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sábado, 17 de outubro de 2009

Eu ganhei!

Nem imaginava, mas ganhei o concurso da PR "Pais devem ter limites?". Tem uma postagem mais antiga aqui no blog com a versão integral do texto. Diminui ele um pouquinho pra caber em um post do orkut. Tá aqui o meu (e os outros três vencedores logo baixo):

Vivemos em uma época na qual parece que vale tudo em busca da “felicidade”. Os pais do nosso século são antagônicos: têm poucos filhos e juram que é para que possam “dar de tudo” para esses poucos filhos (às vezes no singular). As crianças não precisam de luxo e ostentação. Na verdade elas nem entenderiam o que é isso, se os “seus” adultos não lhes ensinassem. O tudo que as crianças precisam é bem diferentes do que os pais saem de casa para conquistar. As crianças não precisam dezenas de babás, mas de pais presentes. Não querem brinquedos caros, mas de gente que as ame pra brincar com elas. Não querem roupas luxuosas, mas toques carinhosos em seus corpos, abraços que lhes confira segurança e ternura.

Os pais não podem criar “seus” filhos como bem querem simplesmente porque não são seus. Não da maneira como acham que são. Se os “seus” filhos fossem seus no sentido de propriedade, de posse, não haveria documentos que regulamentassem os direitos da criança, como estatutos e afins. São sua responsabilidade, mas são pessoas distintas de si, são outros seres humanos, e precisam ter preservado o direito de aprender a conviver em grupo, ter capacidade de adaptar-se a ele.

As pessoas dizem estar ansiosas por um mundo melhor, um futuro melhor, mas como esperar pessoas mais solidárias se ensinam seus filhos a serem egoístas? Como esperar partilha de alguém que junta excessos? Se você quer um mundo melhor, é preciso construir esse mundo. As crianças são os cidadãos do futuro. Se quisermos cidadãos equilibrados, precisamos criá-los com equilíbrio. Se alguém deseja um futuro melhor para “seus” filhos, é bom começar a construí-lo. Mas é bom saber que, se a criança cresce em um ambiente no qual tudo pode, onde não existem limites saudáveis, pode estar cultivando um tirano e não um ser humano libertário, ou seja, encontrará o caminho oposto do que parece estar procurando.

Equilíbrio. É preciso equilíbrio.


Estou tão feliz! Feliz não só por ganhar a camiseta (rsrsrs), mas por saber que mais pessoas compartilham do meu ponto de vista. O mundo precisa de mais seres humanos que sejam humanos!

Ah, não posso deixar de postar os demais textos vencedores.

Elisangela Chica:

Vou fazer um "confesso"; sou egoísta demais pra deixar meus filhos, enquanto pequenos, com babás.

Eu acho que ninguém no mundo os educaria, os cuidaria, os mimaria como eu! Eu sou a melhor mãe pra eles, kkkkkk.

Eu sou do tipo que carrega a cria embaixo das asas mesmo. Mas não sou ciumenta; amo que eles sejam amados, parparicados...

E, quando já sabem dar os primeiros vôos solos, os liberto com prazer. Meus filhos fazem parte de mim, mas eu não faço parte deles. Eu dependo deles, mas não quero que eles dependam sempre de mim.

Eles não são minhas propriedades, mas tenho a responsabilidade de fazer o melhor pra eles. Pessoas nascem pra ser amadas e felizes. Acho que acerto em, pelo menos, 60% das vezes, kkkkk.


Janaína:

Ontem no parquinho, meu filho estava escalando um brinquedo que parece uma teia de aranha, é seu brinquedo favorito. Ele pegou dois gravetos do chão e começou a subir, quando eu ia falar "joga isso no chão, que você pode se machucar", ele vira pra mim e diz "Se eu chegar lá em cima eu ganho". Parei e pensei: ele se fez um desafio, devo intervir?

Enquanto ele subia e olhava pra mim todo orgulhoso, eu com o coração na mão, decidi deixá-lo testar seu limite. Qual minha surpresa e alegria, quando ele chegou no topo com os gravetos na mão e gritou "mamãe, ganhei!" Sem machucado e com uma experiência, que para um adulto pode parecer tola, mas que para ele era um momento de superação. Depois ele pegou três grafetos, o terceiro era grande e atrapalhava muito, caiu umas três vezes e viu aí o seu limite.

O que quero ilustrar com isso? O que tenho aprendido nesses 5 anos, quais os meus limites na educação do Leonardo, qual o meu papel em sua formação. Cada vez mais interfiro menos em suas decisões e não o poupo de frustrações e sofrimentos. A vida aqui tem tons de rosa, azul e por vezes cinza. Não me sinto no direito de construir um mundo cor de rosa, sem as outras tonalidades, porque ao primeiro sinal de sofrimento na vida adulta ele vai lembrar que sentimentos negativos existem e podem ser superados.

Pais devem ter limites. Devem reconhecer quando são desnecessários, reconhecer nos filhos cidadãos justos. E seja qual for o futuro, seja qual for o mundo e as adversidades que ele irá enfrentar, os pais devem ter a certeza de que fizeram o possível para prepará-los. O amor não justifica criar um ser humano fraco e dependente.

Pais devem saber que amor, proteção e mimo também tem limite.


Este outro ganhou por votação dos participantes da comunidade:

Mae Zona ♥

Antes eu achava que nao deveria dar presentes pro meu filho o tempo todo pois isso poderia fazer com que ele nao desse valor ao que vem 'facil' demais.

Dai lembrei da minha infancia: ate hoje sinto nas bochechas os beijos estalados da minha irmã do meio, que me cobria de mimos e presentes sempre que podia. Pena que ela não podia sempre, mas tenho certeza de que se ela tivesse dinheiro, ela me daria tudo que eu quisesse. E como é bom saber disso.

Meu filho quase morreu de felicidade semana passada pq ganhou seu primeiro kinder ovo. Todo dia qdo eu chego em casa, ele corre pra mim, me da um beijo e pergunta ' mamãe trouxe pesente????" E mamãe traz, quase todo dia mamãe traz uma coisinha especial. Tudo isso pq penso nas minhas lembranças mais sublimes da infância. Ate hoje lembro da 'galinha de açúcar' que minha mãe trazia qdo voltava da feira. Sábado pra mim era dia especial. Dia de galinha com açúcar. Dia de sentir quão doce é se sentir amado.

Acho que o que estraga, atrapalha nao é dar sem limites. É dar por dar. É dar em substituição, não como complemento. Eu dou brinquedo, muitos, mas dou amor, dou atenção, dou explicação, dou educação. Dou o melhor de mim praquele que eh a representação do que eu tenho de melhor: meu filho! Gente, como eu amo esse menino...


Infelizmente não sei usar todos os recursos do blog, não sei deixar o nome das pessoas/comunidades com links pra eles. Mas é só entrar no orkut, procurar a comunidade "Pediatria Radical" e o concurso aí que vc encontra isso tudo que postei! ^^

Um comentário:

Nanda disse...

Ah, oh... Eu acho que esse último texto aí bate com o seu. Não é equilibrado dar presente todo dia. E é egoísta medir a felicidade do filho pela que sentia quando criança. Mas é o que eu acho, e eu sempre estou errada porque sou radical demais... Hahaha