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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Um silêncio

Esse silêncio meu aqui não é à toa não. Fico sem assunto pra postar simplesmente pq meu corpo está em silêncio. Até o dia 4 ele está calado, e eu tb. Esse mês não estou nutrindo nenhuma esperança, nenhumazinha mesmo. Tive TPM braba (e ainda estou), dor de cabeça hoje, taquicardia ontem, estou nervosa, atacada, chorona, um horror.

Quero mais é que chegue logo o dia 4, que a menstruação venha, passe e que venham as novas oportunidades de tentar "confeccionar" um bebê. Não estou exatamente triste. Ansiosa, talvez. Mas nem tanto quanto das outras vezes. Ah, sei lá. Essa tal TPM mexe com a gente.

Vamos continuar esperando (o que é a vida se não esperar?).

domingo, 27 de setembro de 2009

Podem tudo mesmo?

Perguntinha na PR¹:


Concurso: PAIS DEVEM TER LIMITES?
>

Vem aí o DIA DA CRIANÇA, dia do exagero, do 'compra pra mim'. Pais devem ter limites nos presentes? Pais têm o direito de tornar os filhos arrogantes com muitas posses materiais ostensivas, mesmo sabendo que a miséria cresce a cada dia? Pais podem criar filhos sem conhecimento desse abismo social? Pais podem ter 4 (quatro) babás para seu filho único, como está hoje num jornal? Pais podem tratar o filho único como rei? Pais podem gerar um filho para ser fornecedor de órgãos para outro? Pais podem fornecer comidas calóricas à vontade levando a criança à obesidade? Pais podem fumar dentro de casa? Pais devem servir de capacho dos filhos, fazendo todas as suas vontades, sem situa-los no real?

A pergunta 'podem' tem a ver exclusivamente com o bem da criança, como pessoa mentalmente sadia e socialmente útil.

Baseando-se nesses exemplos ou em outros, comentar quais são os limites dos pais perante os filhos, que vão além do NÃO BATER NAS CRIANÇAS. Pode concordar ou discordar, mas com argumentos. O texto deve ser postado neste tópico e não pode exceder o tamanho de um post. As 3 melhores respostas receberão uma camiseta da PR de brinde, a escolher entre os diversos tipos de camiseta. Prazo: até dia 11 de outubro. Força na peruca!


Minha resposta completa (não cabe toda lá, será editada):

Vivemos em uma época na qual parece que vale tudo em busca da “felicidade”. Os pais do nosso século são antagônicos: têm poucos filhos e juram que é para que possam “dar de tudo” para esses poucos filhos (às vezes no singular). Dar de tudo o que? Do que as crianças precisam mesmo? Precisam de dezenas de babás pra cuidarem delas? Dos brinquedos que são os últimos lançamentos das fábricas mais famosas? Roupas sensacionais das marcas mais caras? Será? As crianças não precisam de luxo e ostentação. Na verdade elas nem entenderiam o que é isso, se os “seus” adultos não lhes ensinassem. O tudo que as crianças precisam é bem diferentes do que os pais saem de casa para conquistar. As crianças não precisam dezenas de babás, mas de pais presentes. Não querem brinquedos caros, mas de gente que as ame pra brincar com elas. Não querem roupas luxuosas, mas toques carinhosos em seus corpos, abraços que lhes confira segurança e ternura.

Os pais não podem criar “seus” filhos como bem querem simplesmente porque não são seus. Não da maneira como acham que são. Se os “seus” filhos fossem seus no sentido de propriedade, de posse, não haveria documentos que regulamentassem os direitos da criança, como estatutos e afins. São sua responsabilidade, mas são pessoas distintas de si, são outros seres humanos, e precisam ter preservado o direito de aprender a conviver em grupo, ter capacidade de adaptar-se a ele.

As pessoas dizem estar ansiosas por um mundo melhor, um futuro melhor, mas como esperar pessoas mais solidárias se ensinam seus filhos a serem egoístas? Como esperar partilha de alguém que junta excessos? Se você quer um mundo melhor, é preciso construir esse mundo. As crianças são os cidadãos do futuro. Se quisermos cidadãos equilibrados, precisamos criá-los com equilíbrio. Se alguém deseja um futuro melhor para “seus” filhos, é bom começar a construí-lo. Mas é bom saber que, se a criança cresce em um ambiente no qual tudo pode, onde não existem limites saudáveis, pode estar cultivando um tirano e não um ser humano libertário, ou seja, encontrará o caminho oposto do que parece estar procurando.

Equilíbrio, é preciso equilíbrio.
_____
¹PR: Comunidade no orkut, Pediatria Radical: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=1651309

Sem título

Não tem nome pra esse post. Estou sentindo um vazio tão grande. Quem me conhece sabe o quanto detesto esperar, infelizmente sou mesmo imediatista. Eu queria muito ser uma dessas sortudas que pensa num dia e no outro as coisas acontecem. Comigo não é assim, não está sendo.

Tenho quase certeza que não será desse mês que comemorarei uma gestação, uma vida dentro de mim. Dependo exclusivamente da minha parte natureza para que a gestação aconteça, mas ainda (parece) não foi.

Que venha quando tiver que ser, mas meu coração deseja que seja logo. Muito em breve mesmo.

Dia 04/10 saberei se tenho ou não razão. Infelizmente acho que estou certa dessa vez. E dessa vez eu queria errar. Juro!

=/

sábado, 26 de setembro de 2009

Brincando de futuro

Não sei nomes ainda, mas quero nomes forte e significativos, preferencialmente curtos. Nem penso mais em nomes compostos.

Há sites que brincam com a aparência futura dos babies. "Criei" dois, a do menino achei bem coerente, exceto cor de cabelo e olhos, rsrsrs.



sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Não quero ter um filho

Não quero ter um filho. Não, não mudei de ideia. O que eu quero, na verdade, é mais que isso, quero ser mãe! Para mim existe uma diferença gigantesca entre uma coisa e outra. E não estou sozinha com relação a este conceito. Vejam o texto de Kalu, extraído do blog Mamíferas:


Ser Mãe, Ter Filho
por: Kalu

Depois de um casamento na Nossa Senhora do Brasil, no dia 08/08/08, de decorar a casa com móveis do sonhos, adquirir 2 TVs 42 polegadas, encomendar um cachorro Golden Retriever, ela para de tomar pílula para ter um filho. Sempre disse que não gosta de criança, não tem paciência para atender os pequenos que chegam com problema nos dentes em seu consultório.

Não quer saber sobre parto, sobre amamentação, mas já sabe qual carrinho quer e pré-contratou uma babá. Ter um filho parece que faz parte de um pacote de felicidade que se pode comprar na esquina.

Para mim ser mãe é outra coisa. Ser mãe é nunca estar pronta, é buscar ser melhor a cada dia para oferecer ao seu filho aquilo que se tem de melhor dentro de si. É encontrar-se no limite e ir além, sabendo que aquilo é benéfico para ambos. É rasgar o diploma e encontrar a felicidade empinando pipa, é saber que não há presente maior que a presença. É saber-se insubstituível e fazer disso uma razão para ajudar aquela alma a se desenvolver da maneira mais plena para encontrar a felicidade.

Não há, em minha opinião, tarefa mais sagrada que a maternidade. Temos nas mãos a possibilidade de fazer diferente do que fizeram com a gente, de perpetuar o que nos ajudou, de ensinar, através do nosso exemplo como podemos resolver os conflitos sem violência ou tapas, a respeitar a todas as formas de vida. São os exemplos e não só palavras que fazem os pequenos se tornarem grandes seres.

Mas para isso temos que ser mãe, reinventar nossas relações não permitindo que comportamentos como brigas constantes, ameaças, humilhações façam parte da rotina do lar para que este seres que estão junto de nós possam reproduzir relações mais harmônicas e saibam que adultos brigam sim, mas que sabem como se entender.

Ser mãe é desconfiar do médico, do pediatra, buscar alternativas para as "doenças" e problemas que acomentem a vida dos nossos filhos, buscando o melhor, sem preguiça, sem comodismo, o melhor que cada uma de nós pode oferecer.

Ter um filho é ser passiva em relação ao parto, cuidados com recém-nascido, educação. É não achar estranho dar remédios fortes para liberar gases e analgésico para um bebê de 2 meses com "cólica", é humilhar, bater, terceirizar o cuidado e educação.

Ser mãe é sentir-se só, é agarrar-se em uma muda na beira do abismo sem saber o que fazer. é se desesperar algumas vezes e questionar sempre para reestabelecer os vínculos com a própria intuição. É saber ser flexível, sem abrir mão daquilo que é realmente fundamental para a saúde física, emocional e espiritual dos nossos filhos.

Enquanto cada mãe/pai se preocupar unicamente em ter filhos, valendo-se, se necessário, de toda a tecnologia e montantes de dinheiro para realizar este sonho, sem trabalhar aspectos profundos de si mesmos, a humanidade continuará perdida do essencial. Ser mãe será cada dia mais raro e, ter filhos, cada dia mais banal.

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Fonte: http://mamiferas.blogspot.com/2009/09/ser-mae-ter-filho.html
.

Ausência

Em busca do poema "Quanto tempo?" completo, não o encontrei, mas achei a poetisa que o escreveu e seu blog, no mínimo interessante, que trás uma antologia poética com o "A a Z" do amor. Amor. Por falar nele, meu conceito sobre "isso" mudou bastante. Muito, muito. Meu conceito de ausência e solidão também. Bem, na letra A, a Ivana Versiane escolheu o poema abaixo para ilustrar a ausência. Não é de autoria dela, aliás, nem vi nenhum poema dela no blog. Independente do "dono", agora assumo uma coautoria, pela semelhança de sentimentos; sinto tanto a ausência desse filho que planejo, que ela pode bem ser traduzida assim:


Solidão

Que fazer comigo,
com tanto sonho, tanto,
se há lágrima e espanto
na noite sem ti?

Que fazer comigo,
com tanta esperança,
se a noite tão mansa
não te traz a mim?

Que fazer comigo
se a estrela mais linda
desta noite ainda
não brilhou no céu?

Que fazer com tanta
vida, neste instante
se estás tão distante
que anoiteceu?


Emílio Moura

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O blog dela: http://ivanaversiani.blogspot.com/

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

TPM?

Hoje estava sentindo uma dor de cabeça bastante conhecida: a que eu sinto quando estou em TPM. Parece que tenho que admitir que pode ser a menstruação chegando. Tão ruim isso... queria tanto um atraso e um BHCG positivo esse mês.

Mais uma vez preciso lembrar do tempo do meu corpo. Não há o que fazer, só me resta esperar. Afinal, dia 04 está aí, né?

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O tempo

Hoje estava conversando e trocando ideias sobre o tempo com os pequenos com quem trabalho no turno da tarde. Sim, sobre o tempo, sobre o passar dele, sobre tudo que ele modifica, sobre a necessidade humana de contar o tempo(na verdade os humanos querem controlá-lo). Coincidência ou não, no turno da manhã tive a oportunidade de ver uma exposição de fotografias sobre astronomia, material da UFAL¹, e pensei muito sobre a efemeridade da vida.

Muita gente já falou sobre o tempo de muita coisa. Existe até um trecho bíblico² sobre o "Mano Velho"³, que diz: "HÁ UM TEMPO certo para cada coisa: Tempo para nascer, tempo para morrer; tempo para plantar, tempo para colher; tempo para matar e tempo para curar; tempo para destruir, tempo para construir de novo; tempo para chorar, tempo para rir; tempo para ficar triste, tempo para pular de alegria; tempo para espalhar pedras, tempo para ajuntar pedras; tempo para abraçar, tempo para não abraçar; tempo para procurar, tempo para perder; tempo para guardar, tempo para jogar fora; tempo para rasgar, tempo para costurar; tempo para ficar quieto, tempo para falar; tempo para amar, tempo para odiar; tempo para guerra, tempo para ficar em paz." O texto é considerado sagrado para alguns, mas nem entro nesse mérito da questão. Não. Quero pensar sobre como estamos à mercê dele, do tempo.

Li um poema (na aula de hoje a tarde também), escrito por Ivana Versiane, chamado "Quanto tempo?". Ele não está completo no material que li, uma pena. Mas ela versa sobre o tempo que cada coisa precisa pra acontecer, e que esses tempos precisam ser respeitados. Ela pergunta quanto tempo é necessário para que uma nova vida se forme no ninho escuro da mamãe; quanto tempo leva até que o pequeno dê um sorriso, ponha-se de pé sozinho.

Quando o assunto é gestação, lá vem ele de novo. O tempo. O nosso corpo também tem o tempo dele. Sabe o ciclo de vida? Lembra daquele papo de nasce-cresce-reproduz-envelhece-morre? Então, é isso. Eu nasci, cresci, agora quero me multiplicar. Mas meu corpo tem o tempo dele. Mesmo que eu não queira, ele vai agir conforme seu próprio tempo. É praticamente impossível determinar o exato momento de uma ovulação. Mais difícil ainda é precisar exatamente quando se deu a fertilização de um óvulo. Esse tempo faz parte dos mistérios do corpo.

Todo mês a ansiedade me invade, toma conta de mim. Mas não posso apressar o tempo com ela. Não adianta, tenho que esperar ele passar. Ele, o tempo. Meu corpo tem um ciclo, tenho que aguardar seu próximo momento. Assim como a lua percorre o céu com seu ciclo, um de cada vez, eu, mulher, preciso viver cada fase. Tenho curtido há três meses a não TPM. Porque tenho esperado até a véspera da menstruação por uma não menstruação. Meu ciclo desse mês terminda dia três do mês que vem. Dia quatro começará um novo. Como será esse novo? Com uma nova menstruação? Ou com o tão sonhado BHCG positivo? Não sei. Não posso saber. Tenho que aguardar ele passar. Ele, o tempo.

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¹ UFAL - Universidade Federal de Alagoas.
² Eclesiastes 3:1-8 (versão Bíblia Viva).
³ Uma referência a canção "Sobre o Tempo", da banda mineira Pato Fu (não consegui ter certeza se foi Fernanda Takai quem compôs a música).

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Uma primavera a mais perto de mais uma primavera

Hoje (na verdade ontem, já são 00h42min) o maridão completou mais um aninho. Foi um dia bem normal e uma noite bem legal, atípica, parecia sábado a noite; meu irmão apareceu com um bolo, minha sobrinha, mãe e cunhada. Depois vieram os amigos Patrícia e Igor e fomos dar uma volta. Bacaninha. E o que isso tudo tem a ver com o filho que ainda não tenho? É que eu pretendia, caso tivesse um BHCG positivo no início do mês, guardar segredo e dar de presente pro marido o resultado do exame. É, infelizmente não deu, mas não faz mal, continuo tentando, né?

Feliz aniversário, amor! E que venha o nosso "presentinho".

domingo, 20 de setembro de 2009

De novo, de novo...

Olha eu, de novo, olhando Guruweb, kkkkkkkkkkk. O ser humano, sempre querendo adivinhar o futuro, né? Como se fosse algo pronto, e não aquilo a ser construído. Enfim, reflexões à parte, aqui está. Guru fala sobre o momento presente:

Uma revolução

O filho que ainda não tenho tem provocado na minha vida uma verdadeira revolução. Quando comecei a minha reeducação alimentar, pretendia ficar com peso menor, objetivando ter uma gestação mais saudável. Quase um ano se passou e consegui deixar para trás 30 quilos. Isso mesmo, 30 quilos. Não me fazem a mínima falta, muito pelo contrário, se eu soubesse que tinha forças para alcançar esse sucesso tinha começado muito antes. Depois desse processo, passei a acreditar muito mais em mim, na minha capacidade de alcançar tudo o que desejar. E assim será!

Vem, filho, meu corpo está te esperando.

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ANTES (dez/2007):










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DEPOIS (set/2009:

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Queria poder agora

Queria poder agora...

Sentir teu cheiro,
tuas mãos
tua pele.

Ouvir tua 'voz',
teu coração
até teu choro.

Ver teus olhos,
tua cor,
tua luz, enfim.

Embalar seu sono.
Acalentar.
Cantar pra ti.

Porque no meu sonho,
Acalanto,
Já existe um canto que nos faz sorrir.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Sobre meu humor

Impressionante. Fantástico. Extraordinário. Sim, são esses e outros adjetivos polissílabos que me vêm a mente quando penso na minha flutuação de humor quando o assunto é gravidez. Não, não penso que meu humor vai ficar variando assim quando eu estiver grávida não, não é isso.

Meu humor muda mesmo é quando mudam minhas perspectivas sobre o fato de tentar engravidar ou parar as tentativas. Ontem (e na maior parte de hoje) fiquei mal pela possibilidade de engavetar meu sonho. A tardinha, conversando com o marido, percebemos que o diabo nem é tão feio assim.

Não ganhamos na mega sena, o cliente dele não volto atrás, mas percebemos que podemos dar conta de superar o buraco que vai ficar na nossa renda. Não nos livramos ainda de nossas dívidas, ainda temos muito o que aprender sobre orçamento doméstico, erramos e nos desorganizamos muito. Mas chegamos a conclusão de que tão cedo não conseguiremos superar determinadas dificuldades, e que esse sonho não pode (não queremos mais que) seja adiado. E foi bom ouvir isso dele.

Nem preciso comentar que pulei da depressão pra euforia, né? Estou me sentindo feliz de novo pelo simples fato, pela mera possibilidade de vir a engravidar.

*risos*

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Guardando no fundo da gaveta...

...meu sonho mais importante. =/


Estou muito triste. Hoje começa meu período fértil, mas parece que é mais prudente esperar mais, mais ainda. Hoje faz um ano que fui ao GO começar a fazer meus exames preconcepcionais. Pouca coisa mudou. A mudança mais siginificativa foi eliminar 30 quilos dos 38 que preciso me livrar. Agora só faltam 8. 8 quilos, mas tem 8 toneladas de tristeza nas minhas costas.

*choro*

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Deixar de ser sem ter sido

Tem um conto de Drummond que gosto muito. É muito triste, mas (e talvez por isso) é muito bonito. Não sei explicar porque é bonito, deixo isso pros linguístas e críticos literários. A mim cabe apenas admirá-lo. O nome do conto é Nascer, e narra a história de uma família muito pobre, da qual fazem parte um homem e uma mulher que está grávida. Ambos planejam a humilde vida futura do garoto, que nasce morto e põe por terra todo o sonho daquela família.

Não, não está acontecendo comigo o que aconteceu no conto. Não exatamente. Felizmente não perdi nenhum bebê, nem tive nenhum filho que nasceu morto. Na verdade sequer tenho um bebê no ventre. E é aí que mora minha tristeza. A situação financeira do mundo não está boa não. Isso está estampado em todos os jornais e não é novidade pra ninguém. O problema é quando a situação vem morar bem perto da gente.

Hoje meu marido recebeu dispensa de um cliente seu. Próximo dia 21 ele completa nova idade, e este foi o seu presente. Presente de grego. Ou melhor, presente de austríaco¹. Tá, isso pode acontecer com qualquer um, eu sei!!! Mas se a situação já estava difícil de administrar, agora tanto pior. Geramos sempre a expectativa de que amanhã as coisas se ajustarão; quando acontece algo assim, nos sentimos como se tivéssemos sido pegos com as calças na mão.

Apesar de todas as dificuldades, eu vinha nutrindo o sonho de engravidar ainda esse ano. Queria entrar em 2010 com um bebê na barriga. Diante das circunstâncias, porém, me vejo obrigada a, mais uma vez, adiar meus planos. Drummond encerra seu conto tecendo considerações sobre a tragédia ocorrida na vida daquele casal. Felizmente meu momento não é tão fatídico quanto o relatado por ele, mas o sentimento de vazio que sinto é bem parecido. As palavras finais de Drummond são (ou se aproximam de): E aquele, que por tanto tempo foi, de repende, deixou de ser.

É, parece que vai ser assim conosco, de novo.

______
¹ O cliente que dispensou o maridão é oriundo de terras austríacas; mera explicação.

domingo, 13 de setembro de 2009

Futuro imediato

E eu, que me declaro tão cética, não resisti e fiz uma nova visitinha ao guruweb... ah, é tão doce ouvir/ler aquilo que a gente deseja, não?

Olha só a resposta que ele me deu para o futuro imediato:



Pois bem... que seja assim!!! =)

(clique na foto para ampliá-la)

O perigo das redomas de vidro e da superproteção

Querer ter um filho é algo comumente esperado em determinada época da vida de uma pessoa. No entanto, nos dias de hoje, a decisão de ter um rebento costuma ser adiada (eu que o diga) e o número de filhos é bem mais restrito. A maioria das famílias consta de pessoas que trabalham fora a maior parte do tempo e os cuidados com os pequenos acabam delegados a terceiros.

Para suprir a ausência, os pais costumam se tornar superprotetores e, por vezes, tentam substituir sua presença por presentes. Sem falar que - parece - são incapazes de incluir a palavra não no vocabulário que usam com os filhos. O resultado? Filhos que são verdadeiros ditadores. É isso, estamos vivendo a geração dos filhos ditadores. Eles dizem o que querem, como querem e quando querem. Não podem ser contrariados. E, ainda, apesar disso tudo (ou em consequencia disso tudo?) são infelizes.

Sei que saber educar com equilíbrio é um grande desafio (não sou mãe ainda mais sou educadora). E sei também que existem famílias que conseguem driblar as armadilhas de se tornarem reféns os próprios filhos. Sempre quem penso sobre a maternidade me vem a mente não só o período de gestação e nascimento, mas também o futuro, a educação na infância e na adolescência. E vem a pergunta: será que darei conta? Será que conseguirei ser flexível e equilibrada, sem exageros para um ou outro extremo? Saberei o momento de dizer não? Ou cairei na armadilha e me tornarei refém da minha própria cria? Desejo ter equilíbrio nessa difícil tarefa que é educar um ser humano.

O que motivou essa postagem? Um conto interessante que acabo de ler na comunidade "Pediatria Radical", entitulado "O principezinho tirano". Deixo-o registrado aqui, para que me sirva de reflexão em momentos futuros.


O principezinho tirano

Num reino longínquo, uma rainha desesperava-se por não ter filhos.

– Temos de ter um! Temos de ter um!, gemia o rei. Para quem ficará este soberbo reino que me deixou o meu pai, que o recebeu do seu pai, e assim sucessivamente, desde a criação do primeiro pai sobre a Terra? A quem entregarei a minha coroa quando os meus ossos se tornarem velhos e quebradiços, quando estiver cheio de cabelos brancos e tolhido de reumatismo?

– Que quadro tão terrível da velhice! Mas não deixa de ter razão: precisamos ter uma criança.

A rainha consultou todos os manuais e os médicos mais poderosos e mais sábios. Por fim, graças aos tratamentos, finalmente engravidou.

– Cuidado, este principezinho será seu tesouro, mas não lhe dêem mimo demais. Não tenham pressa em fazer dele um pequeno rei, preveniu o médico, assim que o bebê nasceu.

Mas mal ele virou as costas, a rainha pegou logo o pequeno príncipe e começou a enchê-lo de mimos.

– Tu és o meu reizinho, o meu único rei, e os teus desejos são ordens.

Os pais meteram o menino numa redoma infinitamente preciosa e, todas as manhãs, uma criada diplomada levava-lhe mamadeiras de cristal com leite da melhor qualidade e mel de abelhas raras. Dormia num colchão de pétalas de rosa colhidas na Abissínia exatamente às 5 horas da manhã -– quando estavam mais frescas -– e em lençóis bordados a ouro. Para servir o menino, uma dúzia de criadas corriam de um lado para o outro durante o dia e, à noite, dormiam a seus pés. Estava protegido de tudo: da mais leve brisa, do menor sopro… Para o aquecer, os pais mandaram construir um sol artificial, que não queimava a pele, mas fornecia vitamina D. Foi assim que o garotinho cresceu, tranqüilamente, em silêncio. Seus desejos eram ordens, sempre atendidas prontamente.

No dia em que completou 7 anos, pareceu conveniente aos pais tirar a criança adorada da sua redoma de vidro.

– Meu pequerruchinho, agora já és grande!, disse a mãe, aproximando-se para lhe fazer um carinho.

– Não sou pequerruchinho coisa nenhuma, disse o príncipe com desdém. E se quer me beijar, autorizo que me beije os pés. É o quanto basta.

Depois, dirigiu-se ao pai:

– Ei, velhote, passa para cá a sua coroa!

O rei entregou-lhe a coroa sem dizer uma palavra, porque nunca havia dito “não” ao principezinho, nem quando ele tinha 1 dia, nem quando ele tinha 3 meses. Como proibi-lo então de alguma coisa aos 7 anos? E foi assim que o principezinho se transformou em rei. Um rei tirano de 7 anos e alguns dias. Mandou cortar todas as árvores, porque um dia lhe caiu uma ameixa na cabeça; ordenou que todos os pássaros fossem estrangulados, um a um, porque cantavam de manhã muito cedo e isso atrapalhava seu sono; determinou que sua mãe fosse presa no 749o andar da mais alta das suas torres, porque ela tinha se atrevido a mandá-lo fazer os seus deveres reais. É o que por vezes acontece quando se é criado numa redoma.

O pior é que, apesar dos seus caprichos, ele tinha sempre um rosto infeliz e gritava:

– Sinto-me sozinho! Estou triste! Ninguém gosta de mim!


PARA CONHECER MAIS:

Sobre o narcisismo: uma introdução (1914). Obras completas. S. Freud. Imago, 1979.

Os complexos familiares na formação do indivíduo.Outros escritos. Lacan.Zahar, 2004.

Nota sobre a criança (1969). In Outros escritos. J. Lacan. Jorge Zahar, 2004.

* Michele Roman Faria é psicanalista, doutora em psicologia clínica pela USP e atualmente desenvolve pós-doutorado no Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp. É autora de Constituição do sujeito e estrutura familiar (Cabral Editora e Livraria Universitária, 2003) e Introdução à psicanálise de crianças: o lugar dos pais

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

E se você fosse o bebê?

Acabei de ler o texto a seguir na comunidade "Gravidez, Parto e Maternidade"; o que pensei ao final dele? Emocionante!

Querida mamãe,

Esta noite acordei estranhando o silêncio. Não havia barulho algum e pensei que
o mundo tinha até acabado e você esquecido de mim. Coloquei a boca no trombone e
você veio. Ainda bem!

Fiquei tão feliz no calor do seu peito que acabei pegando no sono antes de mamar
tudo o que precisava. Quando percebi que você ia me colocar no berço, chorei de
novo, mas não tente negar: você estava com pressa para ir dormir outra vez.

Você me deu de mamar novamente, assim, meio apressadinha e depois resolveu
trocar a minha fralda. Estava tudo tão calmo, um silêncio, nós dois juntinhos.
Estava legal e eu perdi o sono. Você até que foi compreensiva, mas começou a
bocejar e resolveu me fazer dormir. Eu não queria dormir. Talvez eu precisasse
de mais dez minutos, meia hora.

Mas você estava mesmo decidida a dormir. Foi ficando bem nervosa e até chamou o
papai. Eu não queria o papai e todos fomos ficando muito irritados. No final das
contas acordei a casa inteira cinco vezes. De manhã nossa família estava com
cara de quem saiu do baile. Acho que estraguei tudo.

Imagina, você chegou a dizer para o papai que eu estou com problema de sono. Eu
não! Você é que vem me dar de mamar com pressa e daí eu sinto que você não quer
mais ficar comigo.

Os adultos tem hora certa para tudo mas eu ainda não entendi essas de relógio e
tarefas estafantes que as pessoas grandes precisam fazer. Quando meu corpo está
com o seu, quero ficar do seu lado sem me separar nunquinha. Do alto dos meus
três meses ainda não descobri direito que você é uma pessoa e eu sou outra.
Um dia, eu vou sair por aí, vou saber telefonar e posso lhe deixar doida para
saber o que ando fazendo e então você vai entender como me sinto agora. Mas não
precisamos dessa guerra mamãe. Até lá já poderemos nos entender inclusive
através das palavras.

Sinto a angústia da separação, pois terminei de viver uma
das grandes. Você também, mas vive tudo isso como adulta consciente. Eu ainda
vivo no inconsciente.

Por enquanto nossa comunicação direta fica restrita aos nossos sentimentos
inconscientes. Eu não sei nada, tudo é novo para mim. Você pode até achar que
não sabe nada e que tudo é novo para você, mas eu vou aprender o que você me
ensinar através da sua sensibilidade, dos seus sentimentos em relação a mim.

Sabe, mamãe, se você quer um conselho, vou dar: quando eu chorar à noite, não
salta logo para meu berço desesperada, como se o mundo fosse acabar. Espere um
pouquinho, respire profundamente, ouça o meu choro até que ele atinja o seu
coração. Sinta seu tempo, realmente acorde e venha me pegar. Me abrace devagar,
não acenda a luz, fale bem baixinho e me dê o seu peito para eu mamar. Depois
que eu arrotar, mais um pouco só de paciência, pois nós, bebês, somos muito
sensíveis aos sentimentos dos adultos, especialmente os da mamãe. Se eu sentir
que você está com pressa, sou capaz de armar o maior barraco, mas se você
esperar até o meu segundo suspiro, quando meus olhos ficarem bem fechados,
minhas mãos e pernas bem molenguinhas, aí sim pode me colocar de volta no berço
que eu não acordo antes de sentir fome outra vez.

Conforme você for desenvolvendo sua paciência mamãe, eu estarei desenvolvendo
minha tranqüilidade e nós não teremos mais noites infernais; apenas noites de
mamãe/bebê, que um dia passam, como tudo na vida.

Sempre seu,
Gu-gu dá-dá!

(Escrito por Cláudia Rodrigues, jornalista e educadora somática.)

Outros textos do mesmo estilho: www.centauroeditora.com.br (livro Bebês de mamães mais que perfeitas), Há alguns inéditos também aqui:http://buenaleche-buenaleche.blogspot.com/

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Passando só pra deixar um registro

Escuto músicas e penso em um ser que ainda não existe no mundo real. Mas penso, penso e penso. Penso com detalhes, com paixão, com sentimento.


Queria te dizer que "só enquanto eu respirar, vou me lembrar de você. Só enquanto eu respirar!". Vem!!!


Sua mãe.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Io no creo en brujas... pelo que las ai, las ai!

Ontem fiz uma "consulta" ao Guruweb. Tá, tá, bobagem... mas eu fiz! =P

Perguntava - pensem, mentalizar uma pergunta para o computador responder, hehehe - se eu estava grávida. Não fiz isso só hoje, tenho feito desde julho, desde que decidi não usar nenhum método contraceptivo. E o tal guru sempre dizendo pra mim que não. Tá, não com essas palavras, mas dizendo que "em breve" meus desejos se realizariam, sem nada muito objetivo. Ontem "ele" disse que eu começaria um novo ciclo hoje, assim, com essas palavras. E comecei: o ciclo menstrual! Ahahaha! Passada a decepção, agora estou tranquila e pronta pra continuar tentando.

Acontece que hoje resolvi bater um novo papinho com o mago do computador, rsrsrs. Perguntei pra ele: é dessa vez? Será esse mês? Espantosamente, vejam só qual foi a resposta para a carta número 10, o desfecho da situação:



Eu continuo não acreditando muito... mas louquinha pra estar errada!

Negativo

=(

Testando

Criei coragem e comprei agora mesmo um teste de gravidez desses de farmácia. Mas e o medo de fazê-lo e o resultado não ser positivo? E se for um falso negativo, visto que espero a menstruação ainda pra hoje? Ai, que aflição!!! Vou pensar mais um pouco e ver se tenho coragem pra fazê-lo...

domingo, 6 de setembro de 2009

Mudanças e mais espera.

Pela primeira vez estou achando meu corpo diferente. E nem sinal de menstruação. Estava esperando-a a partir de hoje. Pode ser que seja amanhã. Ah, mas estou tão esperançosa. Confesso só pra mim e com tanto medo de estar errada.

E mais espera...

sábado, 5 de setembro de 2009

Criando filhos

Limpando minha caixa de e-mails, encontrei a mensagem abaixo. Ando sensível com relação ao assunto, óbvio, rs. O título da mensagem é "se eu fosse criar meu filho de novo". Como ainda não criei o meu, deixo registradinhas as dicas e espero praticá-las.

SE EU FOSSE CRIAR MEU FILHO DE NOVO

Se eu fosse criar meu filho de novo,cuidaria da auto-estima primeiro,e da casa depois.
Faria mais pinturas com dedo,e apontaria menos o dedo.
Disciplinaria menos,e acalentaria mais.
Olharia menos para o relógio,e mais para ele.
Daria mais passeios e empinaria mais pipas.
Pararia de ser séria ,e brincaria seriamente.
Correria através de campos,e olharia para mais estrelas.
Daria menos safanões e mais abraços.
Veria mais frequentemente o carvalho em seu fruto.
Falaria menos,e diria mais.
Tomaria para modelo menos o amor ao poder e mais o poder de amar.

Diane Loomans

Compasso de espera de todo mês...

Mês passado foi assim. Esse mês está sendo assim também. Esperando algo acontecer... ou deixar de acontecer, né? Na verdade eu quero que não aconteça (risos). Não, eu não quero menstruar. Os dias previstos para este evento seriam amanhã e segunda. Depois disso já considerarei atraso, a julgar pela regularidade que meu organismo vem mantendo com relação a datas. Estou bem ansiosa e com sintomas que não senti em outros meses, como por exemplo um estranho enjoo, que não é ânsia de vômito, mas uma sensação constante de estar com algo entalado na garganta. Além disso, um gosto amargo na boca, estranhíssimo também. Fora isso, tudo o mais é bastante subjetivo e passível de sugestionamento.

Se ainda não for dessa vez, tudo bem. Partirei para novas tentativas. Mas que eu queria que fosse agora, ahhhhh, queria!!!

=)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Vida bem viva em mim...

Mais uma da série "Músicas que me fazem pensar em meu bebê..."


Realejo
O Teatro Mágico
Composição: Fernando Anitelli / Danilo Souza

Será que a sorte virá num realejo?
Trazendo o pão da manhã
A faca e o queijo
Ou talvez... um beijo teu
Que me empreste a alegria... que me faça juntar
Todo resto do dia... meu café, meu jantar
Meu mundo inteiro...
que é tão fácil de enxergar... E chegar

Nenhum medo que possa enfrentar
Nem segredo que possa contar

Enquanto é tão cedo
Tão cedo

Enquanto for... um berço meu
Enquanto for... um terço meu
Serás vida... bem vinda
Serás viva... bem viva
Em mim

Será que a noite vira num vilarejo
vejo a ponte que levara o que desejo
admiro o que há de lindo e o que há de ser... você

Enquanto for... um berço meu
Enquanto for... um terço meu
Serás vida... bem vinda
Serás viva... bem viva
Em mim

"Os opostos se distraem
Os dispostos se atraem"

http://www.youtube.com/watch?v=lwE5CI51sFk

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Esse lugar é o meu coração...

Vilarejo
Marisa Monte
Composição: Marisa Monte, Pedro Baby, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão

Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraiso se mudou para lá

Por cima das casas, cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real

Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa

Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar

Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção

Tem um verdadeiro amor
Para quando você for