os avanços dela e até a dependência dela. Esse é o meu presente (entenda-se presente aqui com dois significados). Vou aproveitar seu cheirinho, seu chorinho, sua baba, as mamadas, o acordar ao seu lado fazendo folia, suas fraldas pra trocar, seu sorriso lindo, lindo, lindo.

O que passou não volta. O que ainda não veio, nem existe! Eu vou é curtir meu presente: o presente!