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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A primeira papinha

Os preparativos já vem sendo feitos há dias. Peneira de inox que vovó deu, uma tal de autoclave culinária que peguei emprestada dela também. Dias pra escolher o cardápio, decidir como iria começar. Papinha doce ou salgada? Repetir a mesma papinha por alguns dias? Ou variar o sabor nos dias seguintes? Textura da papinha, qual oferecer? Acrescente leite materno? Ponho sal ou não? Azeite ou manteiga? E se der dor de barriga? E se der gases? E se prender o intestino? E se soltar demais? Isso tudo sambou pela minha cabeça. Mas as coisas acontecem, dias esperados chegam, é apenas uma questão de tempo.

E o dia enfim chegou. Defini algumas coisas: escolhi abóbora para começar. O principal motivo foi o sabor adocicado. Eu não ia acrescentar mais nada, mas aí pesei, refleti, conclui: vou sim, vou colocar um caldinho de carne pra enriquecer. Mas carne sem sal não tem o melhor sabor do mundo. Mesmo assim, optei por não colocar sal. Coloquei temperos naturais e de sabor não muito forte: um pouco de cebolinha verde e um pouco de salsinha.Pronto, assim cozinhei carne (colchão duro em pequenos pedaços), salsinha e cebolinha, os três juntos com um pouco de água. A abóbora cozinhei sem água, só no vapor da carne. Também sem sal. Ah, e com a casca. Lavei bem com uma escovinha e coloquei pra cozinhar.

Depois da abóbora cozida (na panela autoclave culinária que vovó emprestou), retirei a casca, passei pela peneira (que a vovó deu). Virou uma pastinha de consistência leve. Acrescentei um pouco do caldinho da carne, passando pela peneira também. Por fim, acrescentei um pouquinho de azeite de oliva extra virgem, pra dar sabor, acrescentar caloria de boa qualidade e ajudar a equilibrar a papinha, pois pelo que li abóbora é constipante e o azeite é laxativo.

Feito isso, fomos ao que interessa: oferecer a comida à pequena. O primeiro olhar foi de curiosidade. Abriu a boquinha de bom grado. Depois foi uma série de caretas engraçadíssimas. Ela simplesmente não entedia o que estava acontecendo. Novidade grande, né? Sabor diferente, jeito diferente de se alimentar. Ela comeu assim umas duas colheres. De chá. Mas tudo bem, surpresa grande seria se ela gostasse muito e tivesse "batido um pratão". Vamos com calma e paciência que tudo se ajeita.

Ela fez uma deliciosa bagunça. Tinha papinha por tudo quanto era lugar do rostinho. E nas mãos. E nos pés! Por fim ela acabou chorando e não quis brincar mais disso. Nessa hora parei, não insisti. Não deve lá ser algo muito bom ficar forçando um bebê a comer. Imagina as consequências disso? Melhor parar quando ela demonstra que chegou no limite.

O sabor não ficou ruim não. Não mesmo, ainda que eu não tenha posto sal. Faça o teste: a abóbora tem um sabor delicioso e uma cor linda, não precisa de mais nada. Como ela nunca experimentou sal, óbvio que não tinha referência, portanto não sentiu falta dele.

Depois da papinha foi necessário um banho - nela e na roupinha que ela usava (um babador fofo pra sair na foto e uma calcinha "bunda rica", que se você não sabe o que é é porque não mora no Nordeste). Depois do banho? O velho e bom leitinho da mamãe, acompanhado de um cochilo aconchegado nos braços dela (que soy yo). Isso sim é que é comfort food!

2 comentários:

Liliane disse...

Ah me senti na sua casa assistindo a tudo isso! Que delícia Anninha! Quero ver fotos! Muitas fotos! kkkkk
Bjus

Anne disse...

Ai, Lili, adoro esse seu carinho! As fotos tão no orkut, flor! Bjo!!!