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terça-feira, 15 de junho de 2010

40 + 1

E minha filha responde com silêncio e tranquilidade à minha ansiedade...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

40 semanas

Eu pensei que estaria mais tranquila, esperando docemente, mas ao contrário disso não vejo a hora de receber nos meus braços o sonho que venho embalando há muito mais de 9 meses (pois minha pequena foi gestada no cérebro antes de sugir no meu ventre).

Não quero que as coisas aconteçam nem antes de nem depois do tempo apropriado. Quero que minha filha chegue plana, no dia que escolher e desejar. Será um dia muito feliz, um dia esperado, sonhado, desejado. Não estou cabendo em mim de felicidade por saber que em dias  - ou quem sabe horas - receberei o maior presente que o amor pode dar.

Está tudo pronto, agora só falta você, filha! Estamos esperando! Pode vir! Vamos te receber com muito amor aqui, do lado de fora do ventre da mamãe. Amamos você! 

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Esperando

Estamos com quase 40 semanas. Completaremos segunda-feira. Ao contrário do que muitos possam imaginar, não estou tão curiosa quanto poderia com relação à cor dos olhos da filhota, se terá muito ou pouco cabelo e nem se parecerá comigo ou com o pai.

Na verdade não é pressa o que me faz pensar no parto. Eu penso em como e quando nosso momento chegará. Tenho algumas coisas idealizadas. Sonho com um trabalho de parto que pode até ser intenso, "doloroso", mas que não seja extremamente demorado. Nem é falta de paciência minha, é receio que, na hora P, acabe sendo pressionada a fazer um procedimento cirúrgico por "sofrimento médico". Quero muito que o tempo do nascimento seja respeitado, mas sei o quanto é difícil, por isso converso muito com minha filhinha e comigo mesma, pra que tudo aconteça num tempo rasoável.

A emoção que - imagino - sentirei no nascimento de meu rebento é o que mais tem recheado meus dias e meus pensamentos nas últimas semanas. Cada movimento mais intenso, cada puxo ou fisgadinha na barriga tem sido motivo de muita alegria. Sim, desejo ardentemente sentir a "dor" do parto. Assim, entre aspas, porque passei a acreditar piamente que chamamos de dor por convenção, por medo, mas que o parto pode ser uma experiência prazerosa. Quem disse que não? Quem inventou que parto não combinado com prazer? Prazer de trazer à luz um novo ser. Prazer de gerar uma vida. Vida desejada, planejada. Isso pra mim não pode ser penoso, é motivo de alegria e alegria não rima com dor.

Quero muito, muito mesmo, vivenciar essa experiência. Sentir meu ventre contraindo-se, meu corpo abrindo caminho para minha descendente chegar ao mundo. É fantástico saber que o parto começa no bebê, no cérebro dele, que faz com que meu corpo desperte também hormônios para que nossos corpos trabalhem juntos. É impressionante a perfeição desse acontecimento. É, é assim que acontece (leiam sobre isso aqui: hormônios do parto)!

Minha cabeça está focada na chegada da minha filha. Tudo o mais tenho deixado, meio sem querer, em segundo plano. Encerro essa postagem aqui porque preciso terminar um trabalho. O último pra sair de licença sem pensar em trabalho. Quero dedicar-me exclusivamente à minha filha, pelo menos até quando minha licença permitir. Quero mergulhar de cabeça na maternidade.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Amigos virtuais?

Mina filha chegará em uma época na qual o mundo é, ao mesmo tempo, gigante e minúsculo. Depois da internet, as relações mudaram. Aliás, sem internet ela nem teria sido gerada. Calma, ela não fiz download dela não, mas eu e o papai dela nos conhecemos há 10 anos em uma sala de bate-papo da UOL. =) Faz tempo, hihihi!

Aprendi muito, mas muito mesmo sobre gestar, parir e maternar aqui mesmo, na internet. Conheci pessoas valiosíssimas, sem as quais nem sei como teria passado certas situações da minha vida. Muitas vezes a tela do computador foi minha companheira. Aliás, a tela nada, tela é fria, não tem sentimentos. Quem segurou muitas barras minhas foram as pessoas de carne e osso lá do outro lado da tela. Não posso citar nomes, eu seria muito injusta.

Através da internet conheci muita gente que luta pelas mesmas causas que eu, que tem buscas e aspirações semelhantes às minhas. Graças à internet deixei, determinadas vezes, de me sentir um ET por pensar diferente. Encontrei pares. Também achei pessoas muito diferentes de mim, mas que me fizeram crescer também, aprender.

Acho que posso afirmar que meu ciclo de amigos da internet, se não for maior que os presenciais, é no mínimo equivalente. Claro, é preciso ter critérios pra se deixar conhecer e relacionar com pessoas que estão longe, mas os de perto também podem trazer decepções. Então distância não me assusta, não me faz menos crente nas pessoas. Talvez mais criteriosa, mas isso com os de perto também.

Esse papo todo é pra agradecer as pessoas que demonstram carinho por mim e por minha filhota todos os dias. Através de palavras e de gestos. No comecinho da gestação ganhei um presente lindo, um CD enviado pela  amiga Luzinete, seu esposo Renato e seu bebê Francisco. Melodias de ninar com sons do útero ao fundo. Os sons me vêm à mente quando falo no CD, rsrsrs.

Acabo de receber agora uma caixinha cheia de presentinhos pra minha pequena. Mas não são os presentes que encantam, apesar de lindos. É o carinho, sabe? Saber que cada coisinha que foi enviada foi escolhida por alguém que se interessa por mim e pela minha pequena foi encantador. Foi um grupo de A.M.I.G.A.S. que me enviou. 

Gente, obrigada demais por tudo: pela força, pelo carinho, pelas palavras, pela amizade. Essa carga de endorfina que a filhota acaba de receber... não tem preço e nem presente que pague! Foi o carinho que me fez ficar emocionada!

A caixinha e os presentes enviados pelas amigas de longe... e de perto, de dentro do coração.

sábado, 5 de junho de 2010

Paciência, muita mesmo...

Tenho aprendido, depois de grávida, que há coisas que não podemos controlar. É bem verdade que isso por conta das minhas escolhas. Decidi, por exemplo, que minha filha virá no tempo dela, o que significa esperar e ter paciência.

Aliás, paciência é sobrenome de mãe. Mas também a depender das escolhas que fizer. Pretendo não oferecer bicos artificiais (chuquinhas, mamadeiras, chupetas - embora a avó tenha comprado duas); quero amamentar em livre demanda e dar muito, muito colo, viver grudada com minha filhota.

Engraçado, há pessoas que se importam com criança que passa muito tempo no colo, mas não com as que crescem com uma chupeta na boca. Há quem se preocupe em criticar amamentação prolongada, mas ninguém se admira de quem consome leite de outro animal, mesmo anos depois do desmame (que outro animal além do homem consome leite até a idade adulta - e de outra espécie?).

Minha filha vai experimentar sling, banho de balde, amamentação em livre demanda e exclusiva por 6 meses (depois prolongada, mesmo com a introdução de outros alimentos), muito colinho do mãe e do pai. Vai dormir bem pertinho de mim. Se é o melhor, se isso é modelo? Não sei! Mas acho que são opções que couberam pra mim e vou adotá-las seguindo meu instinto.

A gente quando decide ser mãe tem que ter muuuuuita paciência. Mas muita paciência messsssssmo. Talvez mais paciência com a opinião alheia do que com o próprio bebê.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Carta da Nona Lua - O parto tem seu próprio tempo

por Flávia em 09/05/2010 (do Projeto Maternidade Consciente)
paciencia
Sinto que você está chegando, meu corpo vem me dando seus sinais. Foram nove meses de comunhão, dias melhores, outros piores, agora chegam ao fim. Quem venha com o tempo, que venha com a lua, que venha! Já te aguardo, te pressinto. Confesso para ti, somente para ti, confesso que já me sinto ansiosa pela sua chegada. Meu corpo todo sente o seu peso, e já está tão difícil mover quanto ficar quieta.
Respiro fundo e suspiro, nascer é tempo sem hora. Aguardo você sentir-se pronto, pronto para respirar por si só. Saiba que eu mesma já me sinto inteiramente pronta. Durante os nove meses eu estive ocupada, sim, eu sei. Também durante nove meses eu me acostumei à sua presença em mim. Tive bastante chance de me preparar, a mente teve seu tempo de absorver as mudanças que trará para minha família. Sinta-se desejado e amado, meu bebê, por todos nós. Desejo-te.
Pressa? Não eu não tenho pressa, para que andar depressa? Quero que venha, mas que venha na sua hora. Não existe hora marcada, não marquei na agenda. Sem nenhum compromisso, que seja pelo nosso desejo mútuo.
Quando meu corpo e você estiverem em trabalho parto, vamos nos repartir, você vai partir para uma nova jornada, é uma viagem intensa, procure a luz, procure o caminho que te ofereço em meu corpo. Não tema essa viagem, porque estou sempre contigo. Despeço-me da barriga linda e grande, você se despede do interior do meu corpo. Mas nos encontramos aqui deste lado, em uma nova e longa aventura.Começa em um grande deleite. Sinta o amor que confirmo ao colocar minhas mãos em meu ventre, sinta o calor que emana. Este calor destas mãos você vai sentir aqui fora. Pode vir, garanto que estou aqui.
Sem pressa para essa viagem, criança, sem pressa. Venha surfando em onda esplêndida, venha no ritmo que imprimimos juntas, somente nós duas. Você e eu temos todo o tempo, todo o espaço para essa caminhada. Temos bola, temos água, temos de tudo! O tempo e espaço do parto é nosso, só nosso. É o meu parto e o seu nascimento. A dinâmica será somente nossa e sem artifícios exteriores, creia em mim, eu lhe prometo que será nossa e de mais ninguém. Como estou tão segura? Por que desta vez eu fiz as escolhas que me aprazem desde o começo, ouvindo meu mais intimo desejo! Sim, você já sabe disto, eu ouvi os meus medos e procurei sua cura, procurei sanar suas carências.Impedi também que medos alheios me assombrassem. Cá estou pronta para a entrega. Ninguém vai precisar nos ajudar nessa viagem de partida e de chegada. Você pode ouvir a calma e potente batida do meu coração. Então, prepara-se e dê o sinal! Venha na lua que te escolher e venha com vontade de me ver, olhe para a luz!
Tempo e Espaço
O Parto tem seu próprio tempo
Tempo frugal
Tempo sem pressa
Tempo que se acha
Tempo que se dá
Tempo que procria
Tempo que se cria
Tempo que se cri- ança
Tempo que se cansa
Tempo que se dança
Tempo que deságua
Tempo sem mágoa
Tempo que demora
É tempo sem hora…
O parto tem seu próprio espaço
Espaço sem lugar
Espaço de esperar
Espaço que se faz
Espaço que se abre
Espaço que se tem
Espaço que contém
Espaço que se dança
Espaço que se água
Espaço que se bola
Espaço que rebola
Espaço que se embola
Espaço de ir embora
É espaço de ir, em boa hora
Tempo sem drama
Espaço de trama
Hora de criança
Lugar de mulher
Autora: Flávia Penido


Recebi o link do texto acima pela própria autora, que parece ter lido meus pensamentos antes de escrevê-lo. Me fez chorar de tão lindo, tão expressivo. Como se eu mesma tivesse escrito, do tanto que penso igual...


Coragem pra amamentar exclusivamente durante 6 meses

Sempre acreditei na amamentação e desejei amamentar antes mesmo de engravidar. Deve ser algo mágico continuar provendo vida ao seu filho mesmo depois dele nascido e não quero privar minha pequena disso. Sou mamífera e ela vai mamar!

A questão é que trabalho. Apesar da licença estendida (de seis meses) eu ficava preocupada com a introdução de outros alimentos justamente no meu período de retorno ao trabalho.

Hoje, porém, navegado pelo orkut, encontrei um texto escrito pelo Dr Gonzales que me serviu como tranquilizador. Decidi por antecipação, então, que não irei privar minha filha de 6 meses de leite materno não. Quando voltar a trabalhar, darei o meu jeito (mãe sempre dá um jeito, né?).

Ah, o texto foi "encontrado" na comunidade Grupo Virtual de Amamentação. É este aqui:


Quando a mãe trabalha fora

Estou preocupada porque meu filho de três meses não aceita a mamadeira. Já tentamos toda sorte de bicos e diferentes fórmulas. O pediatra me disse para parar de amamentar, para que ele possa se acostumar à mamadeira, mas ele ficou os últimos três dias sem comer e continua não querendo. Eu voltei a amamentá-lo, mas agora não tenho mais leite suficiente e ele parece faminto após a mamada. O que posso fazer para ele aceitar a mamadeira? Irei retornar ao trabalho em breve e eu preciso desmamá-lo antes disso.

Essa mãe foi vítima de dois erros freqüentes envolvendo amamentação ao trabalho.

primeiro erro foi fazê-la acreditar que ela precisava desmamar seu filho antes de retornar ao trabalho. Isso não é necessário. Na pior das hipóteses, ela poderia tentar uma alimentação mista: amamentar antes e depois do trabalho e oferecer leite artificial quando ausente. Todas as crianças (e todas as mães) vivenciam um período difícil quando elas precisam se separar por causa do trabalho, e a amamentação pode ser um maravilhoso caminho entre a separação e o reencontro. Muitas mães encontram soluções satisfatórias melhores que oferecer fórmula: muitas levam seus bebês para o trabalho, outras trabalho compartilhado, algumas conseguem que o bebê seja levado a elas para serem amamentados, outras ordenham e estocam seu leite. Melhor ainda, se seu bebê já tiver idade para introdução dos sólidos, deixe que seu bebê se alimente de comida na sua ausência (esta é uma exceção para a regra geral de amamentar o bebê antes de oferecer os primeiros sólidos).

Quando você sai para o trabalho (ou quando sai com o cachorro), o seu bebê não sabe onde você está e quanto tempo você vai demorar. Ele ficará muito assustado e chorará como se você fosse deixá-lo para sempre. Vai levar alguns anos até que seu bebê seja capaz de ficar longe de você sem chorar e antes que ele entenda que a “mamãe vai voltar logo”. Toda vez que você voltar, vai abraçá-lo, amamentá-lo e o bebê pensará: “outro alarme falso!”. Mas se você retornar ao trabalho e tentar desmamá-lo abruptamente e ao mesmo tempo, quando você volta do trabalho, o bebê pede para mamar e você recusa, o que o bebê irá pensar? “Ela me abandonou porque não gosta mais de mim.” Esse é o pior momento para o desmame.

segundo erro foi acreditar que o bebê precisa de uma mamadeira (ou sólidos, o que é menos pior) quando você retorna ao trabalho, e você deve acostumá-lo com uma primeiro. Se você treiná-lo a acostumar-se com uma mamadeira, a única coisa que você vai conseguir é arrumar encrenca: ao invés de quatro meses de amamentação exclusiva, você terá três. Mas o que é mais relevante aqui, como a gente viu no exemplo acima, o bebê muitas vezes recusa a mamadeira. Ainda que a mãe ordenhe seu leite e tente dar na mamadeira, muitos bebês recusam.

 a razão é que os bebês não são bobos. Se a mãe não está em casa e a avó vem com uma mamadeira (ou melhor ainda, com um copinho para evitar confusão de bicos), duas coisas podem acontecer. Primeiro, se o bebê não estiver com fome, ele provavelmente não aceitará nada. Ele vai compensar isso quando a mãe retornar. Muitos bebês dormem a maior parte do tempo quando estão distantes das mães, e então vão mamar à noite. A outra possibilidade é, se o bebê estiver com fome (e especialmente se tiver leite materno na mamadeira), ele poderá tomá-la e pronto. E ele deve estar pensando: “Bem, ela não está aqui, então é isso que eu tenho que fazer.”

Mas se mãe está em casa e o bebê pode ver e sentir o peito, como ele vai aceitar um copinho ou mamadeira? Ele deve pensar: “Minha mãe deve estar louca, ela tem o peito aqui e quer me dar essa geringonça?” E ele insiste: “É o peito ou nada!”

Do livro My child won´t eat!, do Dr. Carlos González

terça-feira, 1 de junho de 2010

Junho chegou...

A chegada da primavera foi perceptível: um lindo sol, dias frescos e ventilados... foi a época que minha filha escolheu pra chegar no meu ventre. Inesquecível a primavera de 2009.

O tempo passou, chega junho. Em breve chega também o inverno. Os dias frios não chegam na minha cidade, pois estamos significativamente próximos à linha do Equador. O tempo está quente, mas os dias têm amanhecido nublados, alguns até chuvosos. As vezes, porém, o sol se sustenta com temperaturas que ultrapassam facilmente os 30º!

O finzinho da minha gestação está como a chegada desse inverno, sabe? Chega meio sem querer chegar, como quem tenta se preparar melhor. Ou como quem nem tenta, como quem não se preocupa com essa coisa de calendário. Quem disse que o inverno tem que chegar em tal dia de tal mês? E quem disse que tem que ser assim como um bebê que se aproxima.

Não é! Com nenhum dos dois casos! É natureza, e natureza a gente não controla. No máximo tenta administrar, entender. Mas é ela quem manda.

Estou muito inquieta. Não sei se já comentei aqui, mas minha ansiedade não é para que minha amada primogênita chegue. Eu deixo o dia e a hora por conta dela. Minha agonia é por não poder determinar o quando e o como isso irá acontecer.

Não me arrependo da minha escolha, de desejar um parto normal e o mais humanizado quanto seja possível. Mas essa escolha está sendo um desafio à necessidade que tenho de exercer controle sobre tudo na minha vida. Parece que, se eu não domino e prevejo cada segundo do que acontecerá as coisas me dominarão e não o contrário.

Ficar pensando nisso está me fazendo sofrer, me trazendo uma angústia indescritível. Preciso parar de tentar racionalizar sobre tudo, acabar com essa coisa de planejar absolutamente tudo. E aprender a relaxar, a me entregar mais ao momento, a deixar as coisas acontecerem, se construírem... deixar de ser controladora deve ser um bom exercício para a maternidade, né?

Quero conseguir me entregar mais, pensar menos. Já li bastante, já me informei, busquei ajuda (e encontrei  muitos ombros - e olhos e dedos/via net - solidários). Por que então ser tão implicante? Pra que querer tanto controlar tudo? Quero respirar, pisar na areia da praia, dormir, relaxar. Quero me encontrar pra poder encontrar-me, em breve, com a minha pequenina...