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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Coragem pra amamentar exclusivamente durante 6 meses

Sempre acreditei na amamentação e desejei amamentar antes mesmo de engravidar. Deve ser algo mágico continuar provendo vida ao seu filho mesmo depois dele nascido e não quero privar minha pequena disso. Sou mamífera e ela vai mamar!

A questão é que trabalho. Apesar da licença estendida (de seis meses) eu ficava preocupada com a introdução de outros alimentos justamente no meu período de retorno ao trabalho.

Hoje, porém, navegado pelo orkut, encontrei um texto escrito pelo Dr Gonzales que me serviu como tranquilizador. Decidi por antecipação, então, que não irei privar minha filha de 6 meses de leite materno não. Quando voltar a trabalhar, darei o meu jeito (mãe sempre dá um jeito, né?).

Ah, o texto foi "encontrado" na comunidade Grupo Virtual de Amamentação. É este aqui:


Quando a mãe trabalha fora

Estou preocupada porque meu filho de três meses não aceita a mamadeira. Já tentamos toda sorte de bicos e diferentes fórmulas. O pediatra me disse para parar de amamentar, para que ele possa se acostumar à mamadeira, mas ele ficou os últimos três dias sem comer e continua não querendo. Eu voltei a amamentá-lo, mas agora não tenho mais leite suficiente e ele parece faminto após a mamada. O que posso fazer para ele aceitar a mamadeira? Irei retornar ao trabalho em breve e eu preciso desmamá-lo antes disso.

Essa mãe foi vítima de dois erros freqüentes envolvendo amamentação ao trabalho.

primeiro erro foi fazê-la acreditar que ela precisava desmamar seu filho antes de retornar ao trabalho. Isso não é necessário. Na pior das hipóteses, ela poderia tentar uma alimentação mista: amamentar antes e depois do trabalho e oferecer leite artificial quando ausente. Todas as crianças (e todas as mães) vivenciam um período difícil quando elas precisam se separar por causa do trabalho, e a amamentação pode ser um maravilhoso caminho entre a separação e o reencontro. Muitas mães encontram soluções satisfatórias melhores que oferecer fórmula: muitas levam seus bebês para o trabalho, outras trabalho compartilhado, algumas conseguem que o bebê seja levado a elas para serem amamentados, outras ordenham e estocam seu leite. Melhor ainda, se seu bebê já tiver idade para introdução dos sólidos, deixe que seu bebê se alimente de comida na sua ausência (esta é uma exceção para a regra geral de amamentar o bebê antes de oferecer os primeiros sólidos).

Quando você sai para o trabalho (ou quando sai com o cachorro), o seu bebê não sabe onde você está e quanto tempo você vai demorar. Ele ficará muito assustado e chorará como se você fosse deixá-lo para sempre. Vai levar alguns anos até que seu bebê seja capaz de ficar longe de você sem chorar e antes que ele entenda que a “mamãe vai voltar logo”. Toda vez que você voltar, vai abraçá-lo, amamentá-lo e o bebê pensará: “outro alarme falso!”. Mas se você retornar ao trabalho e tentar desmamá-lo abruptamente e ao mesmo tempo, quando você volta do trabalho, o bebê pede para mamar e você recusa, o que o bebê irá pensar? “Ela me abandonou porque não gosta mais de mim.” Esse é o pior momento para o desmame.

segundo erro foi acreditar que o bebê precisa de uma mamadeira (ou sólidos, o que é menos pior) quando você retorna ao trabalho, e você deve acostumá-lo com uma primeiro. Se você treiná-lo a acostumar-se com uma mamadeira, a única coisa que você vai conseguir é arrumar encrenca: ao invés de quatro meses de amamentação exclusiva, você terá três. Mas o que é mais relevante aqui, como a gente viu no exemplo acima, o bebê muitas vezes recusa a mamadeira. Ainda que a mãe ordenhe seu leite e tente dar na mamadeira, muitos bebês recusam.

 a razão é que os bebês não são bobos. Se a mãe não está em casa e a avó vem com uma mamadeira (ou melhor ainda, com um copinho para evitar confusão de bicos), duas coisas podem acontecer. Primeiro, se o bebê não estiver com fome, ele provavelmente não aceitará nada. Ele vai compensar isso quando a mãe retornar. Muitos bebês dormem a maior parte do tempo quando estão distantes das mães, e então vão mamar à noite. A outra possibilidade é, se o bebê estiver com fome (e especialmente se tiver leite materno na mamadeira), ele poderá tomá-la e pronto. E ele deve estar pensando: “Bem, ela não está aqui, então é isso que eu tenho que fazer.”

Mas se mãe está em casa e o bebê pode ver e sentir o peito, como ele vai aceitar um copinho ou mamadeira? Ele deve pensar: “Minha mãe deve estar louca, ela tem o peito aqui e quer me dar essa geringonça?” E ele insiste: “É o peito ou nada!”

Do livro My child won´t eat!, do Dr. Carlos González

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