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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Natividade

Natal. A palavra significa nascimento. E esse ano a palavra nascimento tem um significado muito especial pra mim. Antes disso, gerar. Gerar e depois trazer à luz. Tão mágico. Tão natural e tão sobrenatural.

Se não fosse a emoção e as mudanças para o futuro que uma gestação trazem, as vezes o corpo até esquece que um bebê segue aqui dentro do casulo. Eu, acostumada a ver gestação de novela, na qual a mulher anuncia que será mãe e a barriga amanhece enorme, estou me acostumando ao fato de que na vida real a barriga cresce bem devagar.

Este ano estou gestando. No próximo, já serei mãe. Não sei porque, mas o Natal sempre trouxe ao meu coração uma ternura, uma paz. Talvez pela memória afetiva infantil que trago. E agora, carregando uma criança dentro de mim, a emoção cresce, multiplica-se.

É, nascer, dar à luz... isso tudo lembra o Natal. Viver isso é uma emoção sem par.

Feliz Natividade!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Acalanto

Ontem, visitando o site da Roberta da Fonte pude ouvir uma linda música de fundo. Não pude ignorá-la, corri pra perguntá-la que música deliciosa era aquela. Soube então que se trata da música de um projeto belíssimo, o Acalanto, que promove os benefícios da música na gestação. Fiquei encantada com todas as canções, mas uma me fez chorar como uma criança, fiquei encantada e emocionada. Chama-se "Crescer". Você pode ouvi-la aqui.

Crescer


Vejo que você está crescendo
Bem quentinho aqui dentro,
Papai me abraça inteira
Pra sentir você também
Um beijo e a certeza
Que você está bem


Eu arrumo todo nosso lar
Me arrumo só pra te esperar
Te sinto noite dia 
Dentro desse barrigão
Um peso de alegria
Perto do coração

Tá, eu sei que ainda não tenho barrigão e quem nem sempre dá pra arrumar nosso lar (futura mamãe que trabalha fora em tempo integral e não sabe o que vai fazer da vida quando o bebê nascer). Mas a música é encantadora demais para ser ignorada por isso.

Bebê, a mamãe te ama de um jeito que jamais imaginou que alguém pode amar! Espero com carinho o dia da sua chegada e até lá cresça forte e quentinho dentro da mamãe!!!

domingo, 6 de dezembro de 2009

O retorno

Bem, faz bastante tempo que não apareço por aqui. Amanhã completamos 13 semanas. 13 semanas! Acho que estou me livrando do tenebroso primeiro trimestre. Pensei que o mandaria embora com bem mais tranquilidade, mas minha cabeça não deixa. O que mais esperar de alguém tão tensa e cheia de auto cobranças?

Tá, não foi só tensão e preocupação de outubro pra cá, nã-não. Fiz duas ultras nesse período e em ambas confirmou-se o que meu coração precisava ter certeza: está tudo bem e perfeito. Pelo menos naqueles momentos. Sim, porque o grande problema da ultrassom é que, quando ela termina, as dúvidas chegam. E fica, de novo, o grande silêncio da pequena barriga de 13 (falta só um dia) semanas.

De outubro até agora compramos uma besteirinhas pro nosso baby. Uns bodies fofos, umas camisetinhas, pouca coisa mesmo. Ganhamos (ou melhor, herdamos) um berço. E acho que é só isso. Ainda tem muita coisa pela frente, algumas muito necessárias, outras nem tanto. Entre as que considero muito necessárias está o sling que pretendo adquirir. Quero carregar meu bebê bem juntinho de mim e ainda ter as mãos livres! Maravilha, nao é?

Ah, em novembro tive um sonho lindo, mas que merece uma postagem especial, só pra contá-lo. Foi um sonho que trouxe muito conforto, muita paz. Acordei radiante no dia seguinte. Depois escrevo um post só pra contá-lo e prometo que nao vou demorar mais de um mês dessa vez. Logo darei notícias! Abraços!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Poucas semanas e muita ansiedade

Cá estou eu, pensando praticamente de maneira exclusiva na vida que gero.

Esse primeiro trimestre é algo bem complicado. Tão abstrato, imaterial. Quase não há mudanças físicas. Ninguém que não me conheça sabe que estou gestando. Além de tudo, neste período, o ser que se forma é frágil e delicado demais. Resta a mim, esperar. Disse, certa vez, Amarante "o seu caso é o tempo passar"¹. Não tenho mesmo outro remédio.

Os medos e alegrias vêm e vão na minha mente. Fluem, como se fossem um rio. As incertezas são grandes, mas é assim a vida, não é? Muitas vezes me ocorre o desejo de fechar os olhos e só abrir quando já tiver no meu colo um lindo bebê. Porém é preciso viver cada ciclo, cada etapa. Viver as incertezas do primeiro trimestre faz parte da gestação, é assim que tem que ser.

Enquanto o tempo se arrasta, vou pensando sobre como será seu olhar. Ou, antes, como chegará ao mundo. Quem me conhece sabe o quanto quero distância de bisturi para o momento da chegada dessa criança ao mundo. O desejo do meu coração é que tudo seja lindo, calmo, natural, sem intervenções desnecessárias. Queria estar cercada de pessoas que acreditassem que isso é possível, que meu corpo é capaz. Infelizmente essas pessoas são poucas, a maioria me desencoraja a acreditar que isto seja possível. Dizem que é melhor eu tirar essa ideia da cabeça, pois caso seja necessária uma cirurgia eu não sofra duplamente. Mas como realizar um sonho sem sonhar com ele? Sem planejá-lo? Sou eu quem preciso fazer esse sonho acontecer.

Tenho vivido uma estranha solidão nesses últimos dias. Sinto uma saudade imensa da euforia que tomou conta de mim no dia das duas listrinhas e no dia do exame positivo do hospital. Desde então tive os sustos dos sangramentos e um distanciamento das evidências de que meu filho está aqui no meu ventre. Essa "distância" me traz uma vontade imensa de chorar. Ah, são os hormônios, dirão. Não é só isso não. É aquela vontade grande que as coisas se concretizem. Vontade de começar a arrumar as coisinhas da vida que receberemos. Vontade de senti-lo fisicamente. De ver a barriga crescer. Mas tudo, tudo tem um tempo. E vou ter que esperar esse tempo também.

Apenas no dia quatro farei minha primeira ultrassonografia. Melhor assim. Até lá  teremos mais certezas de que ele (ou ela) será visto, embora, é claro, sem saber ainda se é ele ou ela. Isso é coisa que teremos que esperar muito mais tempo, talvez só saibamos por ocasião do nascimento. Ultrassonografia feita muito  no início da gestação pode trazer mais incertezas e aflições do que tranquilidade. Afinal, a gestação pode ter muito menos tempo do que imaginamos e pode não ser possível ver o embrião. Sabendo o quanto sou ansiosa, melhor esperar um pouco mais, assim, confiando na gente, no meu corpo e no desenvolvimento do dele/a.

Preciso aprender algo que faça essa ansiedade diminuir. Sumir com ela. Não tenho conseguido relaxar. Está difícil administrar a angústia que sinto. São muitos medos misturados, uns reais, outros nem tanto. Me sinto melhor que há dois dias atrás. Mas minha mente, ainda, acelerada demais. Não sei como farei. Queria ter suportes como yoga, hidroginástica, meditação ou qualquer coisa do tipo. Mas vou ter que descobrir sozinha um jeito de me acalmar (quem manda nascer pobre, nhá). Preciso e vou descobrir.

Eu não imaginava que era tão difícil ser grávida de poucas semanas... em pensar que a jornada está apenas começando!

PS: estou sentindo um pouco de enjoo as vezes, vertigens as vezes. E estou adorando! Vai entender...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Mais molho

Mais uma vez um susto e um pouco de molho. Paciência, faz parte. Mas estou confiante. O medo, dessa vez, não me dominou. Senti sim, mas não tomou conta de mim. Estou ficando mocinha!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Um/a lindo/a "girino/a"...

... é o que tenho aqui dentro de mim, hehehe.

Vejam como deve ser o pequeno embrião que está dentro de mim agora, de acordo com este site: http://3dpregnancy.parentsconnect.com/static/pregnancy-week-5.html


Lindo/a, né?


=)

domingo, 18 de outubro de 2009

Medo

"Perder o medo é se atirar no escuro, enfrentando o desconhecido."


(Léa Waider )


O medo. Troço ruim de enfrentar. Difícil também. Sou uma criatura ansiosa e cheia, cheia de medos. Quando criança tinha medo de chegar atrasada na escola. Muitas vezes dormia de uniforme pra não perder a hora.

Pois bem. Eu tinha medo de nunca conseguir engravidar. Pouco tempo depois de tomada a decisão, descobri-me grávida. Tão ansiosa que sou, peguei meu positivo no laboratório cinco dias depois do atraso menstrual. Por que fui ao laboratório naquele dia? Por medo. Eu já sabia que estava grávida graças a um teste positivo de farmácia. Mas estava sentindo um pouco de cólica e tive???... medo.

Quinta tive um pequeno sangramento, mínimo, e corri pro hospital. Devo confessar que tive, aí, medo de verdade. Chorei muito, pensei que o sonho acabaria ali. Fiquei desde então em repouso absoluto. Felizmente a situação cessou. Ótimo! Mas os medos? Não, não acabaram.

Eu consigo pôr mil e uma caraminholas na cabeça. Tenho medo de, chegando amanhã no hospital, algo estar errado. Medo da contagem do beta ser inadequada pro tempo gestacional. O médico pediu que fizesse uma ultrassonografia esta semana, mas tenho medo de nada ser visto (não por estar no início da gestação, mas por algo estar errado). Temo até por não estar enjoando, vomitando ou com náuseas, por saber que a grande maioria das gestantes têm isso, que é normal e promovido por hormônios que protegem a gravidez. Tenho medo que algum alimento que eu ingira me faça mal. Que prejudique o bebê.

Tenho medo de, seguindo-se a gestação, eu tenha um problema qualquer, um sangramento, perda de líquido, precise de algo como cerclagem. Tenho medo de um trabalho de parto prematuro. Tenho medo de algo dar errado na hora do parto. Nem é medo de sentir dor, mas de haver sofrimento fetal ou algo assim.

Por que estou revelando todas essas angústias? Falando de todas essas ansiedades? Porque não aguento mais guardar essa aflição toda dentro de mim. Não suporto mais me sentir tão incapaz. Sim, me sinto incapaz... pensava, toda hora, que não seria capaz de engravidar... agora, fico com a sensação absurdamente desconfortável e dolorosa que não sou capaz de gestar. Quando não, penso: posso até gestar, mas não vou conseguir parir.

Não faço faço a mínima ideia de qual seja a origem desses pensamentos, desses sentimentos devastadores. Também não sei como distruí-los. Talvez a pista pra eliminá-los seja o que está escrito na frase que escolhi pra abrir meu texto: aprender a lidar com o desconhecido. Curiosamente, tenho medo do escuro (oh!). Atirar-me no escuro (literal ou não), no desconhecido, não é nada fácil pra mim. Me sinto aprisionada, limitada pelos medos com os quais preciso lidar (e não sei).

Hoje decidi que vou tentar não me preocupar. Pelo menos tentar. Preocupar. Ocupar antes do tempo, né? Do que adianta sofrer agora se algo for dar errado no futuro? E olha que, na maioria das vezes nem dá errado! Melhor ainda, né? Mas e se der? Sofrer antes da hora resolve? Adianta? Não! Hoje vou pelo menos tentar acreditar mais em mim.

sábado, 17 de outubro de 2009

Eu ganhei!

Nem imaginava, mas ganhei o concurso da PR "Pais devem ter limites?". Tem uma postagem mais antiga aqui no blog com a versão integral do texto. Diminui ele um pouquinho pra caber em um post do orkut. Tá aqui o meu (e os outros três vencedores logo baixo):

Vivemos em uma época na qual parece que vale tudo em busca da “felicidade”. Os pais do nosso século são antagônicos: têm poucos filhos e juram que é para que possam “dar de tudo” para esses poucos filhos (às vezes no singular). As crianças não precisam de luxo e ostentação. Na verdade elas nem entenderiam o que é isso, se os “seus” adultos não lhes ensinassem. O tudo que as crianças precisam é bem diferentes do que os pais saem de casa para conquistar. As crianças não precisam dezenas de babás, mas de pais presentes. Não querem brinquedos caros, mas de gente que as ame pra brincar com elas. Não querem roupas luxuosas, mas toques carinhosos em seus corpos, abraços que lhes confira segurança e ternura.

Os pais não podem criar “seus” filhos como bem querem simplesmente porque não são seus. Não da maneira como acham que são. Se os “seus” filhos fossem seus no sentido de propriedade, de posse, não haveria documentos que regulamentassem os direitos da criança, como estatutos e afins. São sua responsabilidade, mas são pessoas distintas de si, são outros seres humanos, e precisam ter preservado o direito de aprender a conviver em grupo, ter capacidade de adaptar-se a ele.

As pessoas dizem estar ansiosas por um mundo melhor, um futuro melhor, mas como esperar pessoas mais solidárias se ensinam seus filhos a serem egoístas? Como esperar partilha de alguém que junta excessos? Se você quer um mundo melhor, é preciso construir esse mundo. As crianças são os cidadãos do futuro. Se quisermos cidadãos equilibrados, precisamos criá-los com equilíbrio. Se alguém deseja um futuro melhor para “seus” filhos, é bom começar a construí-lo. Mas é bom saber que, se a criança cresce em um ambiente no qual tudo pode, onde não existem limites saudáveis, pode estar cultivando um tirano e não um ser humano libertário, ou seja, encontrará o caminho oposto do que parece estar procurando.

Equilíbrio. É preciso equilíbrio.


Estou tão feliz! Feliz não só por ganhar a camiseta (rsrsrs), mas por saber que mais pessoas compartilham do meu ponto de vista. O mundo precisa de mais seres humanos que sejam humanos!

Ah, não posso deixar de postar os demais textos vencedores.

Elisangela Chica:

Vou fazer um "confesso"; sou egoísta demais pra deixar meus filhos, enquanto pequenos, com babás.

Eu acho que ninguém no mundo os educaria, os cuidaria, os mimaria como eu! Eu sou a melhor mãe pra eles, kkkkkk.

Eu sou do tipo que carrega a cria embaixo das asas mesmo. Mas não sou ciumenta; amo que eles sejam amados, parparicados...

E, quando já sabem dar os primeiros vôos solos, os liberto com prazer. Meus filhos fazem parte de mim, mas eu não faço parte deles. Eu dependo deles, mas não quero que eles dependam sempre de mim.

Eles não são minhas propriedades, mas tenho a responsabilidade de fazer o melhor pra eles. Pessoas nascem pra ser amadas e felizes. Acho que acerto em, pelo menos, 60% das vezes, kkkkk.


Janaína:

Ontem no parquinho, meu filho estava escalando um brinquedo que parece uma teia de aranha, é seu brinquedo favorito. Ele pegou dois gravetos do chão e começou a subir, quando eu ia falar "joga isso no chão, que você pode se machucar", ele vira pra mim e diz "Se eu chegar lá em cima eu ganho". Parei e pensei: ele se fez um desafio, devo intervir?

Enquanto ele subia e olhava pra mim todo orgulhoso, eu com o coração na mão, decidi deixá-lo testar seu limite. Qual minha surpresa e alegria, quando ele chegou no topo com os gravetos na mão e gritou "mamãe, ganhei!" Sem machucado e com uma experiência, que para um adulto pode parecer tola, mas que para ele era um momento de superação. Depois ele pegou três grafetos, o terceiro era grande e atrapalhava muito, caiu umas três vezes e viu aí o seu limite.

O que quero ilustrar com isso? O que tenho aprendido nesses 5 anos, quais os meus limites na educação do Leonardo, qual o meu papel em sua formação. Cada vez mais interfiro menos em suas decisões e não o poupo de frustrações e sofrimentos. A vida aqui tem tons de rosa, azul e por vezes cinza. Não me sinto no direito de construir um mundo cor de rosa, sem as outras tonalidades, porque ao primeiro sinal de sofrimento na vida adulta ele vai lembrar que sentimentos negativos existem e podem ser superados.

Pais devem ter limites. Devem reconhecer quando são desnecessários, reconhecer nos filhos cidadãos justos. E seja qual for o futuro, seja qual for o mundo e as adversidades que ele irá enfrentar, os pais devem ter a certeza de que fizeram o possível para prepará-los. O amor não justifica criar um ser humano fraco e dependente.

Pais devem saber que amor, proteção e mimo também tem limite.


Este outro ganhou por votação dos participantes da comunidade:

Mae Zona ♥

Antes eu achava que nao deveria dar presentes pro meu filho o tempo todo pois isso poderia fazer com que ele nao desse valor ao que vem 'facil' demais.

Dai lembrei da minha infancia: ate hoje sinto nas bochechas os beijos estalados da minha irmã do meio, que me cobria de mimos e presentes sempre que podia. Pena que ela não podia sempre, mas tenho certeza de que se ela tivesse dinheiro, ela me daria tudo que eu quisesse. E como é bom saber disso.

Meu filho quase morreu de felicidade semana passada pq ganhou seu primeiro kinder ovo. Todo dia qdo eu chego em casa, ele corre pra mim, me da um beijo e pergunta ' mamãe trouxe pesente????" E mamãe traz, quase todo dia mamãe traz uma coisinha especial. Tudo isso pq penso nas minhas lembranças mais sublimes da infância. Ate hoje lembro da 'galinha de açúcar' que minha mãe trazia qdo voltava da feira. Sábado pra mim era dia especial. Dia de galinha com açúcar. Dia de sentir quão doce é se sentir amado.

Acho que o que estraga, atrapalha nao é dar sem limites. É dar por dar. É dar em substituição, não como complemento. Eu dou brinquedo, muitos, mas dou amor, dou atenção, dou explicação, dou educação. Dou o melhor de mim praquele que eh a representação do que eu tenho de melhor: meu filho! Gente, como eu amo esse menino...


Infelizmente não sei usar todos os recursos do blog, não sei deixar o nome das pessoas/comunidades com links pra eles. Mas é só entrar no orkut, procurar a comunidade "Pediatria Radical" e o concurso aí que vc encontra isso tudo que postei! ^^

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Confiar no corpo

Alguns acontecimentos angustiantes de ontem me fazem reconhecer a importância de acreditar no meu próprio corpo. Preciso entender que ele está aprendendo uma nova situação. Preciso confiar em suas etapas e processos. Saber que cada corpo é diferente. Crer que vai dar tudo certo e que vai ficar tudo bem.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Cólicas

Eu não sabia que cólicas podiam acontecer no início da gestação, nem que eram relativamente comuns. O fato é que, apesar de não serem fortes, fico mais ansiosa do que já sou. Cólica me lembra sangue e sangue é algo que só quero ver no final da gestação e em um PN!!! Sei que essa postagem não é encantadora e emocionante, mas este é o único espaço para eu falar um pouquinho da dor e delícia de gestar. Escrever sobre o assunto me ajuda a sublimá-lo, talvez esquecer um pouco dele. Fica o registro do desabafo, com a esperança e confiança que essa fase, como as outras, vai passar!

Emoção de ser Pai

Quando eu ouvia que quando o homem sabe que vai ser pai, é uma emoção sem tamanho, eu duvidava, pensava que era frescura, mas hoje pago a lingua, pois é a mais pura verdade. A ansiedade toma conta da pessoa, milhoes de pensamentos vem na cabeça, é uma coisa louca.

Mais emocionante que a sensação de quando fazemos o 1º gol, ou a primeira vez que se anda de bicicleta sem rodinhas, ou ainda ver Airton Senna ganhando uma corrida. Sei que não existe nada que se compare.

A ansiedade de saber como ele esta, como vai ser (espero que seja bonito como a mãe), o que vai ser quando crescer, enfim..mil coisas. Mas uma coisa esta criança ja fez, mexeu na minha vida, pra melhor.

Meu bebe, seu pai lhe ama muito.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Gravidômetro

Não resisti, baixei o gravidômetro (http://www.maternidadecuritiba.com.br/gestacao.html)

Eis o resultado:


Hoje é dia: 13/10/2009
Olá! Seu bebê tem hoje:
Meses : 1 mes(es), 0 semana(s) e 5 dia(s).
Semanas: 5 semana(s) e 0 dia(s).
-----------------------------------------------------
Aniversários da barriguinha:
1 mês :7/10/2009 - 4 semanas e 2 dias.
2 meses: 7/11/2009 - 8 semanas e 4 dias.
3 meses: 7/12/2009 - 13 semanas
4 meses: 7/1/2010 - 17 semanas e 2 dias.
5 meses: 6/2/2010 - 21 semanas e 5 dias.
6 meses: 8/3/2010 - 26 semanas
7 meses: 8/4/2010 - 30 semanas e 2 dias.
8 meses: 8/5/2010 - 34 semanas e 5 dias.
9 meses: 8/6/2010 - 39 semanas
Data Provável do Nascimento: 14/6/2010


Mas ó: data provável de nascimento não é prazo de validade do bebê! Uma gravidez pode durar até 42 semanas (até mesmo um pouquinho mais). Na natureza nada é tão absoluto...

Tão mágica e tão comum!

Hoje mais algumas pessoas ficaram sabendo que a cegonha me presenteou. É gostoso sentir o carinho das pessoas, ver que elas ficam felizes junto com a gente. Tenho vontade de contar pra todo mundo que estou grávida. Ao mesmo tempo me parece algo tão íntimo que recolho minha vontade e fico calada. Não me importo que fiquem sabendo, só não encontro muito jeito pra contar.

Agora meus olhares ficam todos voltados as crianças e grávidas quando ando nas ruas. Observo como elas se comportam, como são as dinâmicas familiares. Apesar de ser professora, em sala de aula é tudo muito diferente. Os familiares das crianças não estão presentes. O relacionamento criança x criança é diferente do relacionamento delas com "seus" adultos. Não que a sala de aula não seja um "laboratório" interessante. Aprendo muito, todos os dias. Mas é diferente, pelos motivos que já mencionei.

Agora, sempre que vejo uma criança na rua, com ou sem suas famílias, me questiono sobre quem são, o que fazem, o que sentem. Me pergunto como vai ser me relacionar com essa pessoa. Eu sei que falta muito ainda. Que sou apressada em pensar no relacionamento com uma criança de 4, 5 anos se ainda não tenho nem um bebê nos braços. Mas os pensamentos vêm, e como é difícil controlá-los!

Hoje estou me sentindo bem melhor em relação a ontem. Menos triste, menos chorosa. Mais feliz. Mais tranquila. Preciso destacar o quanto meu marido tem sido meu companheiro! Tão cordial, tão prestativo. Hoje "obriguei-o" a acordar as 6 horas da manhã para me ajudar a fazer suco de beterraba, cenoura e laranja, rs. Ele me ajudou sem reclamar. Fico muito feliz por saber que posso contar com ele!

É assim, engravidar é, ao mesmo tempo, tão mágico e tão comum. E assim está sendo a minha vida: mágica e comum!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Flutuações hormonais?

Não sei o que está acontecendo comigo hoje, nem exatamente quais hormônios meu corpo está secretando. Só sei que estou me sentindo sensível, com vontade de chorar. Mesmo sem ninguém ter dirigido a mim nenhuma palavra que me desagradasse, estou me sentindo hostilizada, ignorada. Sei lá, é difícil explicar...

Acabei de assistir um documentário denominado "Tudo sobre a Gravidez" (no santo You Tube). Ao contrário do que imaginava, não fiquei desejando que aquelas mudanças todas e o momento do parto acontecessem comigo. As únicas vezes que senti vontade de chorar foi de medo, muito medo. Insegurança. Sensação de incapacidade.

Terei algumas semanas para me acostumar com minha nova condição. Para adaptar minha vida à nova realidade na qual a transformei. Espero que nas semanas que se seguem, o temor se dilua e a segurança comece a transbordar.

No more ideas.

domingo, 11 de outubro de 2009

Filhos: um sonho a ser realizado

Quando comecei escrever este texto, não sabia que um dos meus sonhos estava se realizando. Isto mesmo, vou ser pai. É uma alegria sem tamanho, e dedico a esta criança este texto. Meu filho ou minha filha, saiba que você foi amado(a) pelo seu pai desde o momento que soube de sua existência. Você é o meu novo incentivo de vida.

Desde meus 18 anos, comecei a sonhar com filho, mesmo sem ter nem namorada, era um projeto a ser concretizado no futuro, mas não sabia quando. Hoje, com 37 anos, ainda espero ser pai. Mas não um pai qualquer. Sim, um pai de verdade, sempre presente, um pai amigo, protetor, educador. Um pai com P maiúsculo.
A minha esposa reclama que não falo muito do assunto, mas às vezes é pra não me decepcionar comigo mesmo, pois tenho medo de ser como meu pai foi.

Tem coisas que não sou muito de querer saber, como ela que fica vendo como é parto, se é natural, se dói, estas coisas, mas me preocupo sim como vai ser, pois quero que a chegada dele ou dela seja a melhor possível. Sei que passo por uma crise tremenda, mas sei que a chegada do filho vai mudar minha vida. Depois que descobri a minha doença, parei no tempo, e por mais que eu queira, acho que desanimei um pouco da vida. Ate pouco tempo atrás, tinha medo em ter um filho, por causa da polipose, com medo dele também ter. Mas com o passar do tempo percebi que era egoísmo meu, pois morrer todos vamos um dia, quer seja doente, quer seja naturalmente, ou outros meios, e não sou Deus para saber se vai dar certo ou não.

Hoje quero muito, ate para acabar com a solidão dos momentos que fico sozinho. Será meu companheiro, alguém por quem me fazer lutar de novo. Será minha esperança de vida, pois ali estará a continuidade do que vim fazer neste planeta.

Não tenho preferência de ser menino ou menina, apesar de ser mas fácil menino, pois conversa de pai pra filho em certos assuntos é mais fácil...rs. Só quero que tenha saúde e seja feliz. Não quero que tenha a mesma profissão, que torça pelo mesmo time, que tenha a mesma visão política que a minha, mas que me ame e me respeite como pai, como amigo, como ser humano.

Tenho medo do mundo, como as coisas estão, mas no que depender de mim, vai ser um cidadão ou uma cidadã de bem, que contribui para um mundo melhor.

Nem sei mais o que escrever, antes ate imaginava com ia ser, já ate tinha escolhido os nomes, mas a mãe resolveu mudar. Então já não sei como vão se chamar, pois seria Apolo ou Ana Luisa. Mas seja como for, será muito amado.

Meu filho ou filha, seja bem vindo, apesar de não saber quando você chegará, mas saiba que será recebido com muita alegria e amor.

De seu pai.

Tudo novo

Esta nova fase da minha vida está sendo deliciosa. Não fiquei milionária, não ganhei na Mega Sena e nem o Estado e Prefeitura abriram mão das cadernetas, fichas e provas. Mesmo assim me sinto o ser humano mais feliz da face da Terra. Tem vida nova em mim, literalmente falando. Isso bom demais!

Ainda não consigo sentir nenhuma mudança física (acho que já comentei isso aqui), mas é natural, afinal, pelo que li, meu bebê tem apenas de 1 a 2 milímetros!!!! Tão pequenino e já mudou tanto a minha vida... e vem mudando desde quando ainda era apenas plano.

Estou feliz também porque o maridão, agora sim, está muito mais interessado no assunto filhos, rsrs. Ontem demos uma passadinha num magazine e, como não podia deixar de ser quando se trata de dois pais de primeira viagem, compramos três roupinhas, que se juntaram a duas que eu tinha guardadas e nem ele sabia.

Eu sei que é cedo, que ainda nem sabemos se é menino ou menina. Que o gosto da gente pode mudar. Que posso enjoar da roupa de tanto olhar. Mas a roupinha parece concretizar o que ainda é muito abstrato. Agora fico o tempo todo olhando as roupas, desarrumando-as e arrumando-as novamente e olhando o resultado do exame. Isso quando não estou pensando no bebê, sobre como será, como se comportará, com quem vai casar, kkkkkkkkkkkk. Mães são todas assim mesmo?

Estou numa sintonia nova... e isso está sendo totalmente maravilhoso.

Ah, hoje lembrei do trechinho de uma música do Teatro Mágico que já postei aqui e agora faz muito mais sentido... ela fica randômica em minha mente e preciso deixá-la registrada em algum lugar ou vou pirar, rs.

"Enquanto for um berço meu
Enquanto for um terço meu
Serás vida bem vinda
Serás viva, bem viva
Em mim"

sábado, 10 de outubro de 2009

E como está sendo?

Desde que vi duas listrinhas no teste de farmácia, um milhão de coisas se passaram em minha cabeça. Na hora, bem na horinha, eu olhava muito. Incrédula, chorava. Quanta responsabilidade a patir de agora!

Meu marido estava no quarto vendo TV. Cheguei com o teste na mão e o diálogo foi assim:
Eu (nervosa, tremento e chorando): - Olhe, dois tracinhos significa positivo.
Ele (espantado e com cara de quem não estava entendendo nada): - E o que quer dizer isso?
Eu (mais nervosa ainda): - Que eu estou grávida!

Pronto, aí foi choro dos dois. Fiquei nervosa, pensei em um monte de coisas, boas e ruins. Não imaginava que ficaria tão nervosa, não pensei que conseguiria engravidar tão rápido, não sabia que teria tanto medo e felicidade misturados.

Em seguida liguei pra minha mãe, ainda tremendo. Depois contei pra algumas pessoas próximas (geografica ou emocionalmente), pela net. Marido mandou torpedo pra uma amiga nossa e pro meu irmão.

Quinta fui fazer o exame laboratorial pra confirmar. Não queriam liberar o resultado na hora, mas com a forcinha de uma amiga fiquei sabendo o resultado em 15 minutos (como se eu já não soubesse, rsrsrsrs). Positivíssimo!

Consulta com o GO só dia 29/10. Isso pq "chorei", se não só em novembro. Pensei que isso pode até ser melhor. No começo não há nada a fazer a não ser esperar o corpo trabalhar e tomar ácido fólico. Mais uma vez, preciso confiar no meu corpo, e confiarei! Tentar relaxar (será que consigo?) e curtir...

Há muito ainda pra acontecer e não quero que as etapas sejam atropeladas. Meu grande desafio e minha futura grande conquista, acredito, será conseguir ter um parto natural e sem intervenções desnecessárias. Buscarei alcançar mais esse sonho. Vamos ver se conseguirei alcançá-lo e se poderei contar com alguém pra me ajudar a alcançar este "trunfo", que na verdade deveria ser um direito garantido a todas as mulheres e bebês. Que, um dia, seja assim!

=)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Minha primavera

É na primavera que a natureza desperta. É neste período do ano que a vida se renova, renasce. As flores ficam mais bonitas, viçosas, perfumadas. É um apelo de resgate à vida depois do inverno, época introspectiva. É o início de um novo ciclo.

A primavera desse ano me trouxe uma surpresa emocionante: assim como a natureza, eu também estou renascendo. Estou reconstruindo minha história. É na primavera de 2009 que estou me descobrindo grávida pela primeira vez.

Grávida. Grávida! Que estranho é isso. Me sinto tão frágil e ao mesmo tempo tão forte. Com tantos medos e com tanta esperança. Com tantas dúvidas e com tantas certezas.

As cólicas que senti nesses últimos dias, apesar de fraquinhas e inconstantes, me fizeram lembrar que a vida é frágil. Ao mesmo tempo, penso que preciso permitir que meu corpo trabalhe da melhor forma. Esperar que ele dê o melhor de si. Ele me surpreendeu com essa gestação e vai me dar a graça de ter em meus braços, daqui a algumas semanas, um bebezinho. O bebê que tanto esperei, desejei, planejei, sonhei...

Ao contrário do que imaginei, ainda não estou ansiosa para vê-lo. Não. É que desejo que ele curta cada momento da vida dentro do meu ventre e só quando estiver tudo pronto, prontinho, e só quando ele decidir, que venha. Assim será. Quero viver cada transformação - no meu corpo, na minha mente - aos pouquinhos, devagar... curtindo... experimentando, descobrindo.

Estou feliz, muito feliz!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Duas listrinhas...

no meu teste de farmácia!!

Deu positivo! Estou apavorada. Queria tanto e agora estou apavorada. Com medo, preocupada... enfim, se não fosse assim, não seria eu!

Nem acredito, finalmenteeeeeeeeee! \o/

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Nada até agora

Nada. Na-da! Nada de menstruação até agora. Esperava pra ontem, hoje já está acabando e nada. Como sempre tive atrasos menstruais, devido a SOP, não queria criar expectativas. Mas como isso é possível? Mês passado quebrei a cara comprando teste. Fiz e deu negativo, algumas horas depois, menstruei. Não quero gastar dinheiro a toa. E temo que minha menstruação comece a ficar irregular de novo, passou quase um ano toda certinha, snif!

Vamos ver. Se ela não chegar, eu penso no que vou fazer, né?

É isso.

Nem sinal

Já é 5 de outubro e nem sinal de menstruação. Eu esperava para ontem. Mas não posso comemorar, pelo contrário... tenho medo que a SOP grude em mim de novo e limite ainda mais meus dias férteis. Minha menstruação estava tão reguladinha...

=/

domingo, 4 de outubro de 2009

Só se aprende o que se vive, né?

As crianças aprendem o que vivenciam...

Se a criança vive com críticas,
Ela aprende a condenar.
Se a criança vive com hostilidade,
Ela aprende a agredir.
Se a criança vive com zombaria,
Ela aprende a ser tímida.
Se a criança vive com humilhação,
Ela aprende a se sentir culpada.
Se a criança vive com tolerância,
Ela aprende a ser paciente.
Se a criança vive com incentivo,
Ela aprende a ser confiante.
Se a criança vive com elogios,
Ela aprende a apreciar.
Se a criança vive com retidão,
Ela aprende a ser justa.
Se a criança vive com segurança,
Ela aprende a ter fé
Se a criança vive com aprovação ,
Ela aprende a gostar de si mesma.
Se a criança vive com aceitação e amizade ,
Ela aprende a encontrar Amor no Mundo.


Poema de: Dorothy Law Nolte (preciso me certificar da autoria)

sábado, 3 de outubro de 2009

Novo ciclo

Amanhã. Amanhã, provavelmente, começo um novo ciclo da minha vida. Nada de filosofia, estou falando de um novo ciclo menstrual. Lembro que, mês passado, eu tinha certeza que estava grávida. Estava enganada, muito enganada. Dessa vez tenho esperança, mas muito, muito remota; o fato é que tenho quase certeza que vou menstruar e que não conseguirei engravidar tão cedo. Algo me diz isso, não entendo o porquê, mas tenho essa sensação. Talvez seja uma espécie de mecanismo de defesa. Pensando assim, sofro menos a cada menstruação. É esperar. Amanhã.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Um silêncio

Esse silêncio meu aqui não é à toa não. Fico sem assunto pra postar simplesmente pq meu corpo está em silêncio. Até o dia 4 ele está calado, e eu tb. Esse mês não estou nutrindo nenhuma esperança, nenhumazinha mesmo. Tive TPM braba (e ainda estou), dor de cabeça hoje, taquicardia ontem, estou nervosa, atacada, chorona, um horror.

Quero mais é que chegue logo o dia 4, que a menstruação venha, passe e que venham as novas oportunidades de tentar "confeccionar" um bebê. Não estou exatamente triste. Ansiosa, talvez. Mas nem tanto quanto das outras vezes. Ah, sei lá. Essa tal TPM mexe com a gente.

Vamos continuar esperando (o que é a vida se não esperar?).

domingo, 27 de setembro de 2009

Podem tudo mesmo?

Perguntinha na PR¹:


Concurso: PAIS DEVEM TER LIMITES?
>

Vem aí o DIA DA CRIANÇA, dia do exagero, do 'compra pra mim'. Pais devem ter limites nos presentes? Pais têm o direito de tornar os filhos arrogantes com muitas posses materiais ostensivas, mesmo sabendo que a miséria cresce a cada dia? Pais podem criar filhos sem conhecimento desse abismo social? Pais podem ter 4 (quatro) babás para seu filho único, como está hoje num jornal? Pais podem tratar o filho único como rei? Pais podem gerar um filho para ser fornecedor de órgãos para outro? Pais podem fornecer comidas calóricas à vontade levando a criança à obesidade? Pais podem fumar dentro de casa? Pais devem servir de capacho dos filhos, fazendo todas as suas vontades, sem situa-los no real?

A pergunta 'podem' tem a ver exclusivamente com o bem da criança, como pessoa mentalmente sadia e socialmente útil.

Baseando-se nesses exemplos ou em outros, comentar quais são os limites dos pais perante os filhos, que vão além do NÃO BATER NAS CRIANÇAS. Pode concordar ou discordar, mas com argumentos. O texto deve ser postado neste tópico e não pode exceder o tamanho de um post. As 3 melhores respostas receberão uma camiseta da PR de brinde, a escolher entre os diversos tipos de camiseta. Prazo: até dia 11 de outubro. Força na peruca!


Minha resposta completa (não cabe toda lá, será editada):

Vivemos em uma época na qual parece que vale tudo em busca da “felicidade”. Os pais do nosso século são antagônicos: têm poucos filhos e juram que é para que possam “dar de tudo” para esses poucos filhos (às vezes no singular). Dar de tudo o que? Do que as crianças precisam mesmo? Precisam de dezenas de babás pra cuidarem delas? Dos brinquedos que são os últimos lançamentos das fábricas mais famosas? Roupas sensacionais das marcas mais caras? Será? As crianças não precisam de luxo e ostentação. Na verdade elas nem entenderiam o que é isso, se os “seus” adultos não lhes ensinassem. O tudo que as crianças precisam é bem diferentes do que os pais saem de casa para conquistar. As crianças não precisam dezenas de babás, mas de pais presentes. Não querem brinquedos caros, mas de gente que as ame pra brincar com elas. Não querem roupas luxuosas, mas toques carinhosos em seus corpos, abraços que lhes confira segurança e ternura.

Os pais não podem criar “seus” filhos como bem querem simplesmente porque não são seus. Não da maneira como acham que são. Se os “seus” filhos fossem seus no sentido de propriedade, de posse, não haveria documentos que regulamentassem os direitos da criança, como estatutos e afins. São sua responsabilidade, mas são pessoas distintas de si, são outros seres humanos, e precisam ter preservado o direito de aprender a conviver em grupo, ter capacidade de adaptar-se a ele.

As pessoas dizem estar ansiosas por um mundo melhor, um futuro melhor, mas como esperar pessoas mais solidárias se ensinam seus filhos a serem egoístas? Como esperar partilha de alguém que junta excessos? Se você quer um mundo melhor, é preciso construir esse mundo. As crianças são os cidadãos do futuro. Se quisermos cidadãos equilibrados, precisamos criá-los com equilíbrio. Se alguém deseja um futuro melhor para “seus” filhos, é bom começar a construí-lo. Mas é bom saber que, se a criança cresce em um ambiente no qual tudo pode, onde não existem limites saudáveis, pode estar cultivando um tirano e não um ser humano libertário, ou seja, encontrará o caminho oposto do que parece estar procurando.

Equilíbrio, é preciso equilíbrio.
_____
¹PR: Comunidade no orkut, Pediatria Radical: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=1651309

Sem título

Não tem nome pra esse post. Estou sentindo um vazio tão grande. Quem me conhece sabe o quanto detesto esperar, infelizmente sou mesmo imediatista. Eu queria muito ser uma dessas sortudas que pensa num dia e no outro as coisas acontecem. Comigo não é assim, não está sendo.

Tenho quase certeza que não será desse mês que comemorarei uma gestação, uma vida dentro de mim. Dependo exclusivamente da minha parte natureza para que a gestação aconteça, mas ainda (parece) não foi.

Que venha quando tiver que ser, mas meu coração deseja que seja logo. Muito em breve mesmo.

Dia 04/10 saberei se tenho ou não razão. Infelizmente acho que estou certa dessa vez. E dessa vez eu queria errar. Juro!

=/

sábado, 26 de setembro de 2009

Brincando de futuro

Não sei nomes ainda, mas quero nomes forte e significativos, preferencialmente curtos. Nem penso mais em nomes compostos.

Há sites que brincam com a aparência futura dos babies. "Criei" dois, a do menino achei bem coerente, exceto cor de cabelo e olhos, rsrsrs.



sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Não quero ter um filho

Não quero ter um filho. Não, não mudei de ideia. O que eu quero, na verdade, é mais que isso, quero ser mãe! Para mim existe uma diferença gigantesca entre uma coisa e outra. E não estou sozinha com relação a este conceito. Vejam o texto de Kalu, extraído do blog Mamíferas:


Ser Mãe, Ter Filho
por: Kalu

Depois de um casamento na Nossa Senhora do Brasil, no dia 08/08/08, de decorar a casa com móveis do sonhos, adquirir 2 TVs 42 polegadas, encomendar um cachorro Golden Retriever, ela para de tomar pílula para ter um filho. Sempre disse que não gosta de criança, não tem paciência para atender os pequenos que chegam com problema nos dentes em seu consultório.

Não quer saber sobre parto, sobre amamentação, mas já sabe qual carrinho quer e pré-contratou uma babá. Ter um filho parece que faz parte de um pacote de felicidade que se pode comprar na esquina.

Para mim ser mãe é outra coisa. Ser mãe é nunca estar pronta, é buscar ser melhor a cada dia para oferecer ao seu filho aquilo que se tem de melhor dentro de si. É encontrar-se no limite e ir além, sabendo que aquilo é benéfico para ambos. É rasgar o diploma e encontrar a felicidade empinando pipa, é saber que não há presente maior que a presença. É saber-se insubstituível e fazer disso uma razão para ajudar aquela alma a se desenvolver da maneira mais plena para encontrar a felicidade.

Não há, em minha opinião, tarefa mais sagrada que a maternidade. Temos nas mãos a possibilidade de fazer diferente do que fizeram com a gente, de perpetuar o que nos ajudou, de ensinar, através do nosso exemplo como podemos resolver os conflitos sem violência ou tapas, a respeitar a todas as formas de vida. São os exemplos e não só palavras que fazem os pequenos se tornarem grandes seres.

Mas para isso temos que ser mãe, reinventar nossas relações não permitindo que comportamentos como brigas constantes, ameaças, humilhações façam parte da rotina do lar para que este seres que estão junto de nós possam reproduzir relações mais harmônicas e saibam que adultos brigam sim, mas que sabem como se entender.

Ser mãe é desconfiar do médico, do pediatra, buscar alternativas para as "doenças" e problemas que acomentem a vida dos nossos filhos, buscando o melhor, sem preguiça, sem comodismo, o melhor que cada uma de nós pode oferecer.

Ter um filho é ser passiva em relação ao parto, cuidados com recém-nascido, educação. É não achar estranho dar remédios fortes para liberar gases e analgésico para um bebê de 2 meses com "cólica", é humilhar, bater, terceirizar o cuidado e educação.

Ser mãe é sentir-se só, é agarrar-se em uma muda na beira do abismo sem saber o que fazer. é se desesperar algumas vezes e questionar sempre para reestabelecer os vínculos com a própria intuição. É saber ser flexível, sem abrir mão daquilo que é realmente fundamental para a saúde física, emocional e espiritual dos nossos filhos.

Enquanto cada mãe/pai se preocupar unicamente em ter filhos, valendo-se, se necessário, de toda a tecnologia e montantes de dinheiro para realizar este sonho, sem trabalhar aspectos profundos de si mesmos, a humanidade continuará perdida do essencial. Ser mãe será cada dia mais raro e, ter filhos, cada dia mais banal.

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Fonte: http://mamiferas.blogspot.com/2009/09/ser-mae-ter-filho.html
.

Ausência

Em busca do poema "Quanto tempo?" completo, não o encontrei, mas achei a poetisa que o escreveu e seu blog, no mínimo interessante, que trás uma antologia poética com o "A a Z" do amor. Amor. Por falar nele, meu conceito sobre "isso" mudou bastante. Muito, muito. Meu conceito de ausência e solidão também. Bem, na letra A, a Ivana Versiane escolheu o poema abaixo para ilustrar a ausência. Não é de autoria dela, aliás, nem vi nenhum poema dela no blog. Independente do "dono", agora assumo uma coautoria, pela semelhança de sentimentos; sinto tanto a ausência desse filho que planejo, que ela pode bem ser traduzida assim:


Solidão

Que fazer comigo,
com tanto sonho, tanto,
se há lágrima e espanto
na noite sem ti?

Que fazer comigo,
com tanta esperança,
se a noite tão mansa
não te traz a mim?

Que fazer comigo
se a estrela mais linda
desta noite ainda
não brilhou no céu?

Que fazer com tanta
vida, neste instante
se estás tão distante
que anoiteceu?


Emílio Moura

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O blog dela: http://ivanaversiani.blogspot.com/

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

TPM?

Hoje estava sentindo uma dor de cabeça bastante conhecida: a que eu sinto quando estou em TPM. Parece que tenho que admitir que pode ser a menstruação chegando. Tão ruim isso... queria tanto um atraso e um BHCG positivo esse mês.

Mais uma vez preciso lembrar do tempo do meu corpo. Não há o que fazer, só me resta esperar. Afinal, dia 04 está aí, né?

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O tempo

Hoje estava conversando e trocando ideias sobre o tempo com os pequenos com quem trabalho no turno da tarde. Sim, sobre o tempo, sobre o passar dele, sobre tudo que ele modifica, sobre a necessidade humana de contar o tempo(na verdade os humanos querem controlá-lo). Coincidência ou não, no turno da manhã tive a oportunidade de ver uma exposição de fotografias sobre astronomia, material da UFAL¹, e pensei muito sobre a efemeridade da vida.

Muita gente já falou sobre o tempo de muita coisa. Existe até um trecho bíblico² sobre o "Mano Velho"³, que diz: "HÁ UM TEMPO certo para cada coisa: Tempo para nascer, tempo para morrer; tempo para plantar, tempo para colher; tempo para matar e tempo para curar; tempo para destruir, tempo para construir de novo; tempo para chorar, tempo para rir; tempo para ficar triste, tempo para pular de alegria; tempo para espalhar pedras, tempo para ajuntar pedras; tempo para abraçar, tempo para não abraçar; tempo para procurar, tempo para perder; tempo para guardar, tempo para jogar fora; tempo para rasgar, tempo para costurar; tempo para ficar quieto, tempo para falar; tempo para amar, tempo para odiar; tempo para guerra, tempo para ficar em paz." O texto é considerado sagrado para alguns, mas nem entro nesse mérito da questão. Não. Quero pensar sobre como estamos à mercê dele, do tempo.

Li um poema (na aula de hoje a tarde também), escrito por Ivana Versiane, chamado "Quanto tempo?". Ele não está completo no material que li, uma pena. Mas ela versa sobre o tempo que cada coisa precisa pra acontecer, e que esses tempos precisam ser respeitados. Ela pergunta quanto tempo é necessário para que uma nova vida se forme no ninho escuro da mamãe; quanto tempo leva até que o pequeno dê um sorriso, ponha-se de pé sozinho.

Quando o assunto é gestação, lá vem ele de novo. O tempo. O nosso corpo também tem o tempo dele. Sabe o ciclo de vida? Lembra daquele papo de nasce-cresce-reproduz-envelhece-morre? Então, é isso. Eu nasci, cresci, agora quero me multiplicar. Mas meu corpo tem o tempo dele. Mesmo que eu não queira, ele vai agir conforme seu próprio tempo. É praticamente impossível determinar o exato momento de uma ovulação. Mais difícil ainda é precisar exatamente quando se deu a fertilização de um óvulo. Esse tempo faz parte dos mistérios do corpo.

Todo mês a ansiedade me invade, toma conta de mim. Mas não posso apressar o tempo com ela. Não adianta, tenho que esperar ele passar. Ele, o tempo. Meu corpo tem um ciclo, tenho que aguardar seu próximo momento. Assim como a lua percorre o céu com seu ciclo, um de cada vez, eu, mulher, preciso viver cada fase. Tenho curtido há três meses a não TPM. Porque tenho esperado até a véspera da menstruação por uma não menstruação. Meu ciclo desse mês terminda dia três do mês que vem. Dia quatro começará um novo. Como será esse novo? Com uma nova menstruação? Ou com o tão sonhado BHCG positivo? Não sei. Não posso saber. Tenho que aguardar ele passar. Ele, o tempo.

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¹ UFAL - Universidade Federal de Alagoas.
² Eclesiastes 3:1-8 (versão Bíblia Viva).
³ Uma referência a canção "Sobre o Tempo", da banda mineira Pato Fu (não consegui ter certeza se foi Fernanda Takai quem compôs a música).

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Uma primavera a mais perto de mais uma primavera

Hoje (na verdade ontem, já são 00h42min) o maridão completou mais um aninho. Foi um dia bem normal e uma noite bem legal, atípica, parecia sábado a noite; meu irmão apareceu com um bolo, minha sobrinha, mãe e cunhada. Depois vieram os amigos Patrícia e Igor e fomos dar uma volta. Bacaninha. E o que isso tudo tem a ver com o filho que ainda não tenho? É que eu pretendia, caso tivesse um BHCG positivo no início do mês, guardar segredo e dar de presente pro marido o resultado do exame. É, infelizmente não deu, mas não faz mal, continuo tentando, né?

Feliz aniversário, amor! E que venha o nosso "presentinho".

domingo, 20 de setembro de 2009

De novo, de novo...

Olha eu, de novo, olhando Guruweb, kkkkkkkkkkk. O ser humano, sempre querendo adivinhar o futuro, né? Como se fosse algo pronto, e não aquilo a ser construído. Enfim, reflexões à parte, aqui está. Guru fala sobre o momento presente:

Uma revolução

O filho que ainda não tenho tem provocado na minha vida uma verdadeira revolução. Quando comecei a minha reeducação alimentar, pretendia ficar com peso menor, objetivando ter uma gestação mais saudável. Quase um ano se passou e consegui deixar para trás 30 quilos. Isso mesmo, 30 quilos. Não me fazem a mínima falta, muito pelo contrário, se eu soubesse que tinha forças para alcançar esse sucesso tinha começado muito antes. Depois desse processo, passei a acreditar muito mais em mim, na minha capacidade de alcançar tudo o que desejar. E assim será!

Vem, filho, meu corpo está te esperando.

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ANTES (dez/2007):










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DEPOIS (set/2009:

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Queria poder agora

Queria poder agora...

Sentir teu cheiro,
tuas mãos
tua pele.

Ouvir tua 'voz',
teu coração
até teu choro.

Ver teus olhos,
tua cor,
tua luz, enfim.

Embalar seu sono.
Acalentar.
Cantar pra ti.

Porque no meu sonho,
Acalanto,
Já existe um canto que nos faz sorrir.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Sobre meu humor

Impressionante. Fantástico. Extraordinário. Sim, são esses e outros adjetivos polissílabos que me vêm a mente quando penso na minha flutuação de humor quando o assunto é gravidez. Não, não penso que meu humor vai ficar variando assim quando eu estiver grávida não, não é isso.

Meu humor muda mesmo é quando mudam minhas perspectivas sobre o fato de tentar engravidar ou parar as tentativas. Ontem (e na maior parte de hoje) fiquei mal pela possibilidade de engavetar meu sonho. A tardinha, conversando com o marido, percebemos que o diabo nem é tão feio assim.

Não ganhamos na mega sena, o cliente dele não volto atrás, mas percebemos que podemos dar conta de superar o buraco que vai ficar na nossa renda. Não nos livramos ainda de nossas dívidas, ainda temos muito o que aprender sobre orçamento doméstico, erramos e nos desorganizamos muito. Mas chegamos a conclusão de que tão cedo não conseguiremos superar determinadas dificuldades, e que esse sonho não pode (não queremos mais que) seja adiado. E foi bom ouvir isso dele.

Nem preciso comentar que pulei da depressão pra euforia, né? Estou me sentindo feliz de novo pelo simples fato, pela mera possibilidade de vir a engravidar.

*risos*

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Guardando no fundo da gaveta...

...meu sonho mais importante. =/


Estou muito triste. Hoje começa meu período fértil, mas parece que é mais prudente esperar mais, mais ainda. Hoje faz um ano que fui ao GO começar a fazer meus exames preconcepcionais. Pouca coisa mudou. A mudança mais siginificativa foi eliminar 30 quilos dos 38 que preciso me livrar. Agora só faltam 8. 8 quilos, mas tem 8 toneladas de tristeza nas minhas costas.

*choro*

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Deixar de ser sem ter sido

Tem um conto de Drummond que gosto muito. É muito triste, mas (e talvez por isso) é muito bonito. Não sei explicar porque é bonito, deixo isso pros linguístas e críticos literários. A mim cabe apenas admirá-lo. O nome do conto é Nascer, e narra a história de uma família muito pobre, da qual fazem parte um homem e uma mulher que está grávida. Ambos planejam a humilde vida futura do garoto, que nasce morto e põe por terra todo o sonho daquela família.

Não, não está acontecendo comigo o que aconteceu no conto. Não exatamente. Felizmente não perdi nenhum bebê, nem tive nenhum filho que nasceu morto. Na verdade sequer tenho um bebê no ventre. E é aí que mora minha tristeza. A situação financeira do mundo não está boa não. Isso está estampado em todos os jornais e não é novidade pra ninguém. O problema é quando a situação vem morar bem perto da gente.

Hoje meu marido recebeu dispensa de um cliente seu. Próximo dia 21 ele completa nova idade, e este foi o seu presente. Presente de grego. Ou melhor, presente de austríaco¹. Tá, isso pode acontecer com qualquer um, eu sei!!! Mas se a situação já estava difícil de administrar, agora tanto pior. Geramos sempre a expectativa de que amanhã as coisas se ajustarão; quando acontece algo assim, nos sentimos como se tivéssemos sido pegos com as calças na mão.

Apesar de todas as dificuldades, eu vinha nutrindo o sonho de engravidar ainda esse ano. Queria entrar em 2010 com um bebê na barriga. Diante das circunstâncias, porém, me vejo obrigada a, mais uma vez, adiar meus planos. Drummond encerra seu conto tecendo considerações sobre a tragédia ocorrida na vida daquele casal. Felizmente meu momento não é tão fatídico quanto o relatado por ele, mas o sentimento de vazio que sinto é bem parecido. As palavras finais de Drummond são (ou se aproximam de): E aquele, que por tanto tempo foi, de repende, deixou de ser.

É, parece que vai ser assim conosco, de novo.

______
¹ O cliente que dispensou o maridão é oriundo de terras austríacas; mera explicação.

domingo, 13 de setembro de 2009

Futuro imediato

E eu, que me declaro tão cética, não resisti e fiz uma nova visitinha ao guruweb... ah, é tão doce ouvir/ler aquilo que a gente deseja, não?

Olha só a resposta que ele me deu para o futuro imediato:



Pois bem... que seja assim!!! =)

(clique na foto para ampliá-la)

O perigo das redomas de vidro e da superproteção

Querer ter um filho é algo comumente esperado em determinada época da vida de uma pessoa. No entanto, nos dias de hoje, a decisão de ter um rebento costuma ser adiada (eu que o diga) e o número de filhos é bem mais restrito. A maioria das famílias consta de pessoas que trabalham fora a maior parte do tempo e os cuidados com os pequenos acabam delegados a terceiros.

Para suprir a ausência, os pais costumam se tornar superprotetores e, por vezes, tentam substituir sua presença por presentes. Sem falar que - parece - são incapazes de incluir a palavra não no vocabulário que usam com os filhos. O resultado? Filhos que são verdadeiros ditadores. É isso, estamos vivendo a geração dos filhos ditadores. Eles dizem o que querem, como querem e quando querem. Não podem ser contrariados. E, ainda, apesar disso tudo (ou em consequencia disso tudo?) são infelizes.

Sei que saber educar com equilíbrio é um grande desafio (não sou mãe ainda mais sou educadora). E sei também que existem famílias que conseguem driblar as armadilhas de se tornarem reféns os próprios filhos. Sempre quem penso sobre a maternidade me vem a mente não só o período de gestação e nascimento, mas também o futuro, a educação na infância e na adolescência. E vem a pergunta: será que darei conta? Será que conseguirei ser flexível e equilibrada, sem exageros para um ou outro extremo? Saberei o momento de dizer não? Ou cairei na armadilha e me tornarei refém da minha própria cria? Desejo ter equilíbrio nessa difícil tarefa que é educar um ser humano.

O que motivou essa postagem? Um conto interessante que acabo de ler na comunidade "Pediatria Radical", entitulado "O principezinho tirano". Deixo-o registrado aqui, para que me sirva de reflexão em momentos futuros.


O principezinho tirano

Num reino longínquo, uma rainha desesperava-se por não ter filhos.

– Temos de ter um! Temos de ter um!, gemia o rei. Para quem ficará este soberbo reino que me deixou o meu pai, que o recebeu do seu pai, e assim sucessivamente, desde a criação do primeiro pai sobre a Terra? A quem entregarei a minha coroa quando os meus ossos se tornarem velhos e quebradiços, quando estiver cheio de cabelos brancos e tolhido de reumatismo?

– Que quadro tão terrível da velhice! Mas não deixa de ter razão: precisamos ter uma criança.

A rainha consultou todos os manuais e os médicos mais poderosos e mais sábios. Por fim, graças aos tratamentos, finalmente engravidou.

– Cuidado, este principezinho será seu tesouro, mas não lhe dêem mimo demais. Não tenham pressa em fazer dele um pequeno rei, preveniu o médico, assim que o bebê nasceu.

Mas mal ele virou as costas, a rainha pegou logo o pequeno príncipe e começou a enchê-lo de mimos.

– Tu és o meu reizinho, o meu único rei, e os teus desejos são ordens.

Os pais meteram o menino numa redoma infinitamente preciosa e, todas as manhãs, uma criada diplomada levava-lhe mamadeiras de cristal com leite da melhor qualidade e mel de abelhas raras. Dormia num colchão de pétalas de rosa colhidas na Abissínia exatamente às 5 horas da manhã -– quando estavam mais frescas -– e em lençóis bordados a ouro. Para servir o menino, uma dúzia de criadas corriam de um lado para o outro durante o dia e, à noite, dormiam a seus pés. Estava protegido de tudo: da mais leve brisa, do menor sopro… Para o aquecer, os pais mandaram construir um sol artificial, que não queimava a pele, mas fornecia vitamina D. Foi assim que o garotinho cresceu, tranqüilamente, em silêncio. Seus desejos eram ordens, sempre atendidas prontamente.

No dia em que completou 7 anos, pareceu conveniente aos pais tirar a criança adorada da sua redoma de vidro.

– Meu pequerruchinho, agora já és grande!, disse a mãe, aproximando-se para lhe fazer um carinho.

– Não sou pequerruchinho coisa nenhuma, disse o príncipe com desdém. E se quer me beijar, autorizo que me beije os pés. É o quanto basta.

Depois, dirigiu-se ao pai:

– Ei, velhote, passa para cá a sua coroa!

O rei entregou-lhe a coroa sem dizer uma palavra, porque nunca havia dito “não” ao principezinho, nem quando ele tinha 1 dia, nem quando ele tinha 3 meses. Como proibi-lo então de alguma coisa aos 7 anos? E foi assim que o principezinho se transformou em rei. Um rei tirano de 7 anos e alguns dias. Mandou cortar todas as árvores, porque um dia lhe caiu uma ameixa na cabeça; ordenou que todos os pássaros fossem estrangulados, um a um, porque cantavam de manhã muito cedo e isso atrapalhava seu sono; determinou que sua mãe fosse presa no 749o andar da mais alta das suas torres, porque ela tinha se atrevido a mandá-lo fazer os seus deveres reais. É o que por vezes acontece quando se é criado numa redoma.

O pior é que, apesar dos seus caprichos, ele tinha sempre um rosto infeliz e gritava:

– Sinto-me sozinho! Estou triste! Ninguém gosta de mim!


PARA CONHECER MAIS:

Sobre o narcisismo: uma introdução (1914). Obras completas. S. Freud. Imago, 1979.

Os complexos familiares na formação do indivíduo.Outros escritos. Lacan.Zahar, 2004.

Nota sobre a criança (1969). In Outros escritos. J. Lacan. Jorge Zahar, 2004.

* Michele Roman Faria é psicanalista, doutora em psicologia clínica pela USP e atualmente desenvolve pós-doutorado no Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp. É autora de Constituição do sujeito e estrutura familiar (Cabral Editora e Livraria Universitária, 2003) e Introdução à psicanálise de crianças: o lugar dos pais

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

E se você fosse o bebê?

Acabei de ler o texto a seguir na comunidade "Gravidez, Parto e Maternidade"; o que pensei ao final dele? Emocionante!

Querida mamãe,

Esta noite acordei estranhando o silêncio. Não havia barulho algum e pensei que
o mundo tinha até acabado e você esquecido de mim. Coloquei a boca no trombone e
você veio. Ainda bem!

Fiquei tão feliz no calor do seu peito que acabei pegando no sono antes de mamar
tudo o que precisava. Quando percebi que você ia me colocar no berço, chorei de
novo, mas não tente negar: você estava com pressa para ir dormir outra vez.

Você me deu de mamar novamente, assim, meio apressadinha e depois resolveu
trocar a minha fralda. Estava tudo tão calmo, um silêncio, nós dois juntinhos.
Estava legal e eu perdi o sono. Você até que foi compreensiva, mas começou a
bocejar e resolveu me fazer dormir. Eu não queria dormir. Talvez eu precisasse
de mais dez minutos, meia hora.

Mas você estava mesmo decidida a dormir. Foi ficando bem nervosa e até chamou o
papai. Eu não queria o papai e todos fomos ficando muito irritados. No final das
contas acordei a casa inteira cinco vezes. De manhã nossa família estava com
cara de quem saiu do baile. Acho que estraguei tudo.

Imagina, você chegou a dizer para o papai que eu estou com problema de sono. Eu
não! Você é que vem me dar de mamar com pressa e daí eu sinto que você não quer
mais ficar comigo.

Os adultos tem hora certa para tudo mas eu ainda não entendi essas de relógio e
tarefas estafantes que as pessoas grandes precisam fazer. Quando meu corpo está
com o seu, quero ficar do seu lado sem me separar nunquinha. Do alto dos meus
três meses ainda não descobri direito que você é uma pessoa e eu sou outra.
Um dia, eu vou sair por aí, vou saber telefonar e posso lhe deixar doida para
saber o que ando fazendo e então você vai entender como me sinto agora. Mas não
precisamos dessa guerra mamãe. Até lá já poderemos nos entender inclusive
através das palavras.

Sinto a angústia da separação, pois terminei de viver uma
das grandes. Você também, mas vive tudo isso como adulta consciente. Eu ainda
vivo no inconsciente.

Por enquanto nossa comunicação direta fica restrita aos nossos sentimentos
inconscientes. Eu não sei nada, tudo é novo para mim. Você pode até achar que
não sabe nada e que tudo é novo para você, mas eu vou aprender o que você me
ensinar através da sua sensibilidade, dos seus sentimentos em relação a mim.

Sabe, mamãe, se você quer um conselho, vou dar: quando eu chorar à noite, não
salta logo para meu berço desesperada, como se o mundo fosse acabar. Espere um
pouquinho, respire profundamente, ouça o meu choro até que ele atinja o seu
coração. Sinta seu tempo, realmente acorde e venha me pegar. Me abrace devagar,
não acenda a luz, fale bem baixinho e me dê o seu peito para eu mamar. Depois
que eu arrotar, mais um pouco só de paciência, pois nós, bebês, somos muito
sensíveis aos sentimentos dos adultos, especialmente os da mamãe. Se eu sentir
que você está com pressa, sou capaz de armar o maior barraco, mas se você
esperar até o meu segundo suspiro, quando meus olhos ficarem bem fechados,
minhas mãos e pernas bem molenguinhas, aí sim pode me colocar de volta no berço
que eu não acordo antes de sentir fome outra vez.

Conforme você for desenvolvendo sua paciência mamãe, eu estarei desenvolvendo
minha tranqüilidade e nós não teremos mais noites infernais; apenas noites de
mamãe/bebê, que um dia passam, como tudo na vida.

Sempre seu,
Gu-gu dá-dá!

(Escrito por Cláudia Rodrigues, jornalista e educadora somática.)

Outros textos do mesmo estilho: www.centauroeditora.com.br (livro Bebês de mamães mais que perfeitas), Há alguns inéditos também aqui:http://buenaleche-buenaleche.blogspot.com/

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Passando só pra deixar um registro

Escuto músicas e penso em um ser que ainda não existe no mundo real. Mas penso, penso e penso. Penso com detalhes, com paixão, com sentimento.


Queria te dizer que "só enquanto eu respirar, vou me lembrar de você. Só enquanto eu respirar!". Vem!!!


Sua mãe.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Io no creo en brujas... pelo que las ai, las ai!

Ontem fiz uma "consulta" ao Guruweb. Tá, tá, bobagem... mas eu fiz! =P

Perguntava - pensem, mentalizar uma pergunta para o computador responder, hehehe - se eu estava grávida. Não fiz isso só hoje, tenho feito desde julho, desde que decidi não usar nenhum método contraceptivo. E o tal guru sempre dizendo pra mim que não. Tá, não com essas palavras, mas dizendo que "em breve" meus desejos se realizariam, sem nada muito objetivo. Ontem "ele" disse que eu começaria um novo ciclo hoje, assim, com essas palavras. E comecei: o ciclo menstrual! Ahahaha! Passada a decepção, agora estou tranquila e pronta pra continuar tentando.

Acontece que hoje resolvi bater um novo papinho com o mago do computador, rsrsrs. Perguntei pra ele: é dessa vez? Será esse mês? Espantosamente, vejam só qual foi a resposta para a carta número 10, o desfecho da situação:



Eu continuo não acreditando muito... mas louquinha pra estar errada!

Negativo

=(

Testando

Criei coragem e comprei agora mesmo um teste de gravidez desses de farmácia. Mas e o medo de fazê-lo e o resultado não ser positivo? E se for um falso negativo, visto que espero a menstruação ainda pra hoje? Ai, que aflição!!! Vou pensar mais um pouco e ver se tenho coragem pra fazê-lo...

domingo, 6 de setembro de 2009

Mudanças e mais espera.

Pela primeira vez estou achando meu corpo diferente. E nem sinal de menstruação. Estava esperando-a a partir de hoje. Pode ser que seja amanhã. Ah, mas estou tão esperançosa. Confesso só pra mim e com tanto medo de estar errada.

E mais espera...

sábado, 5 de setembro de 2009

Criando filhos

Limpando minha caixa de e-mails, encontrei a mensagem abaixo. Ando sensível com relação ao assunto, óbvio, rs. O título da mensagem é "se eu fosse criar meu filho de novo". Como ainda não criei o meu, deixo registradinhas as dicas e espero praticá-las.

SE EU FOSSE CRIAR MEU FILHO DE NOVO

Se eu fosse criar meu filho de novo,cuidaria da auto-estima primeiro,e da casa depois.
Faria mais pinturas com dedo,e apontaria menos o dedo.
Disciplinaria menos,e acalentaria mais.
Olharia menos para o relógio,e mais para ele.
Daria mais passeios e empinaria mais pipas.
Pararia de ser séria ,e brincaria seriamente.
Correria através de campos,e olharia para mais estrelas.
Daria menos safanões e mais abraços.
Veria mais frequentemente o carvalho em seu fruto.
Falaria menos,e diria mais.
Tomaria para modelo menos o amor ao poder e mais o poder de amar.

Diane Loomans

Compasso de espera de todo mês...

Mês passado foi assim. Esse mês está sendo assim também. Esperando algo acontecer... ou deixar de acontecer, né? Na verdade eu quero que não aconteça (risos). Não, eu não quero menstruar. Os dias previstos para este evento seriam amanhã e segunda. Depois disso já considerarei atraso, a julgar pela regularidade que meu organismo vem mantendo com relação a datas. Estou bem ansiosa e com sintomas que não senti em outros meses, como por exemplo um estranho enjoo, que não é ânsia de vômito, mas uma sensação constante de estar com algo entalado na garganta. Além disso, um gosto amargo na boca, estranhíssimo também. Fora isso, tudo o mais é bastante subjetivo e passível de sugestionamento.

Se ainda não for dessa vez, tudo bem. Partirei para novas tentativas. Mas que eu queria que fosse agora, ahhhhh, queria!!!

=)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Vida bem viva em mim...

Mais uma da série "Músicas que me fazem pensar em meu bebê..."


Realejo
O Teatro Mágico
Composição: Fernando Anitelli / Danilo Souza

Será que a sorte virá num realejo?
Trazendo o pão da manhã
A faca e o queijo
Ou talvez... um beijo teu
Que me empreste a alegria... que me faça juntar
Todo resto do dia... meu café, meu jantar
Meu mundo inteiro...
que é tão fácil de enxergar... E chegar

Nenhum medo que possa enfrentar
Nem segredo que possa contar

Enquanto é tão cedo
Tão cedo

Enquanto for... um berço meu
Enquanto for... um terço meu
Serás vida... bem vinda
Serás viva... bem viva
Em mim

Será que a noite vira num vilarejo
vejo a ponte que levara o que desejo
admiro o que há de lindo e o que há de ser... você

Enquanto for... um berço meu
Enquanto for... um terço meu
Serás vida... bem vinda
Serás viva... bem viva
Em mim

"Os opostos se distraem
Os dispostos se atraem"

http://www.youtube.com/watch?v=lwE5CI51sFk

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Esse lugar é o meu coração...

Vilarejo
Marisa Monte
Composição: Marisa Monte, Pedro Baby, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão

Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraiso se mudou para lá

Por cima das casas, cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real

Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa

Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar

Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção

Tem um verdadeiro amor
Para quando você for

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Tu vens

Anunciação
Alceu Valença

Na bruma leve das paixões
Que vêm de dentro
Tu vens chegando
Prá brincar no meu quintal
No teu cavalo
Peito nu, cabelo ao vento
E o sol quarando
Nossas roupas no varal

Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais

A voz do anjo
Sussurrou no meu ouvido
Eu não duvido
Já escuto os teus sinais
Que tu virias
Numa manhã de domingo
Eu te anuncio
Nos sinos das catedrais

Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais

Na bruma leve das paixões
Que vem de dentro
Tu vens chegando
Prá brincar no meu quintal
No teu cavalo
Peito nu, cabelo ao vento
E o sol quarando
Nossas roupas no varal

Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais

A voz do anjo
Sussurrou no meu ouvido
Eu não duvido
Já escuto os teus sinais
Que tu virias
Numa manhã de domingo
Eu te anuncio
Nos sinos das catedrais

Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Espero com uma ansiedade insuportável o dia da minha menstruação... mas desejando não menstruar. Ao mesmo tempo que esse desejo e esperança acalentam meu coração, vem um medo danado de não ser ainda dessa vez, e a minha vez fique cada vez mais pro futuro. Ai, como é ruim ser imediatista e desejar as coisas para ontem. Tenho muito medo da responsabilidade que é ser mãe, mas a vontade de gerar um filho está extraodinariamente maior. Não sei como administrar a ansiedade. O pior é que venho sentindo os sintomas normais pré-menstruais, o que me deixa bastante confusa. Quero demais um BHCG positivo!!!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Silêncio!

"Shiii. Silêncio.
Eu, imóvel tentando ouvir você crescer em mim. Eu, com medo, tentando sentir que está tudo bem. Tentando pensar que sou um bom ninho. Ou casulo. Ou casa. E você sugando as minhas forças, meu humor, meu sentido de realidade para fazer crescer a pele que vamos acariciar, a boca que vamos alimentar, os olhos que vão ver o mundo de um jeito que vamos ter que ensinar.Penso em Deus.Penso em Deus porque não poderia acreditar que posso fazer isso sozinha. Seria poder demais, responsabilidade demais, força demais para um ser humano.Ser humana.Me sinto mais mulher do que nunca. Não super mulher, não confundam. Me sinto mulher inteira e de verdade, mas pequenininha diante de tudo que vai acontecer. De tudo que vai mudar. Das coisas que não vou ser capaz de mudar.Um coração batendo dentro de mim e não é o meu.Choro e entendo. Entendo que os homens não poderiam gerar uma vida porque se sentiriam magnânimos, capazes de tudo. Enquanto eu mal me sinto capaz de levantar da cama, de comer os legumes que te fazem bem, de não comer o chocolate que te faz mal.Mal me sinto capaz de escrever porque sei que não vou encontrar as palavras certas. Não vou organizá-las na ordem correta. Não vou fazer quem lê estas linhas entender tudo o que eu sinto. Um turbilhão em câmera lenta dentro do meu coração, como se o furacão tivesse a noção de que na velocidade normal te acordaria, te incomodaria, te assustaria.
Shiii. Silêncio.
Agora eu sou dois e cada passo, cada pensamento, cada alimento interferem em você. Quero ser só amor, mas sou humana e volto a pensar em Deus.Também penso em nós dois. Agora você, meu amor. Que me amava desde que eu era só um. Que me amou tanto que me fez duas. Que me ama muito agora, meio feliz, meio desconfiado, meio com medo de quando seremos três. Na verdade quatro, com o cão de pernas curtas que nos fez sentir uma família pela primeira vez.Seremos quatro, nunca tão felizes como um comercial de Margarina. Aquela felicidade falsa, insossa, pasteurizada. Teremos a nossa felicidade inconstante, recheada de incertezas.Se tivéssemos certeza, não seria preciso acreditar. E enquanto acreditamos na mesma coisa – nós dois, nós três, nós quatro – mesmo nos dias tristes, eu vou saber que sou feliz.
Shiii. Silêncio.
Agora eu sou dois. Em breve seremos três. Tenho medo de nunca mais ser só eu. Mas tenho mais medo ainda de ser qualquer coisa menos do que nós, juntos.
Mamãe te ama, Laura!"

Texto escrito por Kátia, uma futura mamãe com quem esbarrei no orkut, esse universo paralelo feito pra gente encontrar gente que é tão igual e tão diferente da gente. Adorei o texto, achei que devia guardá-lo. Lindo, Kátia, parabéns!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Eu posso parir

Todas as mulheres da minha família, nas últimas gerações, pariram. Todas! Minha bisavó teve sete lindas filhas. Todas saudáveis. Todas nasceram de parto domiciliar, na época assistido apenas por parteira tradicional. Minha avó materna teve 10 filhos. Todos, com exceção do último, nasceram de parto domiciliar também. O único que nasceu em hospital, o mais novo, foi parido também. E olha que minha avó, apesar da experiência de ter vivenciado nove partos, teve sua hora ignorada pela enfermeira que “auxiliava” as mulheres do pré-parto. A tal enfermeira disse que ainda ia demorar. Minha avó deu à luz, mesmo sem a ajuda da mulher, em menos de dez minutos naquele dia. Minha avó paterna teve uma situação mais complicada. Meu pai, seu único filho, estava nascendo em casa. Eis que nasceu um pé e um braço, e o trabalho de parto estacionou. Minha avó morava em uma pequena cidade do interior. Ele foi devolvido à barriga (!!!!) e minha avó trazida para a capital. Aqui o parto foi concluído com a ajuda de médicos, mas não foi uma cesariana; os médicos perguntaram se deveriam salvar ela ou o bebê. Escolheram salvar a mãe, mas, como podem perceber, meu pai sobreviveu (sem sequelas) e estou aqui contando a história. Isso aconteceu no início da década de 50. A cesariana já existia, mas os médicos preferiam ajudá-la a parir. Ah, ela estava com quarenta anos. Alguém tem dúvida que hoje ela teria sofrido uma cesariana?

Minhas tias pariram. Tias maternas, não tenho tias paternas, visto que meu pai é filho único. Todos os meus primos e primas nasceram de parto normal. A propósito, todas as minhas primas que têm filhos também pariram, e olha que são da nossa geração (incrível)!

Minha mãe também pariu. Foram três filhos. Partos cheios de intervenção, é verdade. Todos partos hospitalares. Mas fiquei orgulhosa da minha mãe: esses dias ela contou que, quando estava me trazendo ao mundo, recusou o famoso sorinho. Ela me disse que não queria nada na mão dela, atrapalhando sua mobilidade. E olha que ela nem sabia que aquele tal sorinho poderia conter substâncias para acelerar o trabalho de parto. O médico? Disse “deixa” pra enfermeira. O que ele podia fazer pra controlar aquela mulher tão dona da situação? Ah, e quase “sentou” na maca, hahaha! Escolheu a posição que queria pra parir. E ainda me revelou que o sonho dela era parir na água!

Eu não pensava em ter filhos. Aliás, pensava. Mas temia. Temia tudo, mas principalmente temia a dor. Não consigo explicar o porquê, mas tinha pavor. Não sei se a culpa é das cenas criadas para telenovelas ou se pela formação que recebi, aprendendo que “por causa do pecado, Deus multiplicou as dores do parto”. O fato é que, juntando-se os medos das dores e as dores que a responsabilidade de educar um ser humano traz, havia desistido de parir. Aliás, mais que isso, havia desistido de ser mãe.

Acontece que, tão inexplicável quanto o surgimento dos medos, voltou à tona a vontade de deixar um pouquinho do meu DNA para as gerações futuras. Junto com essa vontade, veio o desejo de buscar informações, saber se realmente era verdade que parir é sinônimo de sofrer. Na minha cabeça, parir era um mal necessário. Um sofrimento obrigatório para quem deseja gozar da benesse que é o ser mãe. Mal sabia eu que atualmente, no Brasil, o difícil é alguém acreditar que uma mulher precise passar pelo parto para ser mãe.

Comecei a ler e a ficar assustada. Parir é bem mais, muito mais difícil do que eu acreditava. Não, não falo aqui de dores cinematográficas não. O medo dessas, perdi. Descobri que dor é algo relativo e que existem formas naturais e eficazes de diminuir a sensação de dor. Descobri também que a famosa dor do parto nem é intermitente. Que quando ela se torna contínua está perto do bebê chegar. Que o corpo da mulher libera hormônios que produzem sensação de prazer no processo do parto. Descobri até – pasmem – que existem mulheres que afirmam ter parto orgásmico!

Mas então por que parir se tornou uma tarefa tão difícil? Simples: quase ninguém mais acredita que a mulher pode parir. Na maioria das vezes nem mesmo a própria mulher acredita. Um processo que, antes, era considerado fisiológico é agora encarado pela maioria como uma situação de extremo risco, como se o bebê do século XXI fosse uma bomba relógio dentro da mãe, que precisa ser desativada antes de explodir. E como se o médico “cesarista” fosse um herói, um ser fantástico capaz de desativar essa bomba. A maioria das mulheres ouve, desde a primeira consulta do seu pré-natal, alguma desculpa para ter sua barriga cortada e seu bebê extraído. Ah, as mulheres de hoje em dia só produzem bebê com cordões assassinos! E tem mais: muitas têm uma evolução às avessas, pois têm quase sempre um quadril muito estreito (!?) para a passagem do bebê! O que Darwin diria sobre isso?

Felizmente existem algumas mulheres – raras mulheres – que acreditam que são capazes, sim, de parir! Encontrei algumas dessas mulheres na minha busca por informações. Mulheres que ainda lembram que são humanas, de carne e osso. Que são mamíferas, menstruam, que têm útero. E que foram “feitas” fisiologicamente para parir. Mulheres que ainda sabem que são animais, bicho-gente. Dito assim parece assustador, mas essa é a nossa essência: somos animais, somos natureza. Por perder essa essência, creio eu, é que nosso planeta está se degradando (mas isso é assunto pra outro texto). Descobri que quero ser uma dessas mulheres, que não tem medo de sangue, que não nega dores, mas que entende que elas são suportáveis e fisiológicas, uma resposta natural de um corpo que se prepara pra produzir um dos mais espantosos e lindos feitos da natureza. Hoje compreendo que um trabalho de parto não é sinônimo de sofrimento, e que é um evento natural da vida de uma mulher saudável.

Decidi que quero ser mãe. Não, ainda não estou gestando, pelo menos não no meu útero. Estou gestando no meu cérebro. Como humanos, temos uma condição diferente de outros seres da natureza, podemos planejar nossas ações. Sim, é a razão. A tão aclamada razão. Decidi usá-la a meu favor. Decidi refletir sobre o assunto parto antes mesmo de ter um bebê no ventre, e cheguei a conclusão que me parece mais óbvia: parir é a melhor forma de trazer um filhote de humano ao mundo! Simples assim! Depois de ler e conhecer muitas histórias, mas ainda não todas que posso até engravidar – e parir – descobri que, apesar da “hospitalização” e “medicalização” do nascimento, – fantástico (!) – , a mulher pode parir! Vejam, comecei mostrando que isso é fato, foi assim com minhas “ancestrais”, com as mulheres da minha família. E por que comigo será diferente? Infelizmente é bastante difícil convencer as pessoas dessa conclusão óbvia. Porém percebo que a grande diferença está no que eu mesma acredito, e que cabe a mim lutar para alcançar a realização dessa meta. Sim, eu quero, eu desejo, eu escolho parir! Eu posso parir!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Ontem vomitei pra danar... aparentemente sem nenhum motivo especial, sem febre... será??? Céus, se for, vai ter personalidade assim lá na casa da mãe, rs. Provocar tanto enjoo assim, no comecinho? rsrsrsrs
Ontem vomitei pra danar... aparentemente sem nenhum motivo especial, sem febre... será??? Céus, se for, vai ter personalidade assim lá na casa da mãe, rs. Provocar tanto enjoo assim, no comecinho? rsrsrsrs

domingo, 16 de agosto de 2009

Àquele que vai chegar

Como será você? Quando virá?
Não sei! Mas te amo, amo muito.
Quero te trazer pra minha vida.
Quero te mostrar ao mundo.
Quero mostrar o mundo pra você.
Desejo ter você aqui, no meu ventre.
Ser mulher plena, mãe, gestar e parir.
Ser divina e natural, completa.
Ser humana, bicho-gente.
Me fazer natureza.
Estou ávida para dar prosseguimento a vida.
Dar à luz, mudar o tom da minha canção.
Vem, te espero.
Você já está aqui, na minha mente, nos meus planos.
Você já mudou meu viver.
Agora chega! Chega aqui, pra mim.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

É, filhote... não deu ainda, não foi em julho que mamãe engravidou... mas vou continuar tentando... confesso que fico insegura, medo de não dar conta, de sofrer e te fazer sofrer. Mas meu coração me diz que está na hora.

Sei que vou te amar muito!

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Filho (ou filha)... no que depender de mim, vc já está a caminho, rsrsrsrs. Será? Seria muita sorte, viu? Só vou saber daqui a algumas semanas. Será segredo nosso até um positivo, rs. Da nossa família. Se não der esse mês, continuo tentando no próximo! ^^

domingo, 26 de julho de 2009

Filho... ou filha, não sei... eu te amo tanto! Tenho sofrido esses últimos meses por ter que adiar o nosso encontro. Eu queria tanto te ter nos meus braços, ver teu sorriso, embalar teu sono. As coisas estão difíceis pra mim, pro papai. Dinheiro apertado, por conta de má administração. Ah, filhote. Vc ainda não sabe o que é dinheiro... não saberá nos seus primeiros aninhos nessa terra. Mas é um troço que, se a gente não domina ele, ele quer dominar a gente, sabe? Mas olha, eu cansei de esperar melhorar pra te receber. Vc merece sim uma condição financeira melhor da mamãe pra te receber, e eu prometo que vou tentar me organizar melhor até vc ser gerado e recebido. Mas isso não vai fazer com que eu adie mais os meus planos. Não, filho, eu vou deixar vc vir. Claro, vai depender de muito mais do que minha vontade. Mas no que depender dela, pode contar: vc logo estará a caminho. Já estou sonhando com teu rosto, com tuas mãos, teu jeito. Já sou apaixonada por você, filho! Eu sei que não vou poder dormir algumas noites (aliás, sempre me pergunto se mãe dorme). Eu sei que vou chorar algumas vezes por achar que fui precipitada e deveria ter esperado mais. Mas tb sei que vou me alegrar muito com você, vou me sentir orgulhosa muita vezes. E vamos ser felizes juntos! Te amo, meu filho que ainda não veio!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

É, não deu, não rolou nada por aqui hj e nem sei quando vai acontecer, a julgar pelos ânimos...

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Eu quero engravidar hoje. Queria que fosse com exames e remédios, todos os que o médico prescrevesse. Queria estar com dinheiro, com condição de decorar um lindo quarto. Queria poder mudar até de bairro. Mas não dá. E não quero mais esperar. Quero que seja hoje. E acho que vai ser uma menina, como a dona Leda falou. Será? Vejamos daqui a alguns meses...

sexta-feira, 12 de junho de 2009

9 meses depois...



Hoje é 12 de junho de 2009. Muito interessante voltar aqui depois de tanto tempo, mais precisamente quase nove meses depois de começar o blog - o tempo de uma gestação - e perceber quais avanços já obtive e quanta coisa ainda falta pra conquistar este sonho. 

Hoje estou muitos quilos mais magra do que em setembro do ano passado. Quando comecei meu tratamento para emagrecer, em novembro do ano passando, estava com 98 quilos. Foi um choque pra mim constatar que, em lugar de perder peso de setembro até ali, havia ganho. Também pudera, eu comia feito uma desesperada, sem controle. 

Em novembro, no início do meu tratamento, estava determinada: iria eliminar todo excesso que tanto me prejudicava e atrasava meus sonhos. No primeiro mês mandei embora 7 quilos. Animador, não? Pois é! Hoje, junho de 2009, estou com 75 quilos. Longe, ainda da minha meta, que é de chegar aos 60 quilos, mas muito mais perto do meu sonho, mais saudável, com IMC que é "apenas" de sobrepeso. Estou feliz por essa conquista.



Os planos de ter um bebê, porém, não envolvem apenas um corpo saudável. Não mesmo. Eu preciso ter uma casa saudável, um relacionamento conjugal saudável, um tempo em casa saudável. É um grande desafio. Tenho medo de enfrentá-lo. Será que darei conta? Sei que vai ser muito difícil, por isso me pergunto muito: será que terei coragem? Será que estou preparada?

O fato é que andei comprando até roupinha de bebê (tá, foram apenas 2 peças, rs), e foi neste momento que percebi que minha vida financeira não está nada fácil, terei muita dificuldade pra enfrentar no momento que decidir ter um filho. 

No dia 17 teria que voltar ao médico, porém precisarei adiar esta ida, pois não terei tempo pra preparar uns exames solicitados até lá. O fato é que estou pensando seriamente em não pensar mais em nada, começar a tomar ácido fólico, continuar cuindado da alimentação, mas sem me desesperar pra alcançar meu peso agora e deixar a natureza agir. 

O que será do meu futuro? Ah, não estou dando conta nem do presente... vou deixar o futuro chegar, se tornar um presente, depois verei como fazer...