Mesmo que a gente queira muito que o tempo passe pra gente ver logo os filhos sentando/andando/correndo, ou para que aquela fase difícil passe. Mesmo que a gente queira que o tempo pare pra gente curtir os primeiros sorrisos, gargalhadas, gritinhos, a descoberta das mãozinhas ou dos pés. O tempo é irredutível. Ele passa, mas passa do jeito dele, assim, meio que contrariando a nossa vontade.
Claro, existem ocasiões e situações que nos fazem pensar que o tempo passou mais depressa ou lentamente do que o que esperávamos. Isso, como diz aquele comercial sobre doação de órgãos, isso mesmo! Mas na real o tempo é o que fazemos dele.
Eu sofri com o primeiro mês de vida da Isis. Nossa, como foi difícil. De repente um serzinho novo, cheio de personalidade, de necessidades e totalmente dependente de mim. E sem saber falar, sem saber me dizer o que queria ou sentia. Puxa, é muito difícil! Eu pensava, "passa logo, tempo, acaba, primeiro mês". Mas o tempo não me obedeceu, ele passou, mas passou assim, com 30 dias e pronto. Cada dia com suas 24 horas. Cada hora com seus 60 minutos.
E passaram-se mais (quase) três meses. E minha filha completará domingo 4 meses. 1/3 de um ano! Passou. Eu queria que os três primeiros meses passassem rápido, por acreditar serem os mais difíceis para os recém nascidos (o bebê e a mamãe recém nascidos, que fique claro). Mas o tempo, teimoso, passou no tempo dele.
Agora que minha nenê já sabe fazer um monte de coisas lindas, e sorri pra mim, dá gritinhos e gargalhadas, eu sinto vontade que o tempo pare, congele, estacione. Mas isso é impossível. Os meses vão passar com seus 30, 31 dias (ou 28, 29, hehehe).
O que vale? O que vale é o presente. É o agora. É o momento. Isso é tudo que temos. O que passou virou saudades. E eu sinto saudades da minha barriga gigante, carinha inchada da minha Isis, ah sinto! Tanta, mas tanta saudade que as lágrimas me vêm aos olhos só de lembrar. E eu sei que vou sentir saudades da minha bebê que chora, que ri, que mama, que dorme agarradinha comigo. Eu sei, eu sei.
Mas e adianta eu sofrer porque o tempo vai passar? Parece que não, né? Preciso curtir cada segundo da vidinha da minha filha, os avanços dela e até a dependência dela. Esse é o meu presente (entenda-se presente aqui com dois significados). Vou aproveitar seu cheirinho, seu chorinho, sua baba, as mamadas, o acordar ao seu lado fazendo folia, suas fraldas pra trocar, seu sorriso lindo, lindo, lindo.
O que passou não volta. O que ainda não veio, nem existe! Eu vou é curtir meu presente: o presente!
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