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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O tempo

Hoje estava conversando e trocando ideias sobre o tempo com os pequenos com quem trabalho no turno da tarde. Sim, sobre o tempo, sobre o passar dele, sobre tudo que ele modifica, sobre a necessidade humana de contar o tempo(na verdade os humanos querem controlá-lo). Coincidência ou não, no turno da manhã tive a oportunidade de ver uma exposição de fotografias sobre astronomia, material da UFAL¹, e pensei muito sobre a efemeridade da vida.

Muita gente já falou sobre o tempo de muita coisa. Existe até um trecho bíblico² sobre o "Mano Velho"³, que diz: "HÁ UM TEMPO certo para cada coisa: Tempo para nascer, tempo para morrer; tempo para plantar, tempo para colher; tempo para matar e tempo para curar; tempo para destruir, tempo para construir de novo; tempo para chorar, tempo para rir; tempo para ficar triste, tempo para pular de alegria; tempo para espalhar pedras, tempo para ajuntar pedras; tempo para abraçar, tempo para não abraçar; tempo para procurar, tempo para perder; tempo para guardar, tempo para jogar fora; tempo para rasgar, tempo para costurar; tempo para ficar quieto, tempo para falar; tempo para amar, tempo para odiar; tempo para guerra, tempo para ficar em paz." O texto é considerado sagrado para alguns, mas nem entro nesse mérito da questão. Não. Quero pensar sobre como estamos à mercê dele, do tempo.

Li um poema (na aula de hoje a tarde também), escrito por Ivana Versiane, chamado "Quanto tempo?". Ele não está completo no material que li, uma pena. Mas ela versa sobre o tempo que cada coisa precisa pra acontecer, e que esses tempos precisam ser respeitados. Ela pergunta quanto tempo é necessário para que uma nova vida se forme no ninho escuro da mamãe; quanto tempo leva até que o pequeno dê um sorriso, ponha-se de pé sozinho.

Quando o assunto é gestação, lá vem ele de novo. O tempo. O nosso corpo também tem o tempo dele. Sabe o ciclo de vida? Lembra daquele papo de nasce-cresce-reproduz-envelhece-morre? Então, é isso. Eu nasci, cresci, agora quero me multiplicar. Mas meu corpo tem o tempo dele. Mesmo que eu não queira, ele vai agir conforme seu próprio tempo. É praticamente impossível determinar o exato momento de uma ovulação. Mais difícil ainda é precisar exatamente quando se deu a fertilização de um óvulo. Esse tempo faz parte dos mistérios do corpo.

Todo mês a ansiedade me invade, toma conta de mim. Mas não posso apressar o tempo com ela. Não adianta, tenho que esperar ele passar. Ele, o tempo. Meu corpo tem um ciclo, tenho que aguardar seu próximo momento. Assim como a lua percorre o céu com seu ciclo, um de cada vez, eu, mulher, preciso viver cada fase. Tenho curtido há três meses a não TPM. Porque tenho esperado até a véspera da menstruação por uma não menstruação. Meu ciclo desse mês terminda dia três do mês que vem. Dia quatro começará um novo. Como será esse novo? Com uma nova menstruação? Ou com o tão sonhado BHCG positivo? Não sei. Não posso saber. Tenho que aguardar ele passar. Ele, o tempo.

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¹ UFAL - Universidade Federal de Alagoas.
² Eclesiastes 3:1-8 (versão Bíblia Viva).
³ Uma referência a canção "Sobre o Tempo", da banda mineira Pato Fu (não consegui ter certeza se foi Fernanda Takai quem compôs a música).

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