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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Respeito é uma das faces do amor

Minha filhota acabou de pegar no soninho. Ela não costuma dormir tão tarde não. Geralmente fazemos uma sequência de eventos pra ajudá-la a prever que é hora do sono: shantala + banho morninho + mamar = dormir. Mas hoje não deu muito certo. E o mesmo ocorreu há dois dias.

Fico me perguntando o que houve pra que ela tenha despertado de perdido o sono. Anteontem  ela chegou a cochilar após o "ritual" e depois de 1 hora de sono - ainda comigo no quarto - acordou como se tivesse dormido uma noite inteirinha. Ontem seguiu a rotina de todos os dias. Hoje, novamente, não.

Hoje ela havia dormido mais do que frequentemente dorme durante a tarde: dormiu das 15h e uns minutinhos até quase 18h. Cerca de 2 horas e meia. Eu sabia que isso iria afetar o sono da noite, mas acho um desrespeito acordar alguém, não gosto de ser acordada sem necessidade e não é porque minha filha é um bebê que não merece o mesmo respeito.

Pois bem, acordou tarde para o passeio vespertino, mas mesmo assim trocamos a roupinha dela e saímos para uma volta no quarteirão com pit stop na padaria. Geralmente ela fica meio enjoadinha durante a hora do nosso jantar - meu e do papai dela - mas hoje ela estava "de boa". Após o jantar, seguimos os passos típicos de organização da casa pra ela dormir, mas deixei que ela ficasse acordada um pouco mais de tempo, para que o sono chegasse com vontade. Ela não demonstrou cansaço, então, por conta do horário, decidimos mesmo assim seguir a rotina do sono.

Fiz a massagem dela sem que ela reclamasse. Oba! Nos últimos dias eu até já havia pensado em desistir de fazer a shantala, mas hoje ela aceitou, curtiu, sorriu, ficou feliz - e esse é o objetivo. Depois dei seu banho morninho com chá de camomila na água. Em seguida, mamar no quarto já escurecido. Achei que o sono viria fácil, uma vez que no banho ela já havia choromingado. Ledo engano. O choro era de fome! Eu já desconfiava, pois ela havia mamada fazia umas 4 horas, estava faminta (o padrão dela é mamar em intervalos de 2 horas e meia, em média).

Conformada com o não sono dela, resolvi sair do quarto até que o sono dela chegasse, procurando me ocupar de outras atividades. Num dado momento ela começou a choromingar de novo. Eu, crente que era sono, pedi ajuda do papai para dar-lhe mais um banho - ela estava molhada de suor - e tentar "fazer-lhe" dormir. Na hora de colocar a roupa pra dormir, Isis começou a coçar os olhinhos fechados. Eu tinha certeza que era o sinal perfeito de que ela estava com sono mesmo. Mas algo estranho aconteceu.

Entrei no quarto com ela e, como sempre, coloquei-a pra mamar, mas ela não quis. Começou a chorar, primeiro um chorinho, depois um chorão! Tentei o outro peito, nada. Coloquei-a na cama, ela elétrica. Começou a brincar, balbuciar, rolar, rastejar pra trás (nova habilidade que está em treinamento, coisa mais linda!). Eu fui ficando nervosa, tentando não demonstrar pra ela esse nervosismo. Acho que bebês têm radares ultra-super-mega poderosos e ela deve ter sacado que eu estava nervosa. Depois de tentar o uso de todas as suas habilidades, minha bebê começou a chorar um choro que crescia. Ia ficando maior e mais forte.

Dei colo, peito, o outro peito. Um ombro, o outro ombro. Fiquei em pé com ela, ninando. Nada fazia o choro parar. Nada. Nada! Eu comecei a ficar preocupada. Percebi que ela nem abria o olho durante o choro. Estava exausta, coitadinha, e não conseguia dormir. Fui até a cozinha e falei pro marido, que estava no banho, que estava preocupada com tanto choro e que, caso não cessasse, eu iria levá-la para o hospital. E o choro continuava.

Voltei pro quarto com ela em prantos desesperados (e desesperadores) e deitei com ela do meu lado, última coisa que fazemos todos os dias antes dela dormir, ato que se repete sempre que ela acorda de madrugada. Milagre. De repente o choro cessou, ela acalmou-se e dormiu em poucos minutos.

Fiquei pensando: tudo que ela queria era a segurança de sempre para poder dormir. Ela tentou fazer de outras formas, usou todas as habilidades que possuia, mas não conseguia dormir. Nem meu colo acalentava ela, ela sentia que faltava algo, se desesperou porque não sabia me comunicar isso. Imaginem a angustia que isso deve gerar para o meu pequeno ser.

Fiquei pensando também na triste sorte do bebê de quem acredita que bebês fazem manhas, que bebês precisam chorar pra dormir, que se deixar chorar eles se acostumam e dormem. Minha filha tinha uma necessidade real: precisava de ajuda para dormir. Pense comigo: se ela tem fome eu alimento-a, se ela não sabe assear-se eu dou seu banho e troco a sua fralda, se ela não sabe andar eu carrego-a. Mas se não sabe dormir eu deixo-a chorando?

Mãe não adivinha necessidades não. Mãe observa o filhote e tenta entender o que ele precisa. Não é fácil, afinal nos conhecemos há tão pouco tempo! Mas hoje fiquei muito feliz por ter conseguido perceber que tudo que ela precisava era da segurança de deitar-se do meu lado, juntinho de mim, no meu peito, para que o sono chegasse e ela se entregasse a ele.

Apesar do choro desesperado que presenciei, não sai do seu lado, não a abandonei à própria sorte. Acalentei-a e conversei com ela durante o choro. E, quando ela acalmou-se, expliquei pra ela que estava tudo bem e que ela podia ficar tranquila, que eu não havia compreendido o que ela precisava, mas que agora eu sabia e que ela teria. Mas que, mesmo antes, ela estava protegida e estava tudo bem.

Espero que ela se sinta segura não só por agora, mas que cresça confiante, sabendo que tem com quem contar, alguém que a ama incondicionalmente, mesmo quando não compreende suas necessidades de imediato. Alguém que vibra de felicidade quando descobre o que ela precisa e pode dar de maneira desmedida.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Uma voltinha pra conhecer o velhinho de vermelho

Eu sei que aquela lindeza toda é só apelo comercial. E sei também que shopping não é lá um ambiente muito adequado para um bebê de 5 meses. Sei que o "bom velhinho" é sonho impossível para a maior parte das crianças, que isso é até cruel e que por isso ele nem é tão bom assim.

Mas eu ignorei tudo isso e fomos dar uma voltinha no shopping, pra ver a decoração de Natal e tirar fotos com o Papai Noel. Ah, confesso descaradamente que fiquei encantada e achei tudo muito lindo. A minha pequenina também gostou, viu? Ela olhava tudo com tanta atenção que ficou séria em todas as fotos. É, eu fiquei com uma sensação de "menas main" (piada interna) quando vi que a minha mocinha estava elétrica, eufórica e com carinha de cansada olhando para aquele monte de luzes e cores. Fora o vai e vem de gente, e o barulho de conversas e música alta, e as vitrines. Eu juro que não percebia o quanto o ambiente de shopping é barulhento e estimulante visualmente (pra não dizer poluído visualmente) antes de ser mãe!

Mas voltando ao assunto: Isis olhava tudo com olhinhos atentos. Observava tudo, tudinho. Séria, nem sorria, de tão compenetrada que estava. Depois de olhar bastante pras árvores, luzes, trenzinho, boneco de neve, boneco Papai Noel que se mexia (e ela tentou agarrar e puxar), fomos andar um pouco e ela começou a demonstrar cansaço. Em um dado momento começou a gritar. Meu timer avisou: hora de dar uma paradinha.

Cuspi pra cima quando disse que jamais iria para o fraldário para amamentar! Eu dizia que amamentaria ela em qualquer lugar e sem problemas, sem me preocupar com a opinião alheia. Em certo sentido é verdade: continuo não dando bola pra opinião do povo quando ao amamentar em público, tô nem aí "merrrrrrrmo". Mas acontece que o fraldário é bem menos movimentado que o resto do shopping (por conseguinte, mais silencioso), mais friozinho também (Isis jura que queria ter nascido na Europa de tanto que ama o frio, afffff).

Ela fez sua refeição e dormiu lindamente. Eu, que a essas alturas já ia embora e nem pensava mais em achar o Papai Noel (ele não estava no lugar onde fica a decoração principal do shopping, acho que é de propósito, pra gente ficar andando pelo shopping e comprando - mas isso pra quem tem dinheiro, claro), decidi que ainda dava pra tomar um sorvete. É bem difícil com bebê no colo, mas a minha mãe e meu marido estavam conosco. A pequena acordou, achamos Papai Noel, tiramos fotos. Ela ficou tão quietinha pra tirar a foto que causou admiração no povo que fica tomando conta do Papai Noel (duas moças bem bonitas, as "noeletes", acho que são uma espécie de paquitas do barbudo de vermelho - ops, não é o Lula, hein?). Não chorou! Das duas uma: ou ela estava gostando muito ou estava de saco cheio e ficou quietinha pra tirarmos a foto e zarpar. Fotos tiradas, lanche feito (que ninguém é de ferro), voltamos para casa.

Um detalhe: a minha boneca fez o maior sucesso. Ela é super sorridente e sociável (desde, claro, que ninguém tente tirá-la dos meus braços - ai minha coluna!). Ela não gosta de passar de colo em colo. Certa ela, né? Só pula sem reclamar pro colo do pai e da vovó. E isso quando não está com fome ou sono, porque aí só mamãe consola. E se sente superpoderosa! =)

Não recomendo passeio com bebê em shopping. É um ambiente hiperestimulante, aglomerado, propício a transmissão de doenças infecto-contagiosas (me senti o próprio Dr. Bactéria agora!). Mas ninguém é de ferro, e depois de passear na praia - ar livre e natureza -, e em exposições de obras de arte - cultura pura, era hora de dar vazão ao lado consumista da mamãe, mesmo a mamãe não estando com dinheiro pra consumir. Mas "pra olhar não paga", não é assim que dizem?

Eu quero que minha filha curta o Natal, que acredite em Papai Noel, que viva momentos de encanto e de magia. Acho que existem mais ganhos do que perdas com isso. Essa é minha mera opinião. Foi gostoso para mim curtir tudo isso e quero que ela sinta esse gostinho também. Gostinho de infância. E infância feliz.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Mais um dia mais que especial

Hoje nossa pequena completou 5 meses de vida! Nossa, como o tempo passou rápido! Voando! Apesar da trabalheira e choradeira (mútua) dos primeiros dias de Isis, já sinto saudades da minha recém-nascida, que cabia  num braço só (e agora tá difícil carregar até usando os dois, tá grandona e pesada!).

Mas quero deixar pra falar no desenvolvimento e crescimento do quinto mês de vida da minha menininha quando formos à pediatra, gosto de registrar o peso e altura dela, comentando junto sobre as novas habilidades que ela adquiriu. E ela aprendeu tanta, mas tanta coisa!!!

Bem, um dia assim, mais que especial, não poderia passar em branco, claro! Mas, como a grana tá curta e mamãe tá acima do peso, em lugar de fazermos festa de "mesversário", decidi fazer um passeio diferente pra comemorar: fomos visitar exposições de obras de arte! Chique, né?

A primeira visita foi no Memorial da República, que está recebendo uma exposição denominada Galeria Caixa Brasil. Tem como finalidade comemorar os 150 da Caixa (tá, é propaganda de graça porque a exposição também é, hehehe). Segundo eles é a maior mostra simultânea de artes visuais realizada no país. A Isis arrasou: ficou prestando atenção em tudo que a monitora dizia (parecia estar compreendendo) e observava com atenção os trabalhos expostos, a maioria deles cheia de cores e formas marcantes. Ela deve ter apreciado. Pena que não era possível fotografar (eles não permitiam, informaram que é para preservar as obras). Depois subimos para uma espécie de mirante que tem lá no memorial, com as bandeiras de todos os Estados da federação. Isis ficou encantada com o balanço e o som das bandeiras ao vento, até sorriu, mesmo com um sono repentino e persistente que apoderou-se dela.

Depois aproveitamos a proximidade e fomos à Pinacoteca Universitária, onde está acontecendo a exposição de uma artista chamada Eva Cavalcante. Essa ganhou o nome de "Um certo olhar Cavalcante". Eu não conhecia a artista, mesmo assim achei que valia a pena ir lá conhecê-la. Sempre vale a pena conhecer a visão de mundo que as outras pessoas têm e projetam em seus trabalhos. A parte que eu mais gostei foi a de fotografias, mas Isis parece ter gostado das telas grandonas e coloridas que estavam na mesma sala onde estavam expostas as fotos que gostei.

Não me lembro de ter visitado nenhum espaço assim na infância ou adolescência. Pena! Acho que os espaços não eram acessíveis ou eram pouco divulgados. Ou então, talvez, minha mãe pensasse que espaços assim não são pra crianças. Ou talvez ela nem curtisse mesmo. Eu curto muito, gosto de observar as produções, sentir se considero bonito ou desconcertante o que produziram (ou se simplesmente não gosto). Percebi que desde os primeiros dias de vida a minha pequenina também presta muita atenção a imagens grandes e coloridas. Os quadros que temos em casa são sempre apreciados por ela (ok, ok, tá que só são quatro, dois são de artistas desconhecidos e dois são daqueles comprados em supermercado/magazines). Mas como percebi que ela curte observar, porque não incentivar desde cedo, né?

Mais um passeio gostoso e memorável!

Em tempo: fica a dica para mamães com bebês pequenos, que ficam sem muita opção de passeio. Alguns desses espaços só funcionam de dia, em horário comercial e durante a semana (outros funcionam em horários alternativos e no final de semana). As duas exposições estavam sem muita circulação de pessoas, até pelo dia da semana. Já que só consigo ir onde posso levar a pequena, é preciso aproveitar enquanto ainda me resta licença maternidade. =)

Vamos viajar?

Viajar na janelinha e de graça, quem não quer? Pois é! Eu e minha filhota, vez em quando, viajamos. Através das páginas dos livros.

Mas já? Sim, sim!!! E desde o ventre! Naquela época (parece que já faz tanto tempo) eu nem li o tanto que gostaria, mas ela ouviu Yellow Submarine (o livro), além de muitas outras que eu contava para os meus alunos e é claro que ela ouvia (entre os que li para os meus alunos está A Fada que Tinha Ideias e acho que ela nasceu um pouco Clara Luz).

Do lado de fora da barriga eu já li um conto de riso de Ricardo Azevedo (amo o que ele escreve), chamado O Macado e a Velha. Tá, por enquanto só quem ri sou eu (e ela só ri por causa das minhas risadas nada discretas). E hoje li Flicts (do Ziraldo) pra ela. Ela amou as cores fortes que estão impressas no livro, queria agarrar suas páginas e experimentar do seu modo (amassando e pondo na boca - claro que não deixei).

Fora esses, leio sempre uma história pequena, de um livro cartonado e despretencioso, de uma coleção chamada Contos que Assobiam. O exemplar que temos chama-se Luizinho, o Vagãozinho e conta a história de um vagão que dorme demais e fica esquecido na estação, e por isso precisa refazer sua vida - e consegue, viu? Ela gosta porque esse eu deixo ela pegar, por na boca e apitar o trenzinho que tem na capa (na verdade a capa é vazada e o apito fica na última "página"). Ela ainda não sabe apitar o trenzinho propositalmente, mas gosta quando consegue, mesmo sem querer, ou quando a gente apita pra ela!

Ela ainda não compreende o enredo dos livros, as vezes nem presta muita atenção quando estamos falando. Então, porque ler para um bebê? Tenho vários motivos. Alguns:

* Fortalece nossos laços. Na hora que estou lendo pra ela estamos juntas na "viagem". Ela pode não entender do que se trata, mas compreende que estou fazendo algo pra ela. Como eu mencionei, as vezes ela nem dá muita bola, as vezes só quer rasgar o papel. Mas as vezes ela parece estar compreendendo cada palavra lida!

* Dá exemplo. E a gente sabe que a maior parte do que se aprende, se aprende pelo exemplo e não pelo que se fala ou se manda fazer. Ela pode não entender que estou lendo, mas está vendo o que faço e provavelmente gostará de imitar o ato no futuro. Se eu quero uma filha leitora eu tenho que ler regularmente e demonstrar prazer nisso.

* Melhora o vocabulário. Por enquanto o dela se limita a umas vogais balbuciadas, algumas sílabas totalmente sem sentido (ao menos para mim, mas eu me esforço para compreendê-la - viu filha?). Ela ainda não compreende as palavras que leio, mas quando conseguir entendê-las vai ficar com os novos e desconhecidos vocábulos dançando em sua mente até que consiga descobrir o que significam - se é que ela já não faz isso, hehehe.

* Ajuda a compreender a diferença entre a fala e a escrita. A linguagem escrita tem uma cadência diferente da fala. A escrita tem uma apresentação mais formal; fala é coloquial e permite construções que a escrita não consente. Quando vamos escrever algo é preciso planejar para um interlocutor que não está presente e isso aparece na forma como a linguagem escrita se apresenta. Determinados enredos têm marcadores fortes, como o "Era uma vez" atemporal dos contos de fadas. Ouvir histórias ajuda a criança (ou qualquer ouvinte de qualquer faixa etária) a criar um repertório de gêneros textuais, de autores diversos. Ajuda a criança a criar a sua visão de mundo.

* Ouvir histórias cria memória emotiva de boa qualidade. Quem não se lembra de um momento gostoso de contação de história, seja aquele que acontecia no quarto, histórias contadas pelos pais antes de dormir, seja aquele na escola, na rodinha de história contada pela professora, ou ainda aquele com os amigos, na infância ou adolescência?

Existem muitos outros motivos, mas acredito que os descritos acima já são suficientes para que eu continue buscando histórias interessantes para ler para minha filha. Me divirto muito contando as histórias, fazendo diferentes entonações na minha voz para cada personagem ou situação que me "pede" isso, dando ênfase naquilo que me parece interessante.

À medida que ela for crescendo, espero, vai gostar ainda mais de me ouvir contar histórias para ela. Ela não é boba nem nada e perceberá - ou até já percebe - que esse momento é uma demonstração de amor e dedicação. Depois ela mesmo estará escolhendo as histórias para que eu leia para ela. Depois de depois ela escolherá e lerá sozinha. Depois de depois de depois, quem sabe, ela não estará escrevendo suas próprias histórias? Ou recomeçando esse ciclo e contando histórias para quem queira e goste de ouvir? E quem não gosta, e quem não quer?

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Isis e a bicharada

Todo mundo que me conhece (especialmente se me conheceu antes de ser mãe) sabe que sou loucamente apaixonada pelos cães e gatos. Aqui em casa moram 7 (!!!!) gatinhos e 1 dogão! Todos eles já moravam aqui antes de Isis existir mesmo dentro da minha barriga (cada um com uma história emblemática de vida).

A maioria das pessoas acha total nonsense ter em casa tantos moradores não humanos. Confesso que dá um trabalho e despesas danados e que me esforçaria mais pra encontrar adotantes pra uma parte dos bichinhos se pudesse voltar no tempo. Mas hoje, vínculos criados, tenho coragem nenhuma de fazer isso!

Quando engravidei, pronto! Uma pá de pessoas vinha querendo que eu "desse fim" (ãh?) nos gatinhos e cachorro, que ia fazer mal pra formação do nenê (como, hein?), que podiam trazer doenças (bichinhos limpinhos e cuidados não costumam transmitir doenças pra gente, viu?). E me perguntavam como era que eu ia fazer pra poder conciliar as primeiras andanças de Isis pela casa com a arca de noé bicharada que tenho aqui.

Claro que precisei fazer algumas adaptações. Transformamos nosso quintal em um gatil (telamos a parte de cima, nossos gatos não têm acesso às ruas). Fiz isso porque meus gatinhos são impossíveis. Eles têm certeza que são os donos da casa e nós somos os intrusos. Tenho medo que eles aprontem umas artes, do tipo deitar por cima da minha pequena com ela dormindo. Fora que um dos meus gatinhos, o Galak é muitoloco e faz uma bagunça inimaginável, derruba coisas no chão, um terror, rá! De quando em vez nós deixamos a gataiada circular livremente pela casa, mas eles estão curtindo tanto o quintal que nem sempre todos saem de lá quando a porta se abre.

O Luke, nosso cachorríssimo, mora dentro de casa mesmo. Ele morre de ciúmes quando chega alguém em casa e fala "axim" com a Isis e nem liga pra ele. Tadinho, ele já tem quase 7 anos e jura que é um filhote, hehehe. É super brincalhão, adora uma bagunça. Mas é totalmente não-me-toques, um nojo. Gosta de mexer com os outros, mas não gosta que mexam com ele, pode?

Mas Isis nem quer saber. Mete a mão nas orelhas/pelo deles todos (gato, cachorro, quem estiver mais perto). Esse assunto está surgindo só agora porque só agora ela está prestando atenção pra valer no que está ao seu redor (leia-se vendo o mundo além do peito da mamãe). É um tal de estirar a mãozinha pra agarrar os bichinhos, coimailinda! Como tudo pra ela é botável na boca, ela agarra com vontade os pelos dos pobrezinhos e puxa. O que vier na mão, vai pra boca.

Ah, fique com dó não, e nem ache que os bichinhos estão sendo mal tratados. Pra quem convive com gatos é fácil entender que quando eles não querem, nem chegam perto! Inclusive isso muito me surpreendeu: ver alguns dos gatinhos se aproximando da Isis. Eles não têm medo dela, sabem que ela faz parte da casa e também acho que entendem que ela é um filhote. Sendo assim, eles têm a maior paciência com ela. Chegam perto, fazem carinho nela, deixam ela arrancar-lhes o couro experimentar tocar neles, uma graça. O Luke não é tão amistoso assim, só sabe brincar com criança grande, mas está sendo mais tolerante do que eu imaginava.

Quando eles - cão e gatos - não estão mais afim de brincadeira, saem de perto, simples assim. Como Isis ainda não consegue ir atrás deles, precisa de mim como veículo, claro que eu respeito a tolerância deles e deixo que eles se afastem.

Considero extremamente saudável a convivência da minha filhota com os bichinhos. Ela aprenderá com eles a ter respeito, a observar limites, a trocar carinho, a considerar toda forma de vida. Fora que existem estudos que mostram que a criança que convive com animais desde sempre têm menos chances de desenvolver alergias a pelos. Maravilha, todos felizes!

Semana passada fizemos lindos registros da minha pequena brincando (a la Felícia) com alguns dos gatinhos. Não consegui registrar ela tentando brincar com o Luke, geralmente ele sai de perto dela na primeira tentativa dela em puxar-lhe o pelo fazer-lhe um carinho, não dá tempo de ligar a câmera e tirar a foto. Muito bonito ver a interação entre eles, pra mim os seres de alma mais pura que existem (bebês e animais). Que ela cresça aprendendo a amar e respeitar a vida, de humanos e não humanos!

A propósito: mães que desejam dar aos seus filhotes a aportunidade de crescer junto aos bichinhos, façam como eu, não compre, adote. Assim você estará ensinando ao seu filho que amigo não se compra e que podemos ser solidários e empáticos com os outros (inclusive de outras espécies, por que não?). Existem muitas ONGs que fazem o belo trabalho de resgate e recuperação de animais pelo Brasil (e mundo ) a fora. Dê essa oportunidade a seu filho e a um bichinho!

domingo, 7 de novembro de 2010

Ah, o mar...

Isis conheceu o mar! Aquele gigante lindo, de olhos azuis esverdeados (ou verdes azulados?).

A gente nem tinha a intenção de ir à praia ontem. Mas a filhota estava agoniada, não queria nada. Acho que era sono, mas não conseguia dormir (situação frequente). Decidi: vamos nos arrumar pra sair, dar uma volta. Eu só não queria ir pra lugar fechado, sem circulação de ar (então shopping center estava fora de cogitação).

Me arrumei e arrumei a pequena ainda sem saber qual seria o destino do passeio. Quando estávamos quase prontas (só faltava o mamá dela pra sair), avisei ao papai  e ele se apressou em se arrumar.

Definido o destino, saímos. Rumo à Pajuçara. Lá chegando, por volta das 15h, encontramos um lugar tranquilo, ventilado, com sombras e até com um papagaio solto na amendoeira (né pipa não, o papagaio bichinho mesmo, jurado de prisão por uma vendedora de água de coco que tinha lá, tadinho). Isis gostou do som que ele fazia. Ficamos ali por um tempo, sentados no banquinho, curtindo a brisa. Depois disso, chegadinha perto do mar pra tirar foto (tinha que ficar um registro desse dia) e em seguida uma volta na feirinha de artesanato. Mas foi começar a caminhar em direção à ela que a pequena protestou pedindo mamá, hehehe. Mamou (ô coisa prática, my God!) e dormiu (ela estava com sono desde que saiu de casa). Pena que o sono não durou muito, ainda no caminho pra feirinha ela acordou.

Ela ainda não molhou seus pezinhos naquela imensidão de água salgada, meu coração de mãe diz que ainda não é o tempo. Mas ouvir aquele som, sentir aquela brisa... acho que isso ficará guardadinho no inconsciente dela, fazendo-a sentir-se feliz toda vez que a experiência se repetir.

O céu estava lindo, o sol estava gostoso, a brisa gentil, o mar indescritível. Dia memorável e feliz!