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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Vamos viajar?

Viajar na janelinha e de graça, quem não quer? Pois é! Eu e minha filhota, vez em quando, viajamos. Através das páginas dos livros.

Mas já? Sim, sim!!! E desde o ventre! Naquela época (parece que já faz tanto tempo) eu nem li o tanto que gostaria, mas ela ouviu Yellow Submarine (o livro), além de muitas outras que eu contava para os meus alunos e é claro que ela ouvia (entre os que li para os meus alunos está A Fada que Tinha Ideias e acho que ela nasceu um pouco Clara Luz).

Do lado de fora da barriga eu já li um conto de riso de Ricardo Azevedo (amo o que ele escreve), chamado O Macado e a Velha. Tá, por enquanto só quem ri sou eu (e ela só ri por causa das minhas risadas nada discretas). E hoje li Flicts (do Ziraldo) pra ela. Ela amou as cores fortes que estão impressas no livro, queria agarrar suas páginas e experimentar do seu modo (amassando e pondo na boca - claro que não deixei).

Fora esses, leio sempre uma história pequena, de um livro cartonado e despretencioso, de uma coleção chamada Contos que Assobiam. O exemplar que temos chama-se Luizinho, o Vagãozinho e conta a história de um vagão que dorme demais e fica esquecido na estação, e por isso precisa refazer sua vida - e consegue, viu? Ela gosta porque esse eu deixo ela pegar, por na boca e apitar o trenzinho que tem na capa (na verdade a capa é vazada e o apito fica na última "página"). Ela ainda não sabe apitar o trenzinho propositalmente, mas gosta quando consegue, mesmo sem querer, ou quando a gente apita pra ela!

Ela ainda não compreende o enredo dos livros, as vezes nem presta muita atenção quando estamos falando. Então, porque ler para um bebê? Tenho vários motivos. Alguns:

* Fortalece nossos laços. Na hora que estou lendo pra ela estamos juntas na "viagem". Ela pode não entender do que se trata, mas compreende que estou fazendo algo pra ela. Como eu mencionei, as vezes ela nem dá muita bola, as vezes só quer rasgar o papel. Mas as vezes ela parece estar compreendendo cada palavra lida!

* Dá exemplo. E a gente sabe que a maior parte do que se aprende, se aprende pelo exemplo e não pelo que se fala ou se manda fazer. Ela pode não entender que estou lendo, mas está vendo o que faço e provavelmente gostará de imitar o ato no futuro. Se eu quero uma filha leitora eu tenho que ler regularmente e demonstrar prazer nisso.

* Melhora o vocabulário. Por enquanto o dela se limita a umas vogais balbuciadas, algumas sílabas totalmente sem sentido (ao menos para mim, mas eu me esforço para compreendê-la - viu filha?). Ela ainda não compreende as palavras que leio, mas quando conseguir entendê-las vai ficar com os novos e desconhecidos vocábulos dançando em sua mente até que consiga descobrir o que significam - se é que ela já não faz isso, hehehe.

* Ajuda a compreender a diferença entre a fala e a escrita. A linguagem escrita tem uma cadência diferente da fala. A escrita tem uma apresentação mais formal; fala é coloquial e permite construções que a escrita não consente. Quando vamos escrever algo é preciso planejar para um interlocutor que não está presente e isso aparece na forma como a linguagem escrita se apresenta. Determinados enredos têm marcadores fortes, como o "Era uma vez" atemporal dos contos de fadas. Ouvir histórias ajuda a criança (ou qualquer ouvinte de qualquer faixa etária) a criar um repertório de gêneros textuais, de autores diversos. Ajuda a criança a criar a sua visão de mundo.

* Ouvir histórias cria memória emotiva de boa qualidade. Quem não se lembra de um momento gostoso de contação de história, seja aquele que acontecia no quarto, histórias contadas pelos pais antes de dormir, seja aquele na escola, na rodinha de história contada pela professora, ou ainda aquele com os amigos, na infância ou adolescência?

Existem muitos outros motivos, mas acredito que os descritos acima já são suficientes para que eu continue buscando histórias interessantes para ler para minha filha. Me divirto muito contando as histórias, fazendo diferentes entonações na minha voz para cada personagem ou situação que me "pede" isso, dando ênfase naquilo que me parece interessante.

À medida que ela for crescendo, espero, vai gostar ainda mais de me ouvir contar histórias para ela. Ela não é boba nem nada e perceberá - ou até já percebe - que esse momento é uma demonstração de amor e dedicação. Depois ela mesmo estará escolhendo as histórias para que eu leia para ela. Depois de depois ela escolherá e lerá sozinha. Depois de depois de depois, quem sabe, ela não estará escrevendo suas próprias histórias? Ou recomeçando esse ciclo e contando histórias para quem queira e goste de ouvir? E quem não gosta, e quem não quer?

2 comentários:

Liliane disse...

Ahhh a viagem foi pequena hj! Adoro "viajar" com você Anninha! Amo ler o q vc escreve. Isis com certeza será uma amante dos livros.
Exemplo bom ela tem!
Parabéns!
Bjusss

Ana Paula disse...

q lindo Anne!!!! eu tb leio pro Miguel... e ele adooora!! agora tb fica no colo do papai enquanto ele folheia revistas... acho q estamos botando na cabecinha dele como é importante a leitura!!!