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domingo, 27 de setembro de 2009

Podem tudo mesmo?

Perguntinha na PR¹:


Concurso: PAIS DEVEM TER LIMITES?
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Vem aí o DIA DA CRIANÇA, dia do exagero, do 'compra pra mim'. Pais devem ter limites nos presentes? Pais têm o direito de tornar os filhos arrogantes com muitas posses materiais ostensivas, mesmo sabendo que a miséria cresce a cada dia? Pais podem criar filhos sem conhecimento desse abismo social? Pais podem ter 4 (quatro) babás para seu filho único, como está hoje num jornal? Pais podem tratar o filho único como rei? Pais podem gerar um filho para ser fornecedor de órgãos para outro? Pais podem fornecer comidas calóricas à vontade levando a criança à obesidade? Pais podem fumar dentro de casa? Pais devem servir de capacho dos filhos, fazendo todas as suas vontades, sem situa-los no real?

A pergunta 'podem' tem a ver exclusivamente com o bem da criança, como pessoa mentalmente sadia e socialmente útil.

Baseando-se nesses exemplos ou em outros, comentar quais são os limites dos pais perante os filhos, que vão além do NÃO BATER NAS CRIANÇAS. Pode concordar ou discordar, mas com argumentos. O texto deve ser postado neste tópico e não pode exceder o tamanho de um post. As 3 melhores respostas receberão uma camiseta da PR de brinde, a escolher entre os diversos tipos de camiseta. Prazo: até dia 11 de outubro. Força na peruca!


Minha resposta completa (não cabe toda lá, será editada):

Vivemos em uma época na qual parece que vale tudo em busca da “felicidade”. Os pais do nosso século são antagônicos: têm poucos filhos e juram que é para que possam “dar de tudo” para esses poucos filhos (às vezes no singular). Dar de tudo o que? Do que as crianças precisam mesmo? Precisam de dezenas de babás pra cuidarem delas? Dos brinquedos que são os últimos lançamentos das fábricas mais famosas? Roupas sensacionais das marcas mais caras? Será? As crianças não precisam de luxo e ostentação. Na verdade elas nem entenderiam o que é isso, se os “seus” adultos não lhes ensinassem. O tudo que as crianças precisam é bem diferentes do que os pais saem de casa para conquistar. As crianças não precisam dezenas de babás, mas de pais presentes. Não querem brinquedos caros, mas de gente que as ame pra brincar com elas. Não querem roupas luxuosas, mas toques carinhosos em seus corpos, abraços que lhes confira segurança e ternura.

Os pais não podem criar “seus” filhos como bem querem simplesmente porque não são seus. Não da maneira como acham que são. Se os “seus” filhos fossem seus no sentido de propriedade, de posse, não haveria documentos que regulamentassem os direitos da criança, como estatutos e afins. São sua responsabilidade, mas são pessoas distintas de si, são outros seres humanos, e precisam ter preservado o direito de aprender a conviver em grupo, ter capacidade de adaptar-se a ele.

As pessoas dizem estar ansiosas por um mundo melhor, um futuro melhor, mas como esperar pessoas mais solidárias se ensinam seus filhos a serem egoístas? Como esperar partilha de alguém que junta excessos? Se você quer um mundo melhor, é preciso construir esse mundo. As crianças são os cidadãos do futuro. Se quisermos cidadãos equilibrados, precisamos criá-los com equilíbrio. Se alguém deseja um futuro melhor para “seus” filhos, é bom começar a construí-lo. Mas é bom saber que, se a criança cresce em um ambiente no qual tudo pode, onde não existem limites saudáveis, pode estar cultivando um tirano e não um ser humano libertário, ou seja, encontrará o caminho oposto do que parece estar procurando.

Equilíbrio, é preciso equilíbrio.
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¹PR: Comunidade no orkut, Pediatria Radical: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=1651309

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