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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

4 meses

É, totalmente sem criatividade o título, hehehe. Hoje foi dia de pediatra. Eu sei que muita gente não visita mensalmente, mas a nossa faz valer a pena. O tratamento que ela realiza tem orientação homeopática, ela faz anamnese antes de começar a tratar um paciente (uma pesquisa/entrevista detalhada do bebê/mãe), demonstra interesse por nós. Saio leve de lá, gosto de ir. Sem falar que mãe fresca não tem muita oportunidade de sair de casa (hoje tinha um monte de mãe de bebê lá, chega estava barulhenta a sala de espera, monte de mãe com bebezinho no colo, conversando - até os bebês trocavam papo, hehehe).

Mas vamos ao que interessa: Isis está pesando 7kg de puro leite materno! 63cm! Mamãe está orgulhosa de estar conseguindo suprir todas as necessidades nutricionais do bebê mais lindo do mundo só com o peito (fora que essas fórmulas lácteas infantis custam caaaaaro... peito é maravilhoso e ultra econômico). Esse mês, em relação aos outros, ela cresceu mais do que engordou, então está parecendo mais esbelta e mais comprida. Tá linda demais da conta!

As conquistas mais recentes: rola com habilidade. Está tentando rastejar, mas fica parecendo uma tartaruga de casco pra baixo, mexendo os braços e as pernas sem sair do lugar, o que a deixa bastante irritada, ahahaha! Apoia as mãozinhas e levanta o peito, coisa mais linda!

Aos dois meses ela achou a mãozinha, né? Pois, agora achou os pezinhos! Ai, como é lindo! Ela segura os dois pés ao mesmo tempo, fica brincando de rolar o corpinho, coloca o pé na boca. Muito fofo!

Dá gargalhadas com mais frequência (claro que a mamãe é a maior favorecida, quase sempre sou eu quem se delicia com as suas gargalhadinhas). Já reconhece de maneira óbvia a mim, ao pai e a vovó. Agarra tudo que vê pela frente (e isso inclui o meu cabelo e as orelhas do cachorro - ontem ela quase pegou uma caneca de café na mãozinha, sorte que vimos rápido, ufa! - é, eu estava com ela no colo enquanto comia, ossos do ofício). Faz carinho no meu rosto e no do pai. Ai, gente, é muito bom!!!

Ela não se entrega fácil ao sono, é muito sensível ao ambiente, fica estimulada com o que vê, está encantada com o mundo e não parece querer perder tempo. Resultado: demora bastante pra pegar no soninho. Mas quando dorme, consegue descansar por horas seguidas na maioria das vezes, acordando apenas pra mamar (nem sei se ela volta a dormir rápido, as vezes o sono me vence e ponho ela na cama comigo).

Tá mamando com menos frequência e mais rápido. Tão bonitinho, as vezes está mamando e para pra prestar atenção em alguma coisa que está ao redor, levantando a cabeça. Só a lembrança do rostinho dela fazendo isso ilumina meu sorriso e meu olhar...

Já fala algumas palavras em duas línguas e sabe contar até dez! Não, você não leu errado.

Claro que é brincadeira, né?

Mas a brincadeira tem uma razão: mostrar que a perfeição depende do momento de cada um. Minha pequena tem apenas 4 meses e 12 dias. Algumas pessoas perguntam se ela dorme a noite inteira. Mas o que é uma noite inteira pra um serzinho dessa idade? Pra mim ela dorme perfeitamente bem, mesmo acordando 1, 2 ou 3 vezes na madrugada pra mamar. Se ela dormisse longe de mim, no outro quarto, talvez isso fosse um problemão, mas pertinho de mim, berço do lado da minha cama (ou ela colada comigo na cama, quando é preciso), cabou-se, não tem problema nenhum, nenhum, nenhum.

Ela ainda chora muito? Hum, o que é o muito? Vamos considerar: ela não sabe falar ainda, não é? Hoje em dia ela chora quando tem muito sono. Mas, em relação ao seu "comessíssimo" de vida, ela quase não chora mais. Encontrou outras formas pra se comunicar: sabe sorrir, gargalhar, mexer-se, reclamar, fazer barulhinhos.

É isso, o tempo vai passando e eu vou tentando curtir cada fase. É intenso, é trabalhoso (ainda mais sem chupeta ou mamadeira), é cansativo. É sim, não vou florear. Mas é gratificante também, prazeroso também, dá orgulho também!

E que venham os próximos meses!

Minha Filha

Muitas vezes, colocar por escrito o que passamos é dificil. Uma vez ouvi dizer que é impossivel descrever sentimentos. Mas o que sinto por minha filha é bem mais que palavras. Nunca imaginei viver algo assim. Amor por esposa é legal, intenso, mas não se compara ao amor de pais para filho. É algo mais intenso, mais puro. Inexplicavel, este é o termo certo.

Quando vejo minha filha dormindo, fico pensando na fragilidade dela, tão pequena, ali no berço, no que será que ela ta sonhando, será que ta se sentindo bem? frio? calor? o que será que se passa.

Quando esta acordada, não tem como ao primeiro sorriso, se derreter em carinho e alegria. É um sorriso sem maldade, sem interesse, apenas amor e carinho por estarmos ali proximo dela.

Sei que é uma grande responsabilidade, pois ali esta uma vida, mas é uma das coisas mais gratificante que existe.

Falar de minha filha é dificil, pois não tem como babar, mas mesmo sem palavras, quero que saiba que lhe amo muito.

Seu pai.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Quem é ela?

Não sei se é cedo demais. Será que é? Sei que definir limita e blá, blá (já li isso no orkut de alguém, hahaha). Mesmo assim vou tentar. Vou tentar apresentar minha filhota, tentar traduzir em palavras quem é ela. 

Primeiro foi o desejo de ter um bebê. O sonho. A idealização. A gestação chegou. Êxtase puro. Encantamento. Lua de mel. E mais idealização. A gente sonha com aquele bebê de novela, perfeito, que mais parece boneca do que gente. Eu pensava que ela seria daquelas que mamam a cada três horas e que dorme nos intervalos. Eu estava enganada. Ela é perfeita sim! Linda como uma boneca. Mas não tem nadinha de passiva, nunca teve! 

Tá bom, parei de enrolar. Por onde começo? Hum, tá, vamos por pontos. É assim:

Ela é exigente. Ah, e muito! Ela gosta de tudo do jeito dela. Ela já chorou seu choro mais intenso por coisinhas pequenas, como a posição que julgou desconfortável no carrinho, ou uma calça que a fazia sentir calor. Se está com fome, chora como se não mamasse há semanas, rá! Certa ela, né? Ela aprendeu a reclamar (é, reclamar mesmo, não chorar) e - por enquanto - eu acho fofo. Vamos ver daqui a uns, - deixe-me ver - uns quinze anos! 

Ela é curiosa. Observa tudo atentamente. Nada lhe escapa aos olhos. Cores fortes, brilho,luzes. Coisas pequenas, coisas grandes. O cachorro. Ela adora ver o movimento da rua. Ela ama ver as crianças brincando na pracinha. Ela tenta pegar flores nas estampas dos tecidos. Se encanta com os móbiles, chocalhos, ursinhos, bonecas. Ela presta atenção em sons e imagens novos (e tudo pra ela é novo). 

Ela é desconfiada. Como eu sei? Ela nunca demonstra intenso interesse pelo que apresentamos a ela de imediato. Ela primeiro presta atenção, observa, fica séria. Se eu entrego a ela um brinquedo novo, ela olha, pega, tenta por na boca, desdenha. Parece nem se importar. Em outra ocasião a gente entrega a ela o mesmo brinquedo e ela fica toda empolgada. Quando conhece gente nova, me olha com uma cara de "é de fé?". Se eu demonstro confiança ela percebe e aceita o novo colo. Se ela saca que eu não tô curtindo, ela abre o berreiro, hehehe!

Ela é carinhosa. Ai, como é! Ela toca delicadamente o meu rosto enquanto mama. Ela acorda sorrindo. Ela toca delicadamente o meu rosto quando acorda. Ela faz carinho no rosto do papai também. Em troca eu retribuo, dou-lhe mais carinho, acaricio seu rostinho, seus cabelos, para que ela perceba que carinho, quanto mais se dá, mais se recebe.

Ela é higiênica. Eu não encontrei outra palavra não, hohoho. Mas ela ama banho, chora(va, tá mocinha) quando sai. Ela odeia ficar com a fraldinha suja de cocô ou xixi. É reclamação certa. Roupa babada? Outra fonte de reclamação. Ela ama a higiene bucal, roupinha limpa e cheirosa, banho e coisa e tal!

Ela tem bom gosto. É! Ela curte Los Hermanos, O Teatro Mágico, Gato Zarolho (banda aqui da terrinha que é tudibom). Ela gosta de roupa vermelha. Gosta de natureza (aprecia as árvores da pracinha, gato e cachorro e um quadro desses comprado em magazine que tem aqui em casa com um desenho enorme de uma orquídea). E - olha só a prova cabal do bom gosto - a pessoa que ela mais gosta no mundo sou eu (tá bom, quase empatado com o papai e também curte de montão a vovó). =P

É, ela é isso e muito mais. Só nos conhecemos pessoalmente há 4 meses, ainda estamos nos descobrindo. Ela está se descobrindo. 

É interessante isso. A gente pensa que o bebê vem como um caderno, folhas em branco com linhas pra gente escrever o que quiser. Mas não é bem assim não. 

Eu diria que é como um livro inacabado, que só tem o início da história. A gente recebe um começo, mas o restante a gente vai construindo, escrevendo junto, desenhando. O roteiro não está pronto. Cada dia, capítulos emocionantes vão sendo registrados. 

Quem é ela? Ela é meu best-seller, meu livro de cabeceira!


segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Before I Was a Mother

Antes de ser mãe,
Eu fazia e comia refeições quentes.
Eu usava roupas sem manchas.
Eu tinha calma conversas ao telefone.

Antes de ser mãe,
Eu dormia tão tarde quanto eu quisesse e nunca me preocupava com que horas iria para a cama.
Eu escovava meus cabelos e tomava banho sem pressa.

Antes de ser mãe,
Minha casa estava limpa todos os dias.
Eu nunca tropeçava em brinquedos, ou pensava em canções de ninar.

Antes de ser mãe,
Eu não me preocupava se minhas plantas eram venenosas.
Eu nem sabia que existiam protetores de tomada...

Antes de ser mãe,
Ninguém nunca tinha vomitado ou feito xixi em mim.
Eu nunca tinha sido beliscada por dedinhos de unhas finas.
Ninguém tinha me molhado.

Antes de ser mãe,
Eu tinha controle de minha mente, dos meus pensamentos, do meu corpo, e do meu tempo.
Eu dormia a noite toda!!!

Antes de ser mãe,
Eu nunca tinha segurado uma criança chorando para que pudesse fazer exames ou aplicar vacinas.
Eu nunca havia experimentado a maravilhosa sensação de amamentar e saciar um bebê faminto.

Eu nunca chorei olhando pequeninos olhos que choravam.
Eu nunca tinha ficado tão gloriosamente feliz por causa de um simples sorriso.
Eu nunca tinha sentado tarde da noite só para admirar um bebê dormindo.

Eu nunca tinha segurado um bebê dormindo só porque eu não queria deixá-lo.
Eu nunca havia sentido meu coração se quebrar em um milhão de pedaços porque eu não pude parar uma dor.
Eu nunca imaginaria que algo tão pequeno pudesse afetar tanto a minha vida.
Eu nunca soube que eu amaria ser mãe...

Antes de ser mãe,
Eu não conhecia a sensação de ter meu coração fora de meu corpo.
Eu não conhecia a força do amor entre uma mãe e seu filho.

Antes de ser mãe, Eu não conhecia o calor,
a alegria, o amor, a preocupação, a plenitude, ou a satisfação de ser mãe.
Eu não sabia que era capaz de sentir tudo isso com tanta intensidade

© Patricia Vaughan & Silvia Schmidt ©
Texto original : " Before I Was a Mother "
- Direitos Autorais Reservados -
©2001©

sábado, 23 de outubro de 2010

Primeiro dodói

É, o primeiro "dodói" da minha pequena. Clichê, mas digo: dói mais em mim do que nela. Os sintomas são poucos e suaves (dentro do limite de um "dodói"): está com tosse carregada, espirrando, nariz congestionado, corizando. Felizmente está sem febre. Está até animadinha pra quem está "dodói". Coisas bastante administráveis, a menos que seja hora de dormir. Tadinha, ela tenta, tenta, mas leva muito mais tempo do que já levava.

Ontem passou cerca de duas horas e meia até adormecer, mas não sem um chorinho irritado, sem angústia da mamãe. Contamos com a ajuda do papai há duas noites: depois que ela mama bastante, o papai trás pra rede e a embala com muito carinho até ela entrar no soninho profundo. É, até antes dela ficar com esses sintomas a única forma de dormir era mamando, mas com a congestão nasal ela está com dificuldades de dormir assim, então o ombro do papai tem sido sua opção.

Eu tinha certeza que minha pequena era ultra imune a qualquer problema de saúde, por mínimo que fosse, por ser muito bem cuidada (modéstia à parte) e alimentada exclusivamente de superpoderoso leite da mamãe. Ledo engano. Sabe, outro dia li sobre acolher a doença de nossos queridos (especialmente filhos) pra entender que faz parte da vida, que o corpo encontra forças para se defender quando aprende a enfrentar a doença. E quando a gente não entende isso e obriga as coisas a acontecerem de maneira anti-natural, o resultado são doenças que se tornam crônicas.

Não estou dizendo pra deixar doenças sem tratamento, não é isso. Mas eu optei por uma forma de tratar minha filhota de maneira menos agressiva, que dê tempo de resposta ao seu corpinho.O que estou fazendo pra ajudá-la? Homeopatia (a pediatra dela é homeopata), nariz limpo com soro, dando a ela muito peito, muito colo, muito carinho. Espero que em breve esses sintomas passem e minha pequena se livre do mal estar que é enfrentá-los. E enquanto não passam, estou ainda mais do ladinho dela.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Sabe o tempo?

Mesmo quando a gente não quer, ele passa. E ele passa assim: 30 segundos são 30 segundos, 30 minutos são 30 minutos. E 30 anos são 30 anos. E mesmo quando a gente quer que ele passe mais rápido, não adianta, ele não passa.

Mesmo que a gente queira muito que o tempo passe pra gente ver logo os filhos sentando/andando/correndo, ou para que aquela fase difícil passe. Mesmo que a gente queira que o tempo pare pra gente curtir os primeiros sorrisos, gargalhadas, gritinhos, a descoberta das mãozinhas ou dos pés. O tempo é irredutível. Ele passa, mas passa do jeito dele, assim, meio que contrariando a nossa vontade.

Claro, existem ocasiões e situações que nos fazem pensar que o tempo passou mais depressa ou lentamente do que o que esperávamos. Isso, como diz aquele comercial sobre doação de órgãos, isso mesmo! Mas na real o tempo é o que fazemos dele.

Desde quando minha pequena morava do lado de dentro da minha barriga eu quis aproveitar cada momento. Claro que dá vontade de conhecer o bebê quando ele está no nosso ventre, dá sim. Mas eu colocava a vontade no bolso e curtia cada momento, pelo menos depois que passou o primeiro trimestre. Pois é, eu odiei o primeiro trimestre da minha gestação (muita insegurança, vixe). E ele passou. Eu amei todo o restante da minha gestação. E ela passou.

Eu sofri com o primeiro mês de vida da Isis. Nossa, como foi difícil. De repente um serzinho novo, cheio de personalidade, de necessidades e totalmente dependente de mim. E sem saber falar, sem saber me dizer o que queria ou sentia. Puxa, é muito difícil! Eu pensava, "passa logo, tempo, acaba, primeiro mês". Mas o tempo não me obedeceu, ele passou, mas passou assim, com 30 dias e pronto. Cada dia com suas 24 horas. Cada hora com seus 60 minutos.

E passaram-se mais (quase) três meses. E minha filha completará domingo 4 meses. 1/3 de um ano! Passou. Eu queria que os três primeiros meses passassem rápido, por acreditar serem os mais difíceis para os recém nascidos (o bebê e a mamãe recém nascidos, que fique claro). Mas o tempo, teimoso, passou no tempo dele.

Agora que minha nenê já sabe fazer um monte de coisas lindas, e sorri pra mim, dá gritinhos e gargalhadas, eu sinto vontade que o tempo pare, congele, estacione. Mas isso é impossível. Os meses vão passar com seus 30, 31 dias (ou 28, 29, hehehe).

O que vale? O que vale é o presente. É o agora. É o momento. Isso é tudo que temos. O que passou virou saudades. E eu sinto saudades da minha barriga gigante, carinha inchada da minha Isis, ah sinto! Tanta, mas tanta saudade que as lágrimas me vêm aos olhos só de lembrar. E eu sei que vou sentir saudades da minha bebê que chora, que ri, que mama, que dorme agarradinha comigo. Eu sei, eu sei.

Mas e adianta eu sofrer porque o tempo vai passar? Parece que não, né? Preciso curtir cada segundo da vidinha da minha filha, os avanços dela e até a dependência dela. Esse é o meu presente (entenda-se presente aqui com dois significados). Vou aproveitar seu cheirinho, seu chorinho, sua baba, as mamadas, o acordar ao seu lado fazendo folia, suas fraldas pra trocar, seu sorriso lindo, lindo, lindo.

O que passou não volta. O que ainda não veio, nem existe! Eu vou é curtir meu presente: o presente!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Dentinho, já?

Minha pequena é babona, muito babona. Babador não segura a molhadeira (é assim que se escreve isso?) que ela consegue fazer. Todo bebê adora enfiar a mão na boca, fato! E aí fica todo mundo falando "nossa, como ela baba"; "eita, ela põe a mão toda na boca"; "hum, deve estar vindo dentinho por aí". 

Eu ignorava, mesmo porque babar e enfiar a mão na boca são atributos bastante gerais, bem comuns em bebês de três, quatro meses. Mas eis que hoje a pequena estava bastante irritada, "reclamando", sem conseguir dormir durante o dia. Dormiu pouquíssimo. Tá, ela não dorme taaaanto assim durante o dia, já costuma dormir pouco, mas hoje ela dormiu menos ainda. 

Na hora de "fazê-la" dormir pro sono da noite ela teve um comportamento diferente: ficou querendo colocar a mão na boca enquanto mamava. Teve hora que parou de mamar pra levar a minha mão à sua boquinha e sugar com força. Chorou. "Mordeu" o peito (ai!). 

Passei a mão na gengiva inferior várias vezes e não notei nada de diferente. Aí resolvi fazer a mesma investigação na gengiva superior e - bingo! - senti uma saliência. Na hora de dormir não acendo a luz do quarto pra nada (e essa é uma dica para mamães que querem ajudar o filhote a entender que é hora de dormir) e a luz do abajur é muito fraquinha (2 numa escala de 0 a 10, pra ajudar a visualizar). Aí peguei uma pequena lanterna (que uso pra ler sob as cobertas vez em quando, sem incomodar a pequena, vida de mãe) e vi um pontinho branco na gengiva superior. 

Um misto de dúvida, orgulho e alegria. Um sentimento de "é, pequena, tu estás crescendo, e rápido". O orgulho fica por conta do "fui eu quem fiz". E as dúvidas: será que é dente mesmo? Com apenas quatro meses? E na arcada superior? E se não for dente, o que pode ser esse pontinho branco? E se for dente, como ajudá-la a superar o desconforto que pode causar? 
É, ser mãe é ver o filhote crescer e se desenvolver em meio ao furacão que é colocar a própria vida em stand by e se dedicar exclusivamente ao pequeno ser que trouxemos ao mundo... e não é que eles crescem rápido mesmo, mais rápido do que nossa mente é capaz de perceber? 

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

1° dia da criança

Na casa da vovó, com a companhia da priminha e com direito a muito carinho da vovó, dos titios, do papai e da mamãe.

Meu bebê está crescendo e amadurecendo. Chorinho? Só quando batia fome ou sono. E breve, muito breve! Uma menina muito fofa, que reconhece a mãe, e quando vai no colinho de outras pessoas fica sorrindo desconfiada, olhando de lado pra garantir que a mamãe não desapareceu.

Ela é um encanto, uma beleza de menina!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Mamãe + amar = MAMAR

Na minha concepção, antes de ser mãe, amamentar seria um ato institivo, automático. Bebê nasce, você põe no peito e ele mama do jeitinho certo. Simples assim! Afinal todos os outros mamíferos não fazem assim? Gatinhos, cachorrinhos, girafas, elefantes, morcegos e ornitorrincos. Todos eles - os filhotes deles - nascem e mamam. Não, eu nunca vi um morcego ou ornitorrinco mamando não, mas se eles não soubessem como fazer isso já estariam extintos, capice?

Então, logo que minha filhota nasceu, como é praxe nos hospitais, ficou um pouquinho perto de mim e logo foi levada pros procedimentos de rotina: pesagem, medições, injeções, remédios, banho... toda essa agressão que eu não tive peito pra recusar e me arrependo até agora. Como ela nasceu num apartamento especial do hospital,  chamado de PPP (sigla de pré-parto, parto e puerpério), todos os procedimentos foram feitos ali, junto de mim. 

Minutos depois dela ter sido levada dos meus braços, mas ainda sob meu campo de visão, perguntei: quando ela vai mamar, hein? A resposta foi um "daqui a pouco" um tanto impaciente, proferido, acho, pela pediatra neonatologista. O fato é que eles se apressaram e minha pequena veio mamar antes de meia hora depois do nascimento. Maravilha, né? Nem tanto... Já explico o porquê.

Primeiro a pediatra olhou pros meus seios e proferiu um "não gostei do teu bico". Hã? Como assim, cara pálida? Quem vai mamar, tu ou minha neném? Bem, eu fiquei tão desconcertada com a afirmação da tal senhora que perdi o rebolado. Fiquei mesmo sem resposta (hoje eu saberia bem o que dizer, mas naquela ocasião fiquei com a cara mexendo). Que desserviço, né? Ela, como profissional, deveria sabe que é o bebê quem faz o bico conforme mama. Mas sigamos, vamos adiante.

Eu pensava que o bebê aproximava-se calma e lentamente do peito e mamava ternamente. Ah, ah, ah! Ela veio voraz!!!! Reflexo, né? Instinto de sobrevivência. E a senhora pediatra, em lugar de ajudar, ficava enfiando a mão e repetindo que não gostou do meu bico. Ninguém merece! O fato é que a pequena conseguiu mamar. Se o que chamam de pega estava correta? Não sei. A profissional que deveria me orientar não me falou nada sobre isso. Ela só sabia me dizer que não gostou do meu bico, ai, ai, ai!

Primeira madrugada da minha filha no hospital: muito choro, muito, muito choro! Ela pegava o peito, tentava sugar. Não saia nada, ela chorava. Também, pobrezinha, estava mamando da maneira incorreta. Eu sabia que tinha colostro, eu vi, mas acho que ela não conseguia sugá-lo. Junta-se a fome, a vontade de comer e o processo de adaptação ao mundo e o resultado da equação é bebê chorando muito na sua primeira madrugada de vida. 

Depois de ver o sol nascer a pequena dormiu. Desconfio, hoje, que ela dormiu de tão exausta que ficou. Eu também estava exausta, mas não preguei o olho. Além do cortisol que corria em meus vasos sanguíneos me fazendo ficar alerta, havia também a excitação pela volta pra minha casinha!!! Eba, agora sim minha pequena vai mamar e descansar, bem como a mamãe (não, a mamãe não vai mamar, só descansar). O que? Mamãe nem mamou - nem era o caso, hehehe - e nem descansou: mais uma noite de muito chorinho da pequena. 

Eis que três dias depois do nascimento da minha preciosa, deu-se a apojadura - a famosa descida do leite. Mas, mesmo com leite enchendo o peito, ela chorava muito, urinava pouco e meus seios estavam em frangalhos, cheios de fissuras (uma delas abriu e tenho uma cicatriz pra provar que é verdade). Fiquei tão desesperada! Pra mim uma coisa não tinha nada a ver com a outra. Eu cheguei a pensar uma dessas coisas mirabolantes que mãe de primeira viagem pensa: minha filha está com insuficiência urinária ou algo do tipo. Que nada, a bichinha estava era com fome e sem saber mamar. 

Mas como, como é possível um mamífero não saber mamar? 

Pausa pra eu tentar explicar: os mamíferos todos que existem na natureza mamam sem maiores problemas porque suas mães são deixadas em paz pra parir e amamentar. As crias buscam o peito de sua mãe. Eles não são afastados ao nascer. Eles seguem seus instintos, mãe e filho/s. Mas o humano mexe demais na coisa, vem um e leva o bebê pra pesar, vem outro e leva pra vestir, outro leva pro berçário (a minha não foi, mas vários vão) e deixam a mãe sozinha "pra descansar". E a mãe toma banho, se lava, põe perfume. E o bebê é lavado. E cadê o cheirinho dos dois? Desceu pelo ralo, literalmente! Tem instinto que sobreviva? Ah - você pode pensar - mas tem bichinho que nasce com a ajuda humana. Tem sim. Mas e você nunca ouviu ninguém dizer que a cadelinha de fulano "rejeitou" a cria? Vai ver que é por conta de intervenções desnecessárias (ou pelo menos fora de hora). Aliás, eu já vi cachorrinho nascer de cesariana, mas a veterinária não deu banho nos filhotes não! Disse que a cadela precisava lamber a cria pra não rejeitá-la. Será que isso tem algo a ver com a depressão pós-parto humana? Bem, deixa eu despausar porque tem coisa que é achismo meu, minha mente vai longe as vezes. Mas que faz sentido, ah faz!

Pois bem, fui a um dos bancos de leite da minha cidade, o da Maternidade Escola Santa Mônica. Ai, que maravilha! Fui muito bem atendida por uma pessoa bem instruída, paciente e cordial, que disse que amamentar não tem que doer. Que fissuras são comuns, mas não são normais. Disse que o ato de amamentar deve ser prazeroso, pois faz com que o corpo produza hormônios que promovem o bem-estar. Dá-lhe ocitocina! Me ensinou a ordenar, a reconhecer a pega correta, a dar banho de sol ou de luz na mama e explicou que o melhor remédio pra fissuras é o próprio leite. 

Depois dessa primeira consulta ainda voltei lá por mais duas vezes em menos de 15 dias. Minha filhotinha estava aprendendo a mamar direitinho, mas como todo recém-nascido, vivia grudada no peito que, coitadinho, não cicatrizava por causa disso. Devido a fissura no seio esquerdo fiquei 5 dias ordenhando o leite dele e oferecendo a ela de copinho. É, copinho sim! Daqueles de vidro, de aperitivo, sabe? Daqueles de 50ml, pequeninos e baratinhos. Oferecer numa chuquinha não seria mais fácil? Ô, seria! Inclusive pra ela. Mas aí é que mora o perigo: ela poderia facilmente desmamar. Então a recomendação do banco de leite foi oferecer o leite no copinho. Tão bonitinho ela tomando leite no copinho, até fotografei. Mas é mais fácil e mais acolhedor o peito, com certeza!

Não deu pra segurar muito tempo ordenhando leite e dando no copinho não. A ordenha tinha que ser feita no máximo a cada duas horas; na madrugada ainda dava pra deixar por umas cinco horas. Mas aí eu tinha que acordar mais cedo do que a pequena pra poder ordenhar o leite. E, veja, recém-nascido já dorme poucas horas seguidas, como assim acordar antes dela? Então decidi oferecer o seio do jeito que estava mesmo. Doeu, ai, doeu! Mas não demorou a cicatrizar, uma vez que a pega já estava certinha e eu estava fortalecendo o bico com banhos de luz (minha filha nasceu no inverno, não dava pra dar banho de sol). 

Bem, depois disso foi só alegria! Minha pequena recuperou logo o peso perdido (recém-nascidos perdem cerca de 10% do seu peso quando nascem, recuperando em cerca de 15 dias) e hoje, com menos de quatro meses, já está com mais que o dobro do peso que tinha ao nascer. Tá uma linda bochechuda. Só mama, exclusivamente e em livre demanda. Nunca, em nenhum momento, mesmo com os seios machucados, deixei de dar o meu leite sempre que ela requisitou. E ela requisitou -e solicita ainda - muito, viu?

Agora a amamentação está indo de vento em popa! Bem estabelecida, na hora e do jeito que ela quer. Hoje em dia ela só acorda uma vez na madrugada pra mamar, as vezes duas, as vezes nenhuma. Quando ela está muito carente - de contato e de leite - deixo ela do meu ladinho na cama e ela mama o quanto quer, sentindo meu cheiro e meu calor, exatamente como todos os mamíferos dormem com suas mães. Chamam isso de cama compartilhada, eu chamo de ninho! 

E até quando ela vai mamar? Eu achava que seis meses seria o suficiente, tava bom demais. Depois eu fui lendo, estudando e me convencendo que é bem importante mamar até o segundo ano de vida, conforme recomenda a Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde. E depois eu me dei conta que é bem mais legal deixar as coisas fluírem, deixar acontecer naturalmente. Desmame natural. Eita, isso é bem polêmico também, né? 

Se eu vou conseguir? Não sei, mas pretendo! Felizmente tudo o que tenho planejado sobre o meu jeito de maternar tem dado certo. Nem sempre do jeitinho exato que imaginei, mas tem fluído, tem seguido. Foi assim com a gestação, com o parto, com a amamentação (até agora exclusiva e em livre demanda), com a cama compartilhada, banho de balde, sling e todas essas coisinhas que acho bacana e importantes. 

Quero amamentar até enquanto minha filha quiser. E volto pra contar como foi, combinado? Espero que isso ocorra só daqui a uns anos, pelo menos uns dois...


sábado, 9 de outubro de 2010

Uma hermana

Não, ela não torce pela Argentina não! Ela curte Los Hermanos. Juro!

Ontem à tarde a pequena se inquietou. Não queria mais mamar, não queria brincar, não queria ficar na cama. Aí eu pensei: então vamos ouvir música! Como meus arquivos MP3 estão completamente bagunçados PC afora e o lugar onde fica o PC (que tem um som melhorzinho) do marido é quente pra danar, resolvi pegar o CD os CDs dos Hermanos que tenho, o primeiro e o último. Comecei pelo último, hehehe.

Coloquei algumas faixas, comecei a dançar e cantar com a pequena no colo. Ela muito quietinha, feliz e satisfeita, mesmo suadinha (tô dizendo, aqui é muito quente, affff). Não é que de repente minha filhota começou a cochilar? Pois é! Eu também fiquei surpresa, porque o volume não estava baixinho não. E a mamãe, mesmo desafinando, cantava junto.

É, aí fui "vagarinho" pro quarto com ela e deixei o CD terminar sozinho e silenciar-se (as últimas faixas são bem down, calminhas, rs). Deitei com ela na cama e fiquei com o note por trás dela, futucando na internet (minha vida social nos últimos 4 meses, rsrsrs).

Hoje, mais uma vez, a pequena estava bem irritadinha no início da tarde. Dessa vez ela conheceu o primeiro CD dos Hermanos, dançamos várias canções, entre elas Anna Júlia. E ela dormiu ao som de Primavera.

A certeza do amor não me deixa nunca mais. Primavera brilhando em seu olhar... Lindo, lindo, lindo...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Fascinação

Estou completamente encantada!

Quando sorri, ela ilumina meus momentos.
Quando ela me olha, abre meus horizontes através da janela de sua alma.
Quando toca minha pele com seus dedinhos me faz sentir a pessoa mais feliz do mundo.
Quando dorme, sua serenidade acalma meu dia, me traz paz.
Quando ela balbucia "palavras", entendo perfeitamente seu jeitinho de se comunicar.
Quando dá gritinhos, expressando sua alegria, me regozijo junto com ela.
Quando ela move o corpinho, seja de alegria ou descontentamento, meu coração se move mais depressa.
Quando chora ela desperta em mim compaixão e a necessidade de sorrir pra ela, mostrando que podemos superar qualquer adversidade.
Quando ela se acalma em meus braços me faz sentir autoconfiança e maturidade.
Quando ela mama me faz sentir superpoderosa, me faz acreditar que meu corpo é perfeito e a natureza também.
Quando brinca posso acreditar no lúdico, na diversão, na fantasia, nas descobertas.
Quando ela faz suas caquinhas e pipis me lembra que gerei um ser perfeito, capaz de eliminar de seu corpo aquilo que não mais lhe serve, os excessos.
Quando ela espirra, tosse ou engasga mostra que seu corpinho sabe se defender, e que apesar de pequenina ela é dependente, mas não tão indefesa quanto parece.
Quando ela rola pro lado me lembra que em breve terá autonomia para mover-se sozinha e que esse caminho não tem volta, que a independência será cada vez maior e que eu sentirei saudades do tempo que dedico à ela.
Quando ela respira me faz sentir viva, me faz acreditar na vida.

Quando ela sorri, olha, toca, dorme, balbucia, dá gritinhos, move o corpinho, chora, se acalma, mama, brinca, faz caquinhas, pipis, espirra, tosse, engasga e respira ela me mostra que cresce, amadurece, vive.
Ela me ensina que o tempo passa.
Ela demonstra que o tempo é hoje e o momento é agora.
Ela sinaliza que o melhor de nós pode ficar pra sempre.
Que nos eternizamos em nosso rebento.
Que ser mãe é muito mais que ter filhos.
Que viver é muito mais do que fazer, do que ter, do que querer.
Viver é ser.
Ser completamente fascinada por esse ser que é você, Isis!

Dizer eu te amo seria redundante agora.
Ou melhor, seria insuficiente.
Isso que eu sinto não tem tradução em palavras não!

Estou completamente encantada!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

1 ano

Hoje faz exatamente um ano que eu descobri que estava grávida. Essa hora eu estava me acabando de chorar no ano passado. Um filme passou em minha mente naquele dia, o prazer e a responsabilidade que seria... eu não tinha ideia de como seria profunda a mudança que haveria em minha vida. Como é intenso amar um filho!!!