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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Inexplicável, indefinível...

Deixamos para trás a 37ª semana. Mais uma semana com Ísis dentro do ventre. Como definir o final de uma gestação e explicar o que sinto nesse compasso de espera?

Tento definir e explicar assim: o humor muda da brisa ao furacão em segundos... ora momentos de paz profunda, ora uma inquietação sem fim.

Em um momento fecho os olhos e sinto o cheirinho da minha filha, imagino os momentos bons que passaremos juntas, antes até, a hora de sua chegada (que mentalizo como um momento difícil, porém sereno, cheio de paz, apesar da "violência" da natureza; como a onda do mar, forte e suave ao mesmo tempo).

Daqui a pouco penso: "não, não estou pronta ainda, fica aqui na barriga mais um pouquinho, filha..."

Dá vontade de rir e de chorar.

Dá vontade de passar a noite em claro e de dormir até o dia da chegada dela.

Sentimentos divergentes? Antagônicos? Sei lá! Acho que pra uma grávida de 38 semanas isso é mais do que válido.

Tem algo, porém, que continua sendo maravilhoso: sentir os movimentos dela em meu ventre. Ah, como é bom saber que essa vidinha está aqui, crescendo, se preparando... e eu preparando minha vida ao mesmo tempo.

Irei renascer dentro de alguns dias.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Um marco

Dia 24 de maio de 2010. Chegamos a 37ª semana de gestação.

Para quem não vivenciou uma gestação ou nunca entendeu muito bem esse negócio de semanas, talvez isso que acabei de escrever não signifique muita coisa. Porém, para quem está antenado com o mundo da maternidade, isso significa dizer que, caso Ísis decida chegar agora ela não será mais considerada pré-matura.

Claro que isso não significa dizer que "está passando do tempo" dela chegar. Uma gestação saudável pode chegar até cerca de 42 semanas sem que isso signifique riscos para mãe ou para o bebê. Minha filha não é industrializada, não foi fabricada com prazo de validade.

Mas chegar as 37 semanas dá um alívio no coração de quem está gestando. No começo da gestação fica a vontade de passar do primeiro trimestre e diminuir paulatinamente as chances de um aborto espontâneo. Depois a gente sempre fica com uma pulguinha atrás da orelha, pensando "ai, e se chega antes da hora, ainda prematuro?".

Chegar as 37 semanas significa vitória. Significa que, se ela desejar chegar ao mundo, seu corpinho estará pronto pra viver do lado de fora do útero ( se chegar de maneira natural, claro; se o bebê nasce nessa idade gestacional de cesariana eletiva há uma grande probabilidade de ainda estar imatura).

Estou feliz, radiante, mas sem pressa. Quero muito conhecer minha filha, mas no tempo dela. Assisti hoje a um documentário produzido pelo Coren de São Paulo no qual uma pessoa afirma que o parto depende do bebê e que a mãe ajuda apenas com as contrações. O resto é trabalho do pequenino que está chegando.

Tenho muita fé na minha filha e no meu corpo e muita certeza de que ela chegará bem e da maneira mais natural possível. Será sua primeira tarefa e quero estar ativa, ajudando-a e pronta pra recebê-la. Que venha Ísis, mas a seu tempo e com todo respeito que ela - e todo ser humano - merece ao nascer.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Pendências

Sempre imaginei que chegaria às 37 semanas de gestação com minha vida muito organizada, tudo certinho e "apenas" esperando minha filhota chegar. Completarei esse tempo na segunda-feira próxima e... olha eu cheia de coisas pra dar conta e sem ter a mínima ideia de onde conseguirei tempo. Eu precisaria de um dia de 50 horas (quem sabe um pouco mais).

Ando bem sonolenta, cansada. Sinto que meu corpo está trabalhando além do seu limite. Mas não gostaria de antecipar minha licença maternidade, quero trabalhar até o último minuto que conseguir pra poder me afastar do trabalho, pois quero mesmo é curtir o tempo após o nascimento da minha pequenina.

A maior parte das coisinhas dela já estão organizadas. Mas tenho plena consciência que, apesar das minhas precauções todas, sempre há coisas que escapam à nossa memória e fazem falta numa hora imprópria, né? É, faz parte, isso chama-se vida...

Meu trabalho tem sido extenuante, muito desgastante. A cada dia tento colocar as coisas em dia, mas o que me aparece é mais e mais trabalho. Não pensei que essa parte da minha vida fosse tão difícil de organizar, ainda mais agora, prestes a receber minha filha... achei que receberia mais apoio e que muitas coisas estivessem sob meu total controle.

É, essa postagem foge ao perfil das demais que tenho feito, mas estou tão cansada e precisando tanto descarregar os problemas que escrevi isso aqui. Quem sabe alguns quilos da minha ansiedade e angústia não ficam por aqui mesmo?

Assim espero!

domingo, 16 de maio de 2010

Enquanto Espero

Quando você ainda não existia, eu sonhava contigo.
Desejava ter você aqui, no meu ventre, onde você está agora.
O meu amor por você modificou a minha vida desde antes de você existir.
Me livrei de muita coisa que não me servia.
Abri espaço no meu corpo, na minha casa e na minha alma pra te receber.
Na última primavera, então, você atendeu ao meu chamado e veio morar em mim.

A partir daí, mais sonhos e mais espera.
Sustos, ansiedade.
Superação.
Felicidade, imensa, transbordante, plenitude.

Tive muito medo no começo, quando estávamos aprendendo a viver juntas.
Medo de ficar sem você, de te perder.
Mas você foi crescendo, se afirmando, ficando forte.
O mesmo aconteceu comigo.

Agora está perto de sua chegada aqui, deste lado da vida.
Não é fácil, nem sempre é prazeroso.
Mas é tão lindo, tão lindo.
Filha, é bom viver.
O mundo não é perfeito, mas é bonito.

Amo ter você em meu ventre.
Você me faz sentir plena e perfeita.
Mas sei que também amarei ter você nos meus braços.
Sei que amarei ter você na minha casa e na minha alma, sempre.

Não sei a cor dos teus olhos, não sei qual o teu cheiro, não sei ainda tuas preferências.
Será que vai gostar de mim?
Será que me amará?
Eu assim, cheia de imperfeições, defeitos, insatisfações?
Será que eu saberei demonstrar o tamanho do sentimento que tenho por você?
Será que eu conseguirei passar a noite acordada pra te alimentar?
Será que eu conseguirei me afastar de você, ainda que seja só por um pouco de tempo?
Será que compreenderei o teu choro?
Será que conseguirei fazer outra coisa na vida além de te admirar?

O tempo passa e eu sonho.

Sonho com o teu nascimento, com a tua chegada.
Não, não quero que ela chegue logo, antes de você estar pronta.
Quero que você venha quando chegar o seu tempo.
Foi assim quando você veio morar no meu ventre: no seu tempo.
Eu saberei esperar, você me ensinará, afinal já me ensinou tanto.
Ah! Mas quando você chegar... quando você chegar, tenho certeza: será um dos momentos mais felizes da minha vida!

Sonho com o teu rosto, com teus bracinhos e pernas.
Sonho com teu cabelo.
E com lacinhos e vestidos.
E com teu banhos de balde, e massagens, e teu soninho perto de mim.
Sonho te alimentar e continuar por meses sendo tua fonte de vida.
Sonho com teu choro.
E sofro imaginando não saber como te consolar.
Sonho com teu sorriso.
E me emociono só em pensar que consegui gerar uma vida, junto com seu pai.
Fruto de um amor que era meu e dele, mas agora é seu também.
E você é a expressão viva deste relacionamento.

Sonho, mas sei que o sonho não é pra sempre.
Sei que sonho se realiza quando a gente busca.
Você é um sonho realizado que logo estará em meus braços.
O tempo passa, filha.
Você era um grãozinho, um girino, um peixinho.
Hoje você é um ser todo formado, com seu próprio sangue, seu coração, seu rosto, suas mãos e seus pés.

Você também tem a sua vontade e saberá expressá-la.
Sabe, menininha, isso me assusta.
Como saberei lidar com suas birras?
Como saberei entender seus sentimentos?
Como te farei entender que eu te amo, mesmo quando não concordar com o que você deseja pra sua vida?
E que muitas vezes não concordarei justamente por te amar?

Você será minha primeira filha.
A primeira - talvez a única - experiência de ser responsável por uma vida.
Será que eu ouvirei todos os teus choros?
Conseguirei atender a todas as suas necessidades?
Eu sei que não, isso é impossível, pequenina.
Será que você me perdoará por isso?

Filha, você é apenas um bebê no meu ventre e ainda é chamada de feto.
Logo será um bebê, uma pequenina recém nascida.
Depois minha menina.
Depois adolescente.
E mulher.

Mulheres, filha, são seres fortes.
Mulheres têm sensibilidade para muitas coisas que parecem ocultas aos homens.
Não sei porque isso acontece, talvez a gente seja ensinada a ser assim desde muito pequena.
Mulheres podem gerar outra vida dentro de si e isso é muito transformador.

Filha, você me transformou, me transforma a cada momento.
Quero que você saiba o quanto te amo.
Quero deixar registrado que te amo.
Agora você sente e aceita esse amor.
Logo você tentará compreendê-lo e desejo que, nesta ocasião, conheça essas palavras que escrevi hoje.
Quero que você entenda um pouco do que acontece aqui, dentro de mim, do meu coração...
Enquanto espero...

Escrito em 16 de maio de 2010, na véspera de completarmos 36 semanas de gestação.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Pra te guiar





Seja onde for
Quando eu cantar
Essa canção
Vai te lembrar
Que o meu amor
Vai sempre estar
Junto a você
Pra te guiar
Confia em mim
Meu bem-querer
Que os anjos vão
Te proteger
Eu canto assim
Só pra fazer
Você feliz
Amo vôce



Desconheço a autoria dessa canção, que descobri por acaso, vasculhando a net em busca de canções de ninar. Sei que a música fez parte da trilha sonora de um filme da dupla Sandy e Júnior, cuja carreira definitivamente não acompanhei e nem me arrependo disso, rs. O filme em questão chama-se Acquária. Achei no youtube a primeira parte do filme e lá encontrei Júlia Lemmertz e Alexandre Borges cantando a canção. Gostei muito da melodia e da letra, me encantei mesmo, e tenho cantado pra filhota sempre que lembro. 

domingo, 9 de maio de 2010

O primeiro

O primeiro dia das mães... inesquecível! O maior presente anda aqui, dentro de mim. Não preciso de nada além do que o som dessa música, o coração da minha filhota batendo.

Recebi hoje um recadinho que dizia o seguinte:  Optar por um filho é decidir em dado momento ter o seu coração caminhando fora do corpo para sempre. (Elizabeth Stone). Correndo o risco de parecer piegas, brega e tudo o mais, preciso concordar. 


Mas são necessários mesmo os dois corações... porque tanto amor não cabe em um só. Aliás, são três corações, afinal tem o do papai também!


Como já comentei com várias pessoas, sempre achei essa data, o dia das mães, extremamente comercial (e é mesmo, né?). Mas esse ano eu me peguei deslumbrada com os anúncios publicitários da TV e com a apresentação de meus alunos às suas mães na escola. 


Ser mãe muda tanto a gente... o ponto de vista fica diferente, os paradigmas são outros. 


Que experiência fantástica é gestar! Eu tenho certeza absoluta que vou adorar ser mãe de um bebê do lado de fora do útero também. =)


Filha, junho está chegando e você também! Te amo muito!