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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Parece

Parece abandono, mas só parece!

As mudanças são rápidas, não estou dando conta de escrever sobre elas. Enquanto tomo fôlego, enquanto tento  me adaptar a cada uma das que chega, enquanto penso que vou conseguir acompanhar, vem outra mudança e tudo que era deixa de ser! Ser mãe de bebê é isso: mudança, mudança, mudança...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

1 ano (post atrasadíssimo!!!)

Cumprindo promessa, cheguei dentro das 24 horas previstas (pelo menos pra começar a escrever), oba! Mas a verdade é que o post está mais que atrasado, por motivos já comentados no posta anterior. Vamos ao que importa: falar sobre nosso primeiro ano de vida juntos (sim, porque não somos só eu e ela). Diabéticos, cuidado: esse post tem forte tendência a ser meloso!

Em setembro de 2008 me deu um estalo: eu já estava com 30 anos, "precisava" decidir se queria ou não deixar descendência. Minha sobrinha linda havia nascido meses antes e a chegada dela mexeu comigo. Eu só via vantagens em ser mãe, a vontade crescia. Conversei com o marido e decidimos que sim, teríamos um filho. Mas tudo assim, meio indefinido, apenas sonho, vontade, desejo.

Nessa época procurei um obstetra que, segundo diziam em nossa cidade, era o que tinha o perfil mais próximo ao que eu desejava. Eu já havia ouvido os clarins que anunciavam o parto humanizado, sabia que era uma meta difícil de se alcançar, mas a gente precisa de metas pra seguir. Acontece que estar com quase 100 quilos era algo que atrapalhava meus planos. Fui encorajada a perder peso e voltar ao consultório 4 meses depois. Sai de lá com um misto de alegria e sensação de derrota. E extremamente motivada a esvaziar o corpo dos excessos para enchê-lo de vida.

Ao longo de 9 meses (tempo bastante simbólico, sei disso!) perdi 30 quilos. Não virei nenhuma modelo, mas a mudança me agradava, me sentia mais confiante e passei a acreditar que sim, eu podia! Foi então que, em junho de 2009, decidimos que eu engravidaria. Três meses depois (em setembro de novo, vejam só!) engravidei.

O começo da gestação cheio de sustos e medos. Eu queria tanto vivenciar aquela experiência e quando chegou a minha vez eu não sabia como lidar com ela. Tive um pequeno sangramento uma semana depois que soube que estava grávida (e mais alguns depois) e o medo me paralisou.  Eu chorava, fiquei apavorada. Tinha aversão à ideia de ver meu sonho se esvair. Mas foi só um susto, não era nada demais. E até hoje não sei direito a explicação para aqueles episódios.

O primeiro trimestre da minha gestação foi de muito silêncio. Eu tinha medo, o medo me fazia calar. E o silêncio permitiu que eu conseguisse, aos poucos, me ouvir. Senti minha pequena mexer muito cedo. Não lembro exatamente quando, mas foi bem no início do segundo trimestre da gestação. E posso assegurar que a experiência é fantástica. Eu adorava sentir minha pequena mexendo no meu ventre.

O tempo foi passando, a barriga crescendo, primeiro timidamente, depois de maneira mais acelerada. Eu me sentia linda e plena. Completa e absoluta. Me sentia capaz de tudo! Claro, vez em quando batia uma insegurança, um medo (de novo?), mas a maior parte do tempo era de autoconfiança. Dito assim parece um crescimento rápido, absoluto, mas não era bem assim, não foi tão linear. Havia idas e vindas, como numa dança. Porém eu me encaminhava a cada dia para o empoderamento.

Lembro-me de um dia que fiz um trato com  a minha filha; eu queria muito dar à luz, parir. E da maneira mais natural possível! Me sentia um tanto quanto perdida. Não tinha uma doula presencial para me apoiar, meu obstetra não era bem como eu gostaria (sim, foi a melhor opção que me coube, mas não era um "nome nacionalmente conhecido em obstetrícia humanizada"), eu teria um parto hospitalar, possivelmente com algumas intervenções desagradáveis e invasivas. Eu queria parir na minha casa, num ambiente acolhedor e conhecido, mas não tinha grana e nem apoio pra levar esse desejo adiante. Isso fora o medo de algo dar errado e eu acabar na faca. E isso me fazia sofrer. Muito. Até que um dia decidi parar de sofrer e fazer o seguinte combinado com a minha filha: falei que faríamos o nosso trabalho juntas. Que no dia em que ela estivesse pronta para chegar, seríamos uma equipe, faríamos o melhor possível, o mais rápido que pudéssemos. Não por pressa, mas por precaução, eu "dizia" pra ela. É, eu fui ousada e "pedi" um trabalho de parto rápido, porque não me entendo bem com as dores e me descompenso com a maior facilidade quando sinto. Emponderamento era a palavra. Tomei às rédeas nas minhas mãos naquele dia!

Nosso dia chegou. Comecei a manhã com uma indisposição, que mandava de volta pra fora tudo que eu ousava colocar pra dentro do corpo. Era comer e vomitar (oi?). Na verdade não era indisposição. Hoje sei que era meu corpo se preparando, do jeito (louco) dele, para receber minha herança do lado de cá do mundo. No decorrer da tarde eu me sentia meio dopada. Sentia sono, náuseas e cólicas espaçadas e irregulares. No final da tarde fui examinada pelo obstetra ainda no consultório. Colo apagando, amolecendo, mas nada mais que 1 centímetro de dilatação. Eram 7 da noite e fui avisada que meu trabalho de parto poderia durar horas. Muitas delas. Voltei pra casa e a dor se intensificou. Entrei num furor, sentia raiva da dor, sentia raiva por vomitar tanto. Me sentia fraca. Achava que não daria conta. E as contrações iam e vinham e eu achava que não eram, ainda, contrações de verdade. Eu não sabia, mas estava entrando num estranho estado, conhecido por alguns por "partolândia". Por isso as emoções eram tão intensas. Abre parenteses---> E eu confesso que estava tão maravilhoso estar grávida que eu não queria que aquele encantamento acabasse. Se isso fez com que as dores ficassem mais intensas, não sei. Assunto pra discutir análise. <---fecha parenteses.

AS 22 horas minha mãe e meu marido me convenceram que era melhor ir para o hospital. Como eu pensava que ainda não estava em trabalho de parto (ãn?), protelei o quanto pude. O dia estava chuvoso, o táxi demorou a chegar. 23 horas ele chegou e em menos de 5 minutos (eternos) estávamos na maternidade. 7 cm de dilatação. Sorri, fiquei feliz e assim que meu obstetra apareceu (minutos depois) pedi analgesia. Podia ser um tiro no pé, mas pedi. O trabalho de parto seguiu, menos intenso e eu bem mais tranquila. Só voltei à tal partolândia no expulsivo. E a 1h54min do dia 17 de junho de 2010 dei à luz à minha jóia preciosa.

Os primeiros meses foram de muita chuva e de um inverno de sentimentos. Eu me sentia triste, chorava, faltava algo. Faltava o esplendor da gravidez. Senti saudades, muitas saudades. Baby blues? Depressão pós-parto? Não sei! Mas passou, foi passando (embora ainda me sinta triste ao lembrar da tristeza que eu sentia naquela época - outro assunto para discussão em análise).

Passado o primeiro trimestre, chegou a primavera (a minha e a da natureza). Fui renascendo, despertando, aprendendo. A primavera tem seus dias de chuva e frio, mas à medida em que avança, o tempo vai ficando bonito, a vida floresce.

Os dias se passando, minha menina crescendo. Primeiro sorriso, descobrindo a mão, primeira gargalhada, aprendendo a rolar, descobrindo o pé, aprendendo a sentar, a comer, a ficar em pé. Chegou a época da volta ao trabalho, ela com quase 8 meses. Angústia da separação (de ambas), mas deu tudo certo (meu marido e companheiro está sendo o melhor cuidador que minha filha pode ter quando não estou presente, como acredito que tinha que ser). Balbucios, palavrinhas, primeiros passos. Primeiras gracinhas, primeiras artes. Noites difíceis, noites deliciosas. Erros, acertos. Belo recheio!

E chegou o dia do primeiro aninho. Eu me sentia emocionada, feliz, mas inquieta. Meu bebê está crescendo e, aos poucos, vai deixando de ser meu bebê. Isso me amedronta. Como bem disse minha amiga Luzi querida, eu sinto saudades do minuto anterior. Nosso primeiro ano foi de muitas vitórias. 1 ano de amamentação (após os seis iniciais dela exclusivíssima!). Minha filha chegou no seu tempo, pela via que a natureza providenciou. Cercada de muito amor, de um pai e uma avó fora de série. Sem eles não imagino como teria sido esse primeiro ano.

Eu sabia que registraria os sentimentos e situações que experimentei nesses 365 dias (agora um pouco mais, já se passaram quase dois meses depois do aniversário da minha Isis), mas as palavras que pensei e planejei não sairam. Vieram outras, tão fortes quanto as que planejei (ou até mais). E agora não sei como terminar esse post. O tempo passando, implacável (inclusive ele me pressiona agora, uma vez que são mais de 2 da madrugada e preciso acordar logo mais para trabalhar). Eu dizia que iria curtir muito, muito, muito cada instante, para não sentir falta deles, mas não dá, impossível: sempre sobra muito amor para cada momento que vivo com ela, é tudo muito intenso.

O resumo desse primeiro ano? Eu diria uma frase que nem é de minha autoria, mas li, gostei e adotei: me descobri muito menos eu e muito mais feliz!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Imbolc e recomeços

Eu não sabia por onde recomeçar. Eu queria muito registrar como foi o primeiro ano da minha filha (o primeiro ano "inteirinho" e o dia da festa). Mas eu não conseguia. Travei. Minha pequena está crescendo, isso é motivo de muita alegria, me sinto muito feliz por isso. Porém também sinto saudades de tudo que já passamos. E essa situação me fez silenciar.

Ontem, porém, uma pessoa me falou sobre uma espécie de ano novo Wicca, o Imbolc. Fiquei bastante curiosa, li um pouco à respeito e achei que era uma boa ideia recomeçar a escrever aqui justamente no dia 1º de agosto, dia em que alguns comemoram o fortalecimento do sol no hemisfério sul. Não sou Wicca, mas gosto de observar a natureza, seus ciclos. Basta ler posts anteriores meus e isso poderá ser visto. Então, para representar meu sol brilhando mais forte, resolvi que meu "rito" seria voltar a escrever nesse espaço.

CELEBRANDO A VIDA

Sempre adorei o dia do meu aniversário. Receber carinho de todo mundo, cantar parabéns, ganhar presentes (ah, é bom sim!!!). Ficar mais velha, ficar grande! Era assim que eu via o dia do meu aniversário. Quando minha pequena chegou eu ficava pensando em como seria comemorar seu primeiro aninho. Tão simbólico saber que a Terra deu uma volta completa em torno do Sol, que girou em torno de seu próprio eixo mais de 2 centenas de vezes. Estações vieram e se foram, todas elas. Todos os meses do ano. Dia após dia. Semanas. E minha filha ao meu lado em cada um desses dias. E eu acompanhando sua evolução e aprendizagem. Tem como não celebrar esse dia? Impossível!

Eu queria ter feito tudo sozinha. Tudo que eu digo é fazer decoração, escolher cores de cada coisa, comprar eu mesma, dizer onde quero cada coisinha. Mas aí minha mãe e meu irmão vieram com um presente irrecusável: deram a festinha da minha pequena de presente. É, contrataram um espaço para realizarmos esse momento feliz, com direito a bala, bolo e balão. E mais um pouco. Eu escolhi o tema, as cores, degustei uma amostra do buffet e só precisei aparecer no dia pra curtir a festa.

Claro que se eu fizesse isso tudo com essa tranquilidade que minhas palavras fizeram parecer, eu não seria eu, né? Eu decidi arrumar trabalho pra mim e fazer algumas coisas eu mesma, "personalizar" alguns detalhes da nossa comemoração. Não me arrependi, gostei de contribuir diretamente para realização desse momento. Preparei um kit de colorir bem fofo e uns potinhos cheios de jujuba dentro pra dar pros nossos convidados.

Estava tudo perfeito: a decoração com bonecas e elementos de jardim. Esse mundo dos buffets infantis é impessoal, padrão demais. Mesclar dois temas foi ótimo, a decoração do espaço ficou, de certa forma, "exclusivo". O lugar era aconchegante, com brinquedos pra criançada e uma comida deliciosa e muito elogiada. A equipe muito educada e cheia de presteza. A decoração ficou linda de viver. Mandei fazer uma bonequinha pra ser o topo do bolo do primeiro aninho da minha boneca. Passei fotos do vestido e dos acessórios para a artesã, bem como fotos da Isis. Ela juntou tudo e fez um mine Isis que eu amei! Aliás, falando em vestido... o vestido também foi um presente lindo, de três amigas  muito especiais. Um presente inesquecível! Sou muito grata pelo carinho que Bruna, Dani e Camila tiveram ao nos dar o vestido perfeito para aquela noite perfeita.

Dizem que o melhor da festa é esperar por ela. Não concordo. Eu gostei de esperar, mas gostei de curtir cada minuto, gostei de receber as pessoas que marcaram esse primeiro ano de vida da minha filha, reunir amigos, ver um montão de criança junta. Olhar ao redor e pensar "hei, eu conheço todo mundo que está aqui, todos estiveram, à sua maneira, presentes no decorrer do primeiro ano de vida da minha filha". É verdade que me senti bastante perdida com minha parca experiência como anfitriã, devo ter cometido vários deslizes, mas o saldo é mais que positivo.

Para provar que, definitivamente, o melhor da festa não é apenas a expectativa de sua chegada, estou eu aqui, mais de um mês depois, escrevendo sobre ela. E lembrando dos sons, sabores e cores de um dos dias mais felizes da minha vida! O dia em que a minha filha completou seu primeiro ano de vida. E eu também, de alguma forma, completei um aninho junto!

Eu pretendia escrever agora mesmo sobre como vejo a experiência de ter ao meu lado um ser que eu trouxe à vida durante 1 ano. Mas precisarei de muito mais tempo do que tenho agora. Assumo comigo mesma o compromisso de voltar aqui e escrever dentro das próximas 24 horas. Porque nesse meu imbolc me comprometo a estabelecer metas e cumpri-las.

Em tempo: filha, mais uma vez, parabéns! Te amo, amo, amo, amo, amo, amo, amo, amo, amo, amo, amo, amo!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Tá chegando!!!

Há um ano eu era um poço ambulante de ansiedade. Mas também de felicidade e de orgulho, exibindo um barrigão imenso e lindo. Quem sou eu hoje? Ansiosa? Claro, essa sou eu! Mas o orgulho e a FELICIDADE são muito maiores! Ah, eu tenho sim a filha mais perfeita e maravilhosa do mundo, dá licença! Eu tô de um jeito assim... que nem consigo dormir de tanta coisa (boa) que sinto dentro de mim!

Porém... vida real, preciso dormir, acordo cedíssimo e em algumas horas estarei diante das responsabilidades do novo dia, da nova semana. Uma semana especialíssima, sem dúvida alguma... semana na qual completamos um aninho de tantas coisas novas! É já, é já! E merece um post mega-ultra-hiper especial! Eu volto e registro!

É muito amor, eu precisava compartilhar!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Eu digo basta, e você?


Confesso que estou com bastante sono, mas não poderia ignorar determinados fatos e perder a oportunidade de defender minha condição de lactante (e da minha filha como lactente). Desde que a antropóloga Marina Brandão foi impedida de amamentar no Itau Cultural, no começo de maio e que a jornalista Kalu Brum teve uma foto excluída do seu facebook (foto na qual estava amamentando), sucedeu-se uma série de protestos contra a hipocrisia de quem torce a cara pra mãe que amamenta, mas ignora a exibição gratuita de peitos com a finalidade de vender cerveja e coisificar a mulherada. Junto com o protesto, veio mais machismo e misogenia. Diversos jornalistas se posicionaram contra a maneira de protestar, fizeram pouco caso e mesmo zombaram dos atos realizados e do corpo feminino.

Eu não posso aceitar preconceito disfarçado de piada. Não posso ser conivente com falta de respeito e demonstração de ignorância. Não posso fingir que não é comigo, não posso deixar de tomar partido. Sou mamífera, amamento e tenho muito orgulho disso!

Amamentar é cuidar de um ser indefeso, nutrir com o melhor alimento que há no mundo para um bebê e atender as necessidades emocionais na mesma medida. E bebê não tem relógio no estômago, nem entende que ali ou aqui tem muita gente olhando, ele tem necessidades que precisam ser atendidas de imediato (e quanto mais novo o bebê, mais urgente a necessidade). Amamentar, sob meu ponto de vista, é um dos mais fortes atos de entrega e formação de vínculo que se pode oferecer. Não quero e não vou negar a minha filha esse direito só porque tem gente olhando.

Para entender melhor, é só dar uma olhadinha aqui.

sábado, 28 de maio de 2011

10 e 11 meses

Ah, eu protelei mesmo! Não consegui falar sobre o 10º mês, fiquei meio perdidinha. Tão pertinho da minha pequena fazer 1 aninho que fiquei atônita! Mas é, o tempo passa e pronto. Se não aproveitar, dançou. Eu tenho aproveitado muito e muito!

Minha pequena tornou-se uma andarilha no mês passado. Claro que ainda não são aqueles passos seguros que só a experiência traz, mas adora dar umas voltinhas à pé, diferente da mãe. Ainda curte muito engatinhar. "Corre" engatinhando, olha pra trás como que nos desafiando a ir atrás dela e continua "correndo". Linda, né?
Fica na pontinha do pé pra alcançar o que deseja (com apoio, né?). Nunca vi tão arteira! Adora uma novidade, descobrir coisas, observar causa e consequência. Ah, e se deixar ela sobe em tudo que tiver uma altura acessível, um perigo!!!

Aprendeu a fazer tantas gracinha! A do mosquitinho (eu falo pra ela que o mosquitinho faz pic-pic-pic, com movimento de pinça na pele dela... papai perguntou e ela mostrou como é). Chama o gatinho (faz gesto com a mão e faz um "pshiui", hehehe). E fala e mostra a lua (uu-ah), mostra a chuva (upba). Balbucia o nome dela, faz um esforço lindo de se ver. Faz a "caretinha linda" (que é uma cara sapeca apertando os olhos e a boca). Dança nas aberturas de programas de TV, não pode ouvir nenhum som diferente que já começa a dançar (meu irmão amolando uma faca e minha mãe lavando umas tampas de panela foram motivos pra ela dançar). É, ela tenta imitar a mão da Beyonce naquele uo-o-ou que ela faz em Single Lady (mea culpa, eu acho bonitinho aquele video do bebê dançando essa música e de tanto assistir acabei ensinando isso pra ela, rá).

Ah, e tem o dentinho que chegou e eu já falei sobre ele. Um só mesmo (na verdade meio, não saiu todo ainda). Tá dando um trabalhão limpar esse dente, ela dá baile na mamãe, mas uma hora a gente se afina.

Tem mais, muito mais. Ela aprende muito rápido, demonstra afeição e descontentamento, é sapeca, carinhosa e teimosinha, curiosa e reinona! E linda! E perfeita. Nem vou falar mais nada, não caberia em um post não!

É muito bom ter minha menino enchendo a minha sala, minha casa e meu coração. Preenchendo essa sede de cuidar e amar sem limites. Amar a mãe, amar o marido, um sobrinho ou uma causa tem dimensões enormes e nobres. Mas amar um filho é inominável, imensurável, inenarrável!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Primeiro segundo domingo de maio

Esse dia, dizem por aí, é o dia das mães. Segundo domingo de maio. Quando eu era criança, achava que esse dia era um dia de dar presente pra minha mãe. Aí ficava recortando fotos dela com tesoura picotada e escrevendo bilhetinhos, achando tudo lindo e presenteando-a assim. Ela dizia que também gostava! Na adolescência, verdadeira época dos porquês, comecei a questionar essa data e pude constatar que se tratava de algo meramente comercial. Mesmo assim segui curtindo fazer desse dia um dia diferente pra minha mãe.

Em 2009 me descobri grávida e em maio de 2010 eu estava com uma barriga imensa e uma ansiedade maior que ela. Menos de um mês depois, recebi o maior título que poderia, começaria a experiência mais relevante da minha vida: ser mãe. Ah, cada comercial alusivo à data que eu assistia era motivo pra me debrulhar em lágrimas. Me sentia tão especial, tão perfeita, tão completa, tão, tão! Eu nem estava aí se os comerciantes queriam apenas arrancar dinheiro dos filhos estimular o consumo em nome do amor à mãe, eu simplesmente me deslumbrava com aquelas palavras lindas, meticulosamente estudadas pelos publicitários.

Esse ano aguardei ansiosa pelo dia. Dia das mães. Eu sou mãe! E mais que isso: sou mãe da garota mais linda, perfeita, incrível, maravilhosa e sorridente do mundo; não, do Universo! Eu acordei feliz e vou dormir feliz. Foi um dia perfeito! O que ele teve de especial? A companhia das duas mulheres da minha vida: minha mãe e minha filha. Pra que melhor? Tinha muito mais gente junto de nós, mas a presença delas duas era imprescindível.

Estou maravilhada por ser mãe. Não é sempre fácil, é muito trabalhoso (um tanto que nem é possível traduzir em palavras). As vezes me sinto, sim, desesperada, sem saber como fazer, doidinha por uma receita pronta. Mas não tem, ela não existe. Descobri o que já dizia o poeta: é caminhando que se faz o caminho. Nem sempre acerto, nem sempre sei a medida, mas da próxima vez sempre vai ser melhor.

Ser mãe... o que é ser mãe? Ser menos eu, ser mais ela - e me sentir feliz por isso. E se conhecer tão profundamente ao ponto de abrir mão de ser somente eu mesma de vez em quando (ou de vez em sempre). É aprender que a relação mãe e filho é uma construção, que a gente aprende a cada dia e que não existe receita. É seguir princípios, é ouvir instintos, é buscar ser cada dia mais e melhor. É amar. Amar com a maior medida de amor que há no mundo!

sábado, 23 de abril de 2011

Finalmente: fadinha do dente

Eba!!! A fadinha do dente nos fez uma surpresa! Não quis vir sozinha, esperou a época do dentucinho pra chegar. Nos trouxeram o primeiro dentinho da minha pequena.

Ain, estou tão feliz! Mãe é bicho besta, sabe que é só esperar que dente chega, mas fica doidinha pra ver a novidade no seu filhote, ainda mais quando o tempo esperado está um pouco acima do tempo médio estimado.

O dentinho tá chegando tímido, é da arcada inferior (ela me enganou, eu esperava que fosse da superior, que desde os três meses vem dando sinal através da gengiva e até agora nadinha).

Tem coisas que a gente espera que seja de um jeito e é de outro, principalmente quando o assunto é filho. Eu achava que minha filha ia ficar "enjoadinha", que o nascimendo do primeiro dente atrapalharia seu sono. Enganei-me, estamos vivendo uma fase tranquila, de sono noturno quase ininterrupto. Imaginei que chegaria rapidamente, sem eu perceber já o encontraria aparente na boquinha; qual o que, está nascendo lentamente. Acreditei que viriam vários de uma vez, chegou sozinho. Imaginava que chegaria o de cima, veio o tradicional dentinho de baixo.

Ainda está tão pequena a parte nascida que nem é possível fotografar. Mas a gengiva está rasgadinha, senti uma pontinha ao passar o dedo. E levei uma micromordida hoje, anunciando o que pode estar por vir. Ou não. Com ou sem dentadas, estou feliz!

Ai, como é bom ser mãe!!!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

O amanhã do hoje (ou o hoje de amanhã)

Eu vou sentir falta desse tempo.

Tempo em que você sorri ao me ver e chora quando vou embora (ainda que por alguns minutos).
Terei saudades dessa época em que você cabe todinha nos meus braços.
Com certeza sentirei muita falta de tua boca banguela (ainda!), dos balbucios incompreensíveis,
dos chorinhos consolados com peito e afago e até dos chorinhos inconsoláveis.

Vou me lembrar de quando minha presença é algo tão importante pra você quando comer e beber.
E as vezes minha presença é alimento mesmo, não é? Alimento pro corpo e pra alma. E vou sentir falta!

Eu já penso no futuro e choro pensando nele. Não é um choro de tristeza não. É um choro de mãe.
E choro de mãe não tem muito com o que comparar. Mas explicando assim, por alto, é um misto de orgulho, felicidade e dor, tudo ao mesmo tempo.

Não vou esquecer nunca dos teus primeiros: primeiro banho (de banheira, de balde, de piscina, de mar e de loja). Vou lembrar pra sempre do teu primeiro sorriso. E teu primeiro choro, meu primeiro segundo como mãe? É possível esquecer? Não! Nunca! Primeiras palminhas, primeiras quedas, primeiros acenos, primeiros beijinhos jogados ao ar! Ah, como é bom!

Vou fechar os olhos e lembrar como é/era bom sentir teu cheiro de nenê madrugada adentro. Olhar pro lado e ver seu rostinho inocente e despreocupado, que dorme o melhor sono do mundo. E vou lembrar de tuas mãozinhas, que procuram de um lado o papai e do outro a mamãe.

E essa euforia sem par na hora de dormir (e na hora de acordar)? De onde vem tanta energia? Será que vem do amor do qual nos nutrimos? Qual o segredo dela? Seria mamar no peito? Seria a comidinha que preparamos e oferecemos com amor e alegria? (Bocão, abre bocão cantarolado pelo papai...).

É por isso, é por tudo isso, que o poetinha cantava assim "Menininha, não cresça mais não, fique pequenininha na minha canção"*. Ele estava certo, estava coberto de razão...

Ah, menina... o mundo é grande, somos pequenos. E você? Menorzinha ainda. Pequenina, miudinha.
Olha, menina dos olhos lindos, menina dos meus olhos: você vai crescer, vai me dizer "eu já sou grande". Mas saiba que há um lugar onde você caberá pra sempre, pra sempre. Meu coração!

Eu te amo profundamente!!!

*Valsa para uma menininha, de Vinicius de Moraes.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Menina das estrelas

Menina é feita, primeiro, 
de sonhos; basta se olhar
seu olhar de quem caminha
com a pressa de chegar
ao fundo de um oco mágico
 pra onde - com seu colete, 
um relógio de corrente
e passos muito apressados-
um agitado coelho
de olhos muito vermelhos
a conduz com a certeza
de que estão sempre atrasados.

Menina, como se sabe,
não tem a força de um menino,
mas tem a enorme coragem
de se jogar, por inteiro,
no poço de seu destino.. . . 

Se eu pudesse explicar,
com uma palavra apenas,
o que um olhar de menina
nos revela, com certeza
eu diria: " Esperteza !"
Mas,
no melhor do bom sentido
e da maneira mais certa:
" Deus do céu, que coisa linda,
como a menina é esperta ! "
Menina pode deixar
mãe e pai bem assustados
sem saber notícias dela, 
pois cresce assim de repente
e escapa pela janela.

Meninas não gostam muito
é de ser contrariadas
e dão um certo trabalho
para, então se convencer
de que podem estar erradas.
E falam muito sozinhas, 
ou melhor: pensam baixinho,
sobre seu jeito de ser:
alcançam bem mais depressa 
que o resto da humanidade
 o cantinho mais remoto
do seu próprio coração.

É preciso ter cuidado
com o que se diz às meninas,
pois, como já lhes contei,
muitas vezes elas choram
por coisas bem pequeninas.
Meninas não aprenderam
ainda bem a calcular
a quantidade de lágrima
que merece cada dor.

As meninas das estrelas
às vezes acordam tristes
e perguntam a si mesmas
- como num verso longínquo
de um poeta do meu tempo
que enternecia as meninas -
por que suas mãos pequeninas
amanheceram tão frias
discordando sem querer
" das humans alegrias ."

Às vezes, elas acordam
- no dizer de gente antiga-
com o ovo atravessado
e aí não adianta briga.

Basta um pouco de cuidado,
um pouco de atenção
pra deixar que elas voltem
por sua própria decisão
sem palpite algum a dar
ao seu doce bom humor
( como elas sabem voltar ).

Texto  retirado do livro Menina das Estrelas, do Ziraldo.

9 meses

Olha nós outra vez aqui! Dessa vez pra tratar especificamente do desenvolvimento e do crescimento da minha doce pimentinha nesse último mês.

Não ela não está andando ainda (eu achava que poderia estar, mas ela prefere engatinhar quando quer percorrer "longas" distâncias). Mas já arriscou alguns passinhos, bem pouquinhos. A quantidade máxima de uma só vez foram 3. Três passinhos inseguros e lindos, com direito a uma alegria eufórica no final, linda de se ver!

Minha pequena dá tchauzinho, mostra "1 aninho", manda beijos, bate palminhas, faz "índio" (acho meio tosco dizer que aquele bu-bu-bu com a boca é "o índio", nunca vi índio nenhum fazendo isso, mas não tenho uma referência melhor). Ela chama com a mãozinha. Ela entende determinados pedidos (como quando pedimos pra ela pegar a Antônia, uma bonequinha que lhe demos). Tenta imitar sons, como o miado de um gatinho que ouviu hoje. Tão linda, tão linda!

Continua seletiva com relação à comida, faz bico sem querer provar o alimento. Experimenta primeiro pra ver se gosta. E ama mandioquinha, pra tristeza do nosso bolso, porque mandioquinha aqui na nossa cidade é cara e rara! Ou alguém acha baratinho pagar 19 reais em 1kg de mandioquinha?

Seu sono... bem, esse é um capítulo à parte. Tem dormido e acordado cada vez mais tarde e isso me preocupa muito. Acorda muitas vezes durante à noite, especialmente se não está conosco na cama. Sabe, eu amo ter minha pequena bem pertinho de mim durante a noite, mas puxa vida, eu queria tanto dar um descanso à minha coluna e aos meus ombros. Bem, pelo menos na cama ela dorme mais horas seguidas, ufa! Meu alento (ou desalento) é saber que ela vai crescer, não vai ser meu bebezinho pra sempre. Logo aprende a dormir a noite inteira. Vai chegar um tempo que, difícil mesmo, será fazê-la sair da caminha quentinha, hehe!

Agora falta bem menos para que ela chegue ao seu primeiro aninho. Ai, que emoção! É como se o tempo estivesse rápido e devagar ao mesmo tempo, não sei explicar. Só sei dizer que são os 10 meses mais loucos e apaixonantes da minha vida.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Esse silêncio

Não é um silêncio de falta de inspiração. É de excesso dela! Tenho uma filha linda e perfeita e me pego pensando várias vezes por dia em vários assuntos diferentes. Em alguns momentos tenho plena convicção em concordar com determinado assunto, depois acho que as coisas não são bem assim. Mas sempre penso "eu poderia registrar minha opinião sobre isso lá no blog". Depois a mente divaga, me perco, esqueço. E o assunto fica sem o merecido registro.

Isis me vez ter uma visão diferente sobre a vida. Cada situação que acontece no mundo me faz pensar nas mães e nos filhos envolvidos. No sofrimento ou na felicidade deles. E cada bebê ou criança que eu vejo nas ruas me remetem a minha vida com ela ao mesmo tempo que me faz pensar em como será que eles vivem.

Sempre que minha filha aprende algo lindo ou tem um comportamento que eu não gostaria fico pensando "será que é assim com todo mundo?". Ou pior ainda: "será que isso é normal?". Tenho uma necessidade impressionante de normalidade e não acho isso nada legal. Por que? Porque os parâmetros de normalidade são diferentes pra cada pessoa e cultura.

Minha filha dança fofamente, bate palmas, dá tchauzinho e mais uma porção de coisas cutis que mostram que ela entende bem a função da linguagem que usamos com ela. é esperta, observadora tudibão! Mas custa pra dormir! Ai, como custa! Dorme muito pouquinho de dia, quase nada. E acorda inúmeras vezes por dia. e é assim que surge a pergunta "isso é normal?".

Se é ou não talvez eu nunca descubra. E talvez alguns achem normalíssimo, outros podem achar absurdo. O fato é que ela é assim, é desde que nasceu, não mudou diante de absolutamente nada que eu fizesse. O que eu fiz? Tentei me adaptar. Pronto, foi essa a solução.

Falando em adaptação, a enfermeira que veio me "ensinar" a amamentar no dia seguinte ao nascimento de Isis chegou dizendo, em tom imperativo, que minha filha deveria se adaptar a minha rotina e não eu a dela. Eu, tolinha, acreditei e me esforcei tanto, tentei tanto. Que bobagem a minha. Descobri que ser mãe nem é se adaptar a rotina do bebê e nem fazê-lo adaptar-se à nossa. É criar, juntos, uma nova rotina, uma nova vida, que seja a melhor possível pra família inteira. E depois que entendi isso nossa vida melhorou muito!

terça-feira, 15 de março de 2011

8 meses

Er... na verdade ela está com quase 9 (completa em dois dias), né? Frio na barriga total (FRIO e não filho, hein? hehe). Muito emblemático ver minha pequena prestes a começar seu nono mês de vida. E exatamente hoje nasceu a filhinha de uma colega de trabalho. Uma colega que engravidou aproximadamente quando minha pequena nasceu. E minha filhota está completando fora da barriga o mesmo tempo que passou dentro dela, vê só! Pra mim isso significa que a maturidade dela se tornará ainda mais evidente. Isso é bom e, ao mesmo tempo, assustador! Meu bebê está crescendo (segurando as lágrimas aqui)!

Ok, voltemos ao assunto do post: o desenvolvimento e crescimento dela nesse último mês, assim evitamos a possibilidade de inundar o teclado (será?). Minha pequena geminiana faz jus ao comportamento que, dizem, é peculiar à turma do tal do signo, óia (e olha lá, eu dizia ser tão cética)! Inquieta, rápida, daquelas que faz tudoaomesmotempoagora. E carinhosa, e comunicativa. Essa é minha geminiamenina (saca neologismo???).

Ela aprendeu a ficar solta, soltinha, sem segurar em nada, nadinha por vários segundos. Está a um passo de começar a andar, literalmente falando! Quem sabe no post do próximo mês, han? Não temos pressa, embora a curiosidade seja grandona. Ela já dá uns passinhos pro lado segurando nos móveis há "tempos", mas solta ainda não consegue não. Quando a chamo nos momentos em que ela fica em pé sem apoio ela se joga pra frente e senta, não sabe o que fazer com os pezinhos ainda.

Hum, ela também aprendeu a dançar, gente do meu coração! Coisa mais linda, ceprecisaver! E quando ela junta as duas habilidade e dança soltinha? Mamãe quase surta, tanta emoção!

Fica cada dia mais evidente as tentativas dela de se comunicar. Hoje mesmo eu "conversava" com ela na hora do jantar: dava duas batidinhas na bandeja da cadeira de alimentação e ela fazia a mesma coisa. Quando a gente faz sons diferentes com a boca ela tenta imitar também. Quando ela não consegue fica olhando pra gente com a carinha mais faceira do mundo.

Eu fico tão orgulhosa quando as pessoas dizem pra mim que ela é sorridente, feliz, sociável. E ela é mesmo. Adora arrancar sorrisos das pessoas. Pensaê você dentro de um ônibus, a menina cisma com alguém que está com a maior tromba e começa a rir pra pessoa. Daqui a pouco, pronto, a pessoa está sorrindo pra ela. Não é uma lindeza, uma perfeição?

Tá certo, ela chora e se esguela se alguém pouco íntimo tentar tirá-la dos meus braços, seja qual for o tamanho do sorriso que ela tenha nos lábios nessa hora. Mas isso é bom também, né? Eu acho. Mostra que sabe muito bem quem representa segurança pra ela.

Passamos por alguns dias de sono difícil, mas agora as coisas estão mais normais (entenda-se por normal acordar 1 ou 2 vezes na madrugada para mamar). Agora está bem melhor do que na época em que ela estava acordando na night pra brincar (que feliz, han?).

Faltam apenas 3 meses para a minha filha completar 1 volta completinha em torno do astro rei. Isso está me deixando meio saudosista, dá uma vontade de chorar. Mas é de orgulho e de felicidade, nada de ruim não.

Ai, pequena, como eu te amo!

quinta-feira, 10 de março de 2011

1º Carnaval de uma palhacinha

Nunca fui de muita farra, meu conceito de festa é reunir gente que eu gosto. Então no carnaval não seria diferente, certamente!

Quando eu era criança os adultos curtiam mela-mela, os homens bebiam atéééé e um esperava o outro dormir pra pintar o rosto um do outro com creme dental ou batom alheio. Nem preciso dizer que não sinto nenhuma falta disso e nem tenho vontade alguma de reproduzir, né?

Mas isso é assunto mais que resolvido pra mim, minha mãe e o marido dela não bebem (ele ainda experimenta alguma coisa, mas nunca vi ele ficar embriagado e acho ótimo que seja assim). Domingo, então, estávamos lá, na casa da minha mãe, muita gente conversando, crianças brincando e nem lembraríamos que era carnaval se não fosse a música que estava no som: frevos e marchinhas nada contemporâneos.

Ao entardecer coloquei na minha bonequinha uma roupinha super cuti de palhacinha! Tão linda da mãe! Aí minha sobrinha também foi fantasiada de cigana, a filha de uma amiga fantasiou-se de fadinha, seus priminhos puseram máscaras e tudo perfeito!

Foi esse o nosso carnaval. A filhota nem entende o que é isso, então, a medida em que ela cresce, vai aprendendo conosco os conceitos que desejamos transmitir. Quero que ela compreenda que não é necessário usar nenhum tipo de substância que altere o nível de consciência para se sentir feliz, que não é preciso faltar com respeito a si mesmo e ao outro pra se divertir. E que, se for pra se embriagar, que seja de muita alegria! Isso sim quero oferecer de sobra!

sábado, 5 de março de 2011

Papinha's day

Tá, em casa de bebê com mais de seis meses e menos de um ano pode-se dizer que todo dia é dia de papinha (igual àquela música "todo dia era dia de índio", né? - affffffff, nada a ver!). Mas hoje é/foi papinha's day porque é/foi dia de preparar papinhas.

Ser mãe e trabalhar fora são coisas bem difíceis de conciliar. Eu achava que, por trabalhar muito perto de casa e ter horário de almoço integral pra família eu ira conseguir dar conta de fazer a comida de todos que moram nesse humilde lar todos os dias. Comida boa, em gostosinha, todo dia fresquinha. Ledo engano! Dá tempo nada! Chego em casa nenê quer colo, mamãe tá cansada, as vezes mal dá tempo de comer, ora se consigo preparar comida.

E aí, o que fazer? A solução pra mim foi congelar a comida da pequena (e comprar a minha e do marido, ¬¬). Faço a comidinha da minha filhota pra aproximadamente 20 a 30 dias. Claro que sempre que consigo um tempinho extra vou pra cozinha inventar algo fresquinho que ela goste, mas nem sempre dá, quase nunca pra falar a verdade.

Ok, tudo bem, essa crise eu já superei, rs. Agora vamos ao dia de hoje. Bem, eu vinha fazendo as papinhas da seguinte forma: cozinhava as carnes (separadamente, claro) com os temperos (tomate, cebola, essas coisinhas) e  os vegetais, cereais e cia eu cozinhava separadamente. Ficava, claro, tudo com gosto de cabo de guarda-chuva.  Depois eu saia fazendo as combinações, dava um trabalho impressionante! E estava bem difícil da pequena curtir. E assim mamãe se frustra, né? Afinal tanto tempo, dim-dim e carinho investidos para serem desperdiçados? Assim não pode, assim não dá!

Hoje mudei de estratégia. Resolvi selecionar algumas receitas e cozinhar a receita toda de uma vez, cada uma na sua panelinha, ficou pronto=mamãe congela, sacou? Fiz papinha de mandioquinha, de hortaliças, de mandioca, de beterraba, de ervilha e de frango com arroz (tipo canja). E que ninguém torça o nariz pra nenhuma delas, ficou tudo uma delícia! A de mandioca minha pequena comeu no jantar e bateu pratão, iupi! Ficou mesmo uma delícia e foi o meu jantar também.

Falando assim parece que foi tudo rápido e sem trabalho nenhum, mas não é bem assim não. Comecei no meio da tarde e terminei por volta das 21h. E com ajuda, viu? Nesse intervalo de tempo, claro, aquelas paradinhas básicas pra dar banho na bebê, limpar caquinha da bebê, dar frutinha da bebê, fazer bebê dormir, dar mamar pra bebê.

O grand finale é uma confissão: processei tudo no liquidificador. Prontofalei! Minha filha não curte outra textura, é sempre uma guerra pra ela comer com pedaços ou com a papinha amassada no garfo. Me rendi aos seus "caprichos" e cedi à textura da comida que, até então , era a preferida dela: papinha industrializada.

Antes que alguém #mejoguenacruz, ressalvo que ela não come Nestlé todo dia não (mesmo porque nem cabe no meu bolso). Mas toda vez que ela come, ama! Eu andava meio enciumada com isso, mas percebi que o problema das papinhas aqui de casa tinham a ver mais com textura do que com sabor, então agora tô relax. Ah, e eu tenho uma explicação para a preferência da minha pequenina: ela tem quase 8 meses e nenhum dentinho na boca. Eu até pensei que eles chegariam antes do que acontece comumente com os bebês, mas foi alarme falso.

Claro que vou estimular a mastigação, sei da importância disso, mas vou fazer com outros alimentos (por exemplo, as frutas ela aceita numa boa só amassadinhas, as vezes quer comer a fruta sozinha, um perigo porque mesmo sem dente a gengiva é forte e as vezes ela consegue extrair um pedação, rs). Mas por enquanto vou respeitar essa preferência dela, mês que vem eu tento de novo uma textura mais sólida.

Bem, estão lá as papinhas, devidamente colocadas no congelador, esperando o dia de serem consumidas. E ficaram deliciosas! Hummmm!

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Update para os curiosos:
As papinhas! Ela adorou todos os sabores (e eu também).

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

De alguém que tem LUZ até no nome...

Quando eu estava grávida de 35 semanas minha amiga querida, Luzinete, me presenteou com a cartinha linda que se segue. Eu queria tê-la postado quando Isis completou 35 semanas do lado de cá do mundo, mas me perdi no tempo e minha pequena já está com 37 semanas de vida extra-uterina!!! 


No tempo que essa cartinha foi escrita - parece que já faz tanto tempo - eu estava rodeada de dúvidas e de incertezas. Duvidava de minha capacidade em um tanto bom de coisas, entre elas a de parir. Mas consegui! Como já disse em outra ocasião, parir não me faz mais mulher que ninguém, muito menos uma mãe melhor ou pior. Mas me tornou alguém muito mais auto confiante, sem dúvida. 


Segue a cartinha da minha querida Luzi...


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  Para Ísis:

  Olá Ísis, é a tia Luzi...

  Quando Francisco estava com 35 semanas habitando o mundo aquático da minha barriga, escrevi uma carta para ele no nosso blog!!  Me apresentando e apresentando o pai dele, seu tio Rê!!

  Se eu acreditasse em coincidências...  O fato é que agora vc tem 35 semanas na barriga da sua mãe!!

  E eu senti que deveria escrever algo para vc, para apresentar sua mãe para vc...

  Sem grandes pretensões, afinal, de verdade nem conheço sua mãe pessoalmente!!

  É que tenho uma intuição muito forte, "sinto" as pessoas, através de palavras, gestos, pensamentos, atitudes, sonhos, desejos...  Não preciso de mais do que isso para saber como alguém é!  Este é meu dom nesta vida, até me tornei Psicanalista por causa disso!!  Não sou modesta, não neste ponto, e garanto que sou boa em minhas percepções!

  Minha intuição sempre me apontou a direção correta, sempre me guiou corretamente, por isso me deixei agora guiar por ela para fazer algo que meu coração me disse para fazer:  ajudar a sua mãe...

  A primeira vez que soube da existência da sua mãe foi através de uma comunidade sobre gravidez no orkut!!  Entre dezenas de outras mulheres que debatiam a situação do parto em nosso país, que aliás era (espero que quando estiver lendo isso a situação tenha mudado) muito ruim!!

  Não vou me estender nisso pois se vc se interessar poderá pesquisar ou mesmo perguntar para sua mãe depois!!

  Mas como ía dizendo Ísis, haviam muitas, muitas mulheres dando suas opiniões, de todo tipo, algumas mais inflamadas, outras mais nervosas, outras um tanto ingênuas ainda!!

  Dentre tantas a sua mãe me chamou a atenção!!  Ela contava como era o atendimento no lugar onde morava!!  Contava o quanto era precário, e como uma pessoa lá não podia ter ilusões de ter um atendimento digno, como uma mãe lá não podia sonhar com um nascimento lindo para o filho...

  Ela ainda não estava grávida de vc não Ísis!

  Sua mãe estava falando de forma triste, realista e triste...

  Mas senti nela um desejo verdadeiro, quis saber onde ela vivia, quis dar a ela esperanças, na ocasião eu disse a ela (será que ela lembra?)  que não se preocupasse pois se ela quisesse mesmo parir, quando chegasse a hora as pessoas certas apareceriam!!  Que eu acreditava muito na força do pensamento e do poder da Vontade!!

  Continuamos a nos escrever, com muito carinho, ela acompanhou toda a minha gravidez, leu tudo que escrevemos no blog, sempre fez comentários lindos, sempre me emocionou com palavras doces e amorosas para com o nosso filho que ainda nem havia nascido...

  Certa vez até me escreveu dizendo que depois de ler um texto meu imaginou o Francisco com uma filha dela, vcs já adultos, e nós todos em alguma linda cachoeira por aí...

  Ísis, sua mãe ainda não estava grávida...  Neste dia eu tive certeza que ela teria uma menina um dia!!

  Enfim...  Sua mãe foi, acho, que a única pessoa que percebeu que eu sempre escrevia "nós", eu me referia ao Renato e a mim, pois estávamos juntos no sonho de um lindo nascimento para o Francisco, assim como sempre estivemos juntos em busca de nossos sonhos!!

  Já sua mãe minha querida, sempre esteve sozinha...

  Bom...  Espero que tenha contado a nossa torcida aqui em casa, nosso carinho imenso, nosso respeito, nossas orações...  De gente que ela nem conhece, mas que estava com ela nesse sonho de parir!

  Bem, o que posso dizer da sua mãe é o que meu coração sempre intuiu:  doce, meiga, corajosa, machucada pela vida, batalhadora, mesmo triste mantém um sorriso no rosto, realista mas que guarda em seu coração todos os sonhos que possui...  

  E é só por causa da realidade ao redor que seus sonhos ficaram muitas vezes sufocados dentro dela, assim como tb a sufocaram suas tristezas, frustrações, decepções, dores...

  Coisas que a Vida parece ter roubado dela, coisas que a Vida parece ter negado a ela!!

  Ainda assim tem sempre uma palavra bonita, um gesto suave, uma esperança fugidia...

  Também foi uma pessoa "dependente", e isso quer dizer muito mais do que ela mesma imagina...

  Foi também uma pessoa muito sozinha...  Não sozinha de pessoas ao redor, sozinha de pessoas que compartilhassem os mesmos ideais, sozinha de pessoas que tivessem os mesmos pensamentos, que valorizassem as mesmas coisas que a Alma suave da sua mãe sempre valorizou!!

  Sozinha de companhia para dar as mesmas risadas, para chorar as mesmas lágrimas...  Sim, pois com uma Alma suavizada ela era como uma brisa no deserto, uma jóia rara perdida no meio da lama, sem ninguém para admirar o brilho...

  Ísis, estou dizendo tudo isso, pois foi e é assim que sempre senti sua mãe, e desejo que seja assim, com esse olhar que vc a enxergue um dia...

  Eu estou dizendo tudo isso pq ela me escreveu falando de suas tristezas íntimas, esse ser especial que é sua mãe CONFIOU em mim!

  E eu senti a tristeza dela, o vazio que a rodeava, senti sua solidão...

  E senti tantas outras coisas que jamais eu poderia ficar calada e não dizer para ela e para vc...

  Foi com vc na barriga que ela descobriu pela primeira vez a plenitude, descobriu e sentiu pela primeira vez que não estava sozinha!!  Foi acomodando vc em seu ventre que ela sentiu que não era mais dependente de ninguém, e que agora, alguém dependia dela!!

  Foi com vc na barriga que ela se viu detentora de uma força que ela ainda não conhecia, que ela se descobriu forte, corajosa, capaz!!

  Mas é quando temos um filho no ventre que descobrimos todo este poder, e é também por estarmos com um filho no ventre que nos tornamos o ser mais vulnerável e frágil de todos os mundos...

  É o momento mais belo e assustador de nossas vidas, é quando finalmente nos sentimos plenas e ao mesmo tempo a mais sozinha das criaturas...

  Gostaria muito, muito de ajudar sua mãe!!

  Tudo que ela quer é parir!!  Verdadeiramente dar à luz!!  Mas isso é tão difícil neste nosso país, e sem apoio então...

  Eu acredito muito nela e especialmente em vc, sei que se ela tiver forças para respeitar seu tempo, respeitar o momento que vc "disser" que está pronta, isso já vai ser um ótimo sinal, e grande parte do caminho estará concluída!!

  Estamos aqui orando muito para que ela vença os desafios, que supere a perturbação externa, das pessoas ao redor, mas acima de tudo que ela vença os desafios internos, aqueles que estão dentro do coração dela, e que supere a perturbação que está dentro de sua própria mente!!

  É quando entramos em sintonia com nosso "EU" interior que tudo que desejamos pode se tornar realidade!!  Mas algumas vezes esse contato com o que há de mais íntimo em nosso ser pode trazer algumas revelações desagradáveis, revelações que talvez não desejamos descobrir, lembranças adormecidas que não queremos despertar, coisas esquecidas que podemos não querer lembrar!!

  Mas é só quando mergulhamos nos abismos insondáveis do nosso próprio ser que podemos nos conhecer, e é só quando nos conhecemos que podemos nos realizar!!

  Descobrimos nosso medos, limites e sonhos!!  E acho que é o caminho indispensável!!  Pois é conhecendo nossos medos que podemos vencê-los, é conhecendo nossos limites que podemos superá-los e é conhecendo nossos sonhos que podemos enfim realizá-los...

  Nossas orações e torcida estão concentradas nesta "viagem" de auto conhecimento que achamos que sua mãe fará...

  Pois sabemos que assim, ela saberá TUDO que precisa saber e conseguirá fazer TUDO que precisa fazer para realizar o que ela deseja no momento:  ter vc num parto digno e respeitoso para ambas!!

  Sabemos que quando se faz essa "viagem" nossos conceitos mudam, e tudo acaba tendo um novo significado, palavras como "humilhação", "vergonha", se tornam obsoletas diante à verdade...

  E acabamos por perceber que muitas vezes elas só estão entre nós e nosso sonho!!  Que se as compreendermos de verdade, se percebermos o que NÓS lhe damos de significado, este se perde, e estamos livres para seguirmos adiante rumo ao nosso objetivo!!

  Somos o conjunto de toda uma vida que trazemos na nossa bagagem, e o momento de dar à luz nos transforma de tal maneira que jamais quem passa por essa experiência volta a ser como antes, e quem desejou e não passou por essa experiência tb nunca mais estará tranquila...  Por isso desejo muito que sua mãe consiga realizar esse desejo!!  

  Por isso é válido que se faça QUALQUER COISA para parir!!  E principalmente que se ACEITE tudo para poder parir!

  Mas sei que o caminho para ela é árduo, e há agora tão pouco tempo...  É preciso romper com o passado, com a família, com os amigos, consigo mesma, com a vida, é preciso romper com TUDO que se coloque como obstáculo, e não sei se sua mãe já entendeu isso...

  Enfim...

  É mais ou menos isso...

  Vc terá toda a sua vida para conhecer e compreender essa pessoa incrível que é sua mãe...

  Mas acho que vc já a conhece não é mesmo??  Melhor até do que ela mesma...

  Tb tive essa sensação quando escrevi para o Francisco, que na verdade ele me conhecia muito bem, melhor do que jamais eu poderia, ou mesmo ele depois de nascer...

  Espero que um dia vcs dois possam se conhecer!!  Acho que vcs gostarão um do outro...

  Querida Ísis, estamos todos aguardando seu nascimento para daqui algumas semanas!!  Acho que nem vai demorar muito!!

  Desejamos que vc pequena viajante, faça sua travessia rumo a este mundo de forma suave, que chegue aos braços seguros e ternos da sua mãe com a certeza em seu coração que viver é um dom, é um privilégio para poucos, e que este mundo é maravilhoso, com todos os seus lados escuros e ruins, há muita beleza aqui, e é sem dúvidas um lugar para crescimento, desenvolvimento e evolução, um lugar para nos tornarmos melhores do que somos a cada dia, um lugar para sermos felizes ainda que esqueçamos disso!!

  Sim, ainda que esqueçamos que nossa "missão" aqui na terra é simplesmente sermos felizes...

  Espero que ao longo de sua vida sua mãe a lembre disso...

  Espero que ao longo de sua vida, sua mãe SE lembre disso...

  Receba nosso beijo e até breve...

  Tia Luzi, que fala em nome do tio Rê e do Francisco!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

7 meses

Nossa, aos 49 do segundo tempo (já no tempo adicional que o árbitro concede, hein?) é que vim escrever sobre como foi esse último mês da minha pequenininha!!!! Amanhã ela completa seu 8º mês, aprendeu tanto, mas e cadê tempo pra fazer os registros?

Minha nenezinha está crescendo... ontem mesmo era tão pequena, nem sabia rolar de barriguinha pra baixo, e agora parece um raiozinho de tão ativa que é! Aprendeu a dar passinhos de caranguejo (ou seja, andar de lado, hehe). Segura nos móveis, no sofá, nas paredes e sai "andando", passinhos tortos e bêbados. Se não tem onde segurar, beleza, ela desce elegantemente e engatinha, não é fácil?

Aprendeu a bater palminhas, mas só o faz quando quer, claro! Ela tentou começar a dar "tchau", mas sei lá, deve ter achado que despedida não é muito legal e desistiu de tentar (será?).

Grita bastante pra chamar atenção ou quando está feliz. Balbucia o tempo todo, imitando os trejeitos de um ser falante adulto. Sorri pra todo mundo que olha pra ela com cara feliz (tá, as vezes ela sorri pra quem nem olha pra ela).

Ela está bem no auge daquela famosa angústia da separação (não a que mencionei no tópico passado, mas a que os bebês passam). Então aqui sofre pai, mãe, filha, porque voltei ao trabalho e venho em casa amamentar no meio da manhã e da tarde e aí toda hora de ir embora é aquele chororô. Sei que faz parte do desenvolvimento emocional e intelectual, mas ah, que difícil que é!

Um, acho que fiz um resumo legal... o cansaço não me deixará escrever mais do que isso (é, aquela menininha que dormia a maior parte da noite deu lugar a que já acordou 2 vezes em uma hora, tempo que faz que ela dormiu; e sei que ela acordará muito mais essa noite. E o que faz uma mãe zumbi que precisa acordar as 6 da manhã pra dar conta de 21 adoráveis crianças de 6 aninhos, força da profissão, hein?)